Page 7332 - Revista Telebrasil
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j s \ c P
9 Q u a n d t é c o n t r á r i o
à p r i v a t i z a ç ã o d a s T C s
Em entrevista a jornalistas que compa
receram ao almoço de confraternização de fi
nal de ano dos diretores e conselheiros da lè
lebrasil. realizado no Iate Clube do Rio de Ja
neiro. o Comte. Euclides Quandt de Olivei
ra. presidente da entidade, declarou-se favo
rável à continuação do monopólio estatal das
telecomunicações porque acredita ser o úni
co meio de manter, através do sistema, a uni
dade nacional. Para ele. "se quebrar essa uni
dade não se conseguirá refazê-la" acrescen
tando que "as TCs devem prestar bons ser
viços à população de todo o país e não ape
nas aos grandes centros urbanos".
Quanto ao que ele denominou de "poli-
tizaçào do setor”. Quandt explicou que "cor
riam boatos de que presidentes e técnicos das
empresas concessionárias do Sistema Tele-
brás seriam substituídos por políticos",
achando isso absolutamente errado, "porque
o setor de TCs é essencialmente técnico e
ainda deve crescer numa base técnica para
servir a um país da dimensão continental do 1 imprensa assediou o presidente da ’lidebtmil por ocasião do almoço de confpuçumnito da entidade, no Rio
Brasil". E enfatizou: "No momento em que
tivermos o setor de TCs distribuído equita
tivamente por todo o país e com capacidade
de atendimento razoável, aí sim podemos pectos das TCs e tentar compreender os pro vida junto com os serviços de TCs, todos con
pensar de'outra maneira".
blemas existentes daquilo que está ocorren siderados ineficientes. Não se pode compa
do e fixar caminhos que possam vir a dar rar uma coisa com a outra - ressaltou Quandt
Encontros Telebrasil
uma solução a esses problemas. Que esta so- de Oliveira. E continuou:
luçãç não se constitua simplesmente em um — Está surgindo uma idéia que está sen
Quandt reconheceu que 1983 foi um ano caminho a ser trilhado e que eventualmen do discutida e apresentada atualmente, que
difícil para os associados da Telebrasil, quer te quando se chegasse ao fim o resultado ge eu considero uma idéia pengosa: é a chama
sejam fabricantes, prestadores de serviços ral para o setor não seria aquele que estáva da privatização dos serviços de telecomuni
ou empresas operadoras de TCs. A atual di mos desejando, prevendo ou querendo. Fa cações. E preciso que se tenha em mente que
retoria, eleita em abril do ano passado, pro zer um exame da situação para tentar suge o serviço de TCs fora dos grandes centros é
curou direcionar suas atividades não apenas rir soluções que não se constituam em uma totalmente oneroso, ele não dá nenhum re
para aqueles que fazem parte do setor, mas nova dificuldade a ser criada para aqueles tomo. Aliás, pelo contrário, absorve resulta
também "tentamos convencer outros seto que trabalham nas TCs, é o que desejamos”, dos. A missão das TCs transcendem de uma
res de que as telecomunicações são uma ne afirmou Quandt. simples empresa comercial. Seu principal
cessidade". disse o presidente da Telebrasil Participarão dos encontros Telebrasil re objetivo é integrar todo o país, dar apoio ao
Quandt prestou contas das atividades da As presentantes dos empresários,«das estatais desenvolvimento econômico e ao desenvol
sociação cm 83, entre as quais os contatos e dos usuários, além de especialistas e polí vimento social.
que ele manteve com importantes setores po ticos. não ultrapassando um número máxi O presidente da Telebrasil acredita que
líticos em Brasília. mo de 15 pessoas. O objetivo é estudar pro desejam "privatizar" as TCs com recursos
Além do8í' Debatee do XIII Painel, que blemas do tipo estrutural e conjuntural, sen
serão realizados, respectivamente, em abril do que as dificuldades eventuais que existam do governo e dos usuários. E perguntou: Será
e agosto deste ano, a Telebrasil promoverá, entre associados de qualquer tipo devem ser isso lícito? Será isso uma privatização? E ele
a partir de fevereiro, sendo o primeiro no es resolvidas dentro da própna Associação. As mesmo respondeu: Para mim isso não é ini
critório de São Paulo, vários encontros visan reivindicações de interesse dos empresários ciativa privada, não é nem mesmo iniciati
do aproveitar a experiência externa e, a par serão encaminhadas pela Abinee e das em va. E acrescentou:
tir da situação vigente, fazer estudos das presas operadoras pela Telebrás. A Telebra- — Precisamos estudar e analisar o que
perspectivas para o setor de TCs frente às •sil, no caso, seria apenas mediadora. está acontecendo. Precisamos acompanhar
novas mudanças que se processam no âm as evoluções técnicas dos tempos e das
bito mundial (tecnologia, informatização da Ataque às estatais idéias. Não podemos nos deixar ultrapassar.
sociedade, etc). Nós temos que manter sempre presente que
— Precisamos fazer um exame da situa — Tem surgido uma grita constante con telecomunicações são feitas para servir ao
ção - dis.se Quandt em seu pronunciamento, tra as estatais, colocando todas no mesmo ní povo e servir bem.
antes da entrevista à imprensa - que existe vel. 'Iodas as diferentes facetas estão sendo Conversando com os jornalistas, Quandt
no Brasil e no mundo sobre os diferentes as misturadas num coisa só. É o serviço da dí de Oliveira disse ainda que o endividamen-