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mão do poder de suas empresas operadoras mãos brasileiras, foram aquelas que já se en dem à aupientar quando ambas competem
para forçar a homologação dos equipamen contravam no país e cujo ramo de negócio na arena comum das técnicas digitais e de
tos e a progressiva nacionalização do capital exigia grande aporte de capital, “uma situa seus insumos. Um decreto presidencial re
das empresas transnacionais que aqui esta ção bem diferente de uma indústria para a servou à SEI o controle das importações de
vam instaladas. A tecnologia local foi incen fabricação de microcomputadores”. semicondutores, não importando o fim pa
tivada através da criação do CPqD e da ab Para o Ministro o setor das TCs, à seme ra o qual se destinam. Rômulo Furtado já de
sorção de tecnologia estrangeira, que para lhança do de informática, também apresen clarou que “ocorreram retenções de insumos
Rômulo “também é um meio muito eficaz de ta mecanismos de reserva de mercado des que afetaram significativamente o forneci
capacitação tecnológica”. de que se trate de produtos com escala indus mento de uma indústria, com reflexos no
Já na área üe informática, o Governo pas trial equivalente, como é o caso do grupo atendimento dos serviços de TCs”, referindo-
sou a atuar, a partir de 72, com a criação da ABC que foi selecionado a produzir cabos de se possivelmente ao fornecimento de cen
Capre, então subordinada à Seplan, e subs fibra óptica com tecnologia transferida do trais controladas por programa armazenado,
tituída sete anos mais tarde pela SEI, um ór CPqD da Telebrás ou da Gradiente em rela as conhecidas CPAs, para a área de S. Paulo.
gão complementar do Conselho de Seguran ção ao telefone padrão ou ainda da Elebra O equipamento CPA tem muito haver
ça Nacional. Lançando mão de instrumen com equipamento multiplex. com computadores e realmente a possibili
tos como a reserva de mercado, a informáti dade de uma rota de colisão cresce com o sal
ca foi sendo orientada para a privatização do Divergências to tecnológico das centrais de comutação.
setor, alcançando-se a cifra de 83 empresas Um dos problemas levantados, por exemplo,
em 82, com 13 mil empregos diretos. A filo As divergências porventura existentes por Mário Gamero, presidente do Conselho
sofia de privatização da SEI, que possui cer entre as áreas de informática e de TCs ten- de Administração da Brasilinvest TCs e In
ca de 120 funcionários, é bem expressa nas formática, é o de uma empresa que ao desen
palavras do Ministro Danilo Venturini, Se volver um computador para servir a àrea de
cretário do CSN, ao dizer que o esforço da TCs, posteriormente, por serem diferentes
Secretaria Especial de Informática nada os critérios de reserva de mercado, não po
mais é que o de “criar aquelas condições que derá vender o mesmo na área de informá
permitam à indústria privada desenvolver e tica.
produzir aquilo de que o país necessita”. E evidente, frente a esses problemas, que
O setor das TCs que tem como objetivo o diálogo entre as áreas de TCs e de Infor
extender aos domicílios brasileiros ps servi mática é essencial. Um importante ponto de
ços públicos de correios, comunicação de voz vista sem dúvida é o do usuário refletido pelo
e de dados, apresenta em consequência um vice-presidente da Sucesu Nacional, Hélio
regime de monopólio estatal. O Ministro I la- Azevedo, ao afirmar que “a visão última deve
roldo Corrêa de Mattos, das Comunicações, ser a do consumidor " e para a qual devem
quando se refere à política industrial do se t ow/Mmi nles eletnmieos cada tez menons < inte^ni- contribuir TCs e Informática. Quanto à con
tor gosta de dar ênfase aí) fato de que as in dos estão na hast' da rewlm;ào do tratamento e do vergência entre ambas, o Cel. Joubert Brí-
dústrias que foram nacionalizadas, istoé, cu tmns()orü da informarão, hon II 's < Infonniítua siio zida, ao ser inquirido foi enfático: “Elà é fa
ja maioria do capital votante passou para la rinhas do mesmo saca tal e inexorável e isto é muito bom”. tt
inform ática: ministrat ivo brasileiro, para que a política
de informática deixe os gabinetes e pas
se a ser considerada e decidida pelo seu
C o n g r e s s o q u e r o p i n a r foruni natural que é o Congresso”.
Fim cia pirataria
A Deputada Cristina Tavares mia nacional fique comprovada a inexis decretado pela SEI
(PMDB-PE) encaminhou ás Comissões tência de condições de fabricá-los ou de
de Constituição e Justiça, de Ciência e substituí-los no país. E para que não ha Dentre os maiores problemas encon-
Tecnologia e de Economia, Indústria e ja dúvida, o artigo 3? do Projeto se refe t rados pelo setor de informát ica está o da
Comércio, da Câmara Federal. Projeto de re que “o desenvolvimento de sistemas e “pirataria”, ou cópia de projetos em que
Lei (1.348/83) regularizando a comercia da programação lógica, bem como o da pouco ou nenhum desenvolvimento é fei
lização, a fabricação e a importação de fabricação dos equipamentos, serão fei to para o lançamento de novos produtos
“equipamentos de processamento eletrô tos sem dependência de qualquer natu sob o manto protetor da política de reser
nico de dados, seus periféricos, equipa reza de fontes de tecnologia situadas no va de mercado.
mentos a eles conectados e seus compo exterior.” A partir de agora, porém, a SEI atra
nentes”. Justificando seu projeto, Crist ina Ta vés do Ato Normativo 27 deixou claro que
vares ressalta a relevância do domínio d? só aprovará os projetos de fabricação de
Reserva de mercado tecnologia dos equipamentos de proces micros em que o suporte lógico do siste
samento eletrônico de dados ao afirmar ma operacional resulte de desenvolvi
Em essência este Projeto de Lei exi “ser absolutamente imprescindível a mento local por pessoa jurídica què aqui
gi' que a fabricação e comercialização no aprovação de normas legais que estabe tenha sede e foro.
país dos bens acima descritos será feita leçam as diretrizes básicas do-desenvol Os programas poderão, porém, utili
por empresas nacionais e com prévia au vimento do País, no campo fundamental zar especificações do respectivo produtor
torização de órgão competente do Poder da informática”. ou especificações e linguagens técnicas,
Executivo. Empresa nacional, no enten Lembrando a indiscutível competên reconhecidas internacionalmente, mas
der da deputada, que adotou a mesma de cia técnica da SEI, a parlamentar per através da contratação de fornecedores
finição da SEI, é aquela qijg esteja sob nambucana julga todavia que aquela se estrangeiros, desde que sejam parte de
controle decisório, tecnológico e de capi cretaria não é o forum adequado para se programas específicos para absorção e
tal de pessoas físicas residentes e domi discutir e implementar uma política in geração de tecnologia.
ciliadas no pais e que tenha pelo menos dustrial da mais alta relevância para a Preocupada com a compatibilidade
dois terços de seu corpo técnico.integra Nação. entre os programas de micros existentes
do por brasileiros. A justificat iva termina numa nota crí- no país, a SEI dará preferência e apoio
O Projeto 1.348 faz a ressalva dos tiea, af) concluir que “o projeto será uma aos programas que formem um conjun
bens anteriormente fabricados e daque abordagem necessária nestes tempos de to harmónico, com a base já estabeleci
les que julgados relevantes para a econo- descompressão do processo político e ad- da no Brasil. (JCF)
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