Page 31 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 2002
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0 Brasil frente
à globalização
T rataram da visão do País sobre a
Alca, Mercosul e Comunidade
Européia o embaixador Alfredo
Graça Lima, do Itamarati; Antonio
Sérgio Martins Mello, do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Co
mércio Exterior; e Antonio Correia
de Lacerda, presidente da Sociedade
Brasileira de Estudos de Empreen
dim entos Transnacionais e da
Globalização Econômica.
Graça Lima disse que o Brasil sem
pre foi um comerciante recalcitrante,
participando entre 1% e 1,4% do co 31
mércio mundial.
Durante anos, a política comercial
do Brasil foi mercantilista, com res
trição às importações e para gerar sal com o Canadá e os subsídios agrícolas neira, o combate às vantagens fiscais nos
dos comerciais, não um fim em si da Comunidade Européia. países concorrentes e a expansão de TELEBSASIL/jane: o-fevereiro
mesmo. Os anos 90 viram maior Microeletrõnica nosso capital intelectual. Discute-se a
liberalização e o lançamento do Antonio Mello, afinado com Gra antecipação da tarifa externa comum
Mercosul com tarifas aduaneiras co ça Lima, observou que 13% das ex do Mercosul para 2006.
muns, mas hoje atravessando dificul portações do Brasil se dão em seto Antonio de Lacerda recheou sua pa
dades de um de seus parceiros. res dinâmicos, como aviões e auto lestra com dados. O Brasil, hoje, é um
A Cimeira do Rio, em 1999, trouxe móveis, e crescem a 10% no merca global trader (80% do comércio do
propostas reais entre o Mercosul e a do internacional. As empresas bra México são com os EUA), mas nossa
Comunidade Européia e a partir de sileiras aumentaram em 7% sua pro tributação é de 29% (34% do PIB),
2002 vão se discutir regras para a Alca. dutividade anual. na Argentina é 15% e no México,
18%. Nossa balança teve superávit até
Acordos biregionais ficaram ambíguos A década de 90 foi marcada pela
1994, queda até 1999 e reversão em
frente à Organização Mundial do presença da China no mundo inter
2001, permanecendo um déficit em
Comércio - OMC - criada em 1993, nacional. E em 1995, o Mercosul
contacorrentes de 4 a 5% do PIB, com
na sétima e última rodada do GATT. passou para uma tarifa comum de
o drama dos juros (US$15 bilhões) e
O Brasil quer acesso - um caminho 12% (antes era 35%). O Brasil ex
de duas vias - junto aos EUA e à Co porta 27% para a União Européia, dos serviços.
O Brasil, após a China, é o que mais
munidade Européia. Para importar 24% para os EUA, para a Aladi
recebe recursos externos. Para o Bra
mais é preciso exportar mais e os ser 23,4% , incluindo 9,4% para o
sil crescer 6% ao ano e sair da
viços passam a integrar o panorama do Mercosul e 11,5% para a Ásia.
vulnerabilidade externa precisa subs
comércio exterior. Graça Lima alertou O setor de microeletrõnica pesa na
tituir importações, ter promoção co
para o Pacote Colonial em que países balança de pagamentos do País. Há a
mercial, criar centros de tecnologia,
desenvolvidos exportam tecnologia e corrente que quer isenção de tributos
“multinacionalizar” as empresas aqui
importam commodities, a baixo preço. para componentes e a outra privilegia
instaladas, gerar divisas no balanço de
Para inserir o Brasil como Global sua fabricação local. Dentre as facili
serviços e aproveitar nosso agribusiness.
Trader; será preciso vencer o protecio dades para o Brasil exportar mais, ci
(JCF)
nismo exterior, como no caso Embraer tou Antonio Mello a agilização adua