Page 7335 - Revista Telebrasil
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p o l í t i c a
I n f o r m á t i c a
João Carlos Fonseca
diferenciação entre TCs
acomodação política
Quem fica
“Não ocorre luta pelo poder e os que que mente o setor das TCs, que constitui, por as Europa, nos quais informática e telecomu
rem ver um conflito entre as áreas de TCs sim dizer, o irmão siamês da informática, nicações são integradas num único organis
e a de Informática fazem apenas ilações”, dis mas também outros segmentos cia socieda mo e outros como o Japão e os Estados Uni
se Joubert Brízida, Secretário Especial de de. como o trabalhista, pela introdução da ro dos em que as áreas correm separadas.
Informática, por ocasião do Seminário de 'te bótica, e o financeiro, com a chegada a pas No Brasil especula-se que a Secretaria
leinformática realizado em outubro, duran sos largos da automação bancária. Especial de Informática, no âmbito do Con
te o XVI Congresso Nacional da Sucesu, no Como bem observa Karl Sauvant, funcio selho de Segurança, estaria elaborando um
Anhembi. Na mesma oportunidade, Rômulo nário da ONU e presente ao Seminário da documento sobre a Política Nacional de In
Vülar Furtado, Secretário Geral do Minicom, Sucesu, “podemos comparar o impacto da formática a ser apresentado ainda nesta ges
foi ainda mais incisivo ao afirmar “que exis eletrônica com o da introdução, no século tão ao Congresso Nacional. Respondendo à
tem áreas da exclusiva atuação da SEI e ou XIX, da eletricidade, que causou profundas pergunta se tal documento poderia vir a sig
tras do Minicom, mas também existem áreas mudanças no processo industrial, mas afe nificar a união das políticas de TCs e Infor
cinzas cuja superposição deve ser resolvida tou a economia e a sociedade como um todo. mática, Rômulo Furtado disse que até aquela
pelo diálogo”. data o Minicom não havia recebido nenhu
Ambas afirmações fazem parte de um A busca de um modelo ma consulta a respeito e, portanto, nada po
contexto mais geral decorrente de introdu deria opinar.
ção da informática e da microeletrônica, em O que hoje se discute, porém, é a evolu — Existe todavia uma área cinza para a
larga escala, na sociedade brasileira. O em- ção do modelo a adotar frente à dinâmica dos qual, a nível de Governo, é necessário com
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novos desenvolvimentos. Existem países, na patibilizar as respectivas políticas de mer
cado, industrial, de ciência e tecnologia e de
recursos humanos. Para tanto foi criado, em
março de 83, uma comissão paritária, cons
tituída de seis elementos da SEI, comanda
da pelos coronel Edyson Dytz, e outros tan
tos do Minicom, liderada pelo engenheiro
Arthur Alves Peixoto, que foi substituído
após sua saída para ir trabalhar na NEC, pelo
novo Secretário de Planejamento e Tecnolo
gia, Benjamin Sankievickz.
Segundo Herman Katzender, da SEI, e
que é membro da comissão, está já alcançou
consenso sobre comunicações de dados e dos
protocolos de acesso à rede e de como as
duas entidades devem tratar os problemas
dos serviços. Contudo as áreas que se refe
rem a definições de características de teleim-
pressores e de certos equipamentos digitais
merecem, no seu entender, maior discussão.
Pontos comuns
Na verdade, Minicom e SEI não diver
gem quanto aos grandes objetivos de asse
gurar a capacitação tecnológica do país e a
criação de empresas nacionais para atender
às necessidades de mercado. A diferença co
meça a surgir muito mais quanto à maneira
de alcançá-los e o papel que cabe a cada um
desempenhar.
O setor das TCs, que hoje não precisa
praticamente importar nenhum equipamen
Rômulo c Joubert se cumprimentam por ocasião da Succsu/83: um acordo entre cavalheiros. to para atender às suas. lecessidades, lançou +