Page 28 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 2002
P. 28

0  projeto da sucessão





                                                               presidencial





                                               Raul Del Fiol, membro do Conse­   ciedade das propostas dos partidos e
                                             lho  de  Administração  da Telebrasil,   dos  candidatos  relativas  ao  setor  de
     I                                       coordenador  do  Comitê  Governa­   telecomunicações e o segundo é apre­
                                             mental da Associação e diretor de De­  sentar  a  esses  partidos  e  candidatos
                                             senvolvimento de Negócios e Teleco­  uma proposta de programa de gover­
                                             municações  da  Promon,  explicou  os   no para as telecomunicações que re­
                                             objetivos do Projeto Fórum Telebrasil   úna o consenso dos membros da en­
                                             Sucessão Presidencial. O primeiro de­  tidade. Del Fiol reconheceu que este
                                             les é facilitar o conhecimento pela so­  consenso não é fácil, pois a Telebrasil



      28    Paulo Rabelo de  Castro - Hoje    cado já  em  grande  parte  atendido,   Ciro  Gomes - Não há solução no
         |
          há uma preocupação muito grande     tende a cair o volume de bens impor­  Brasil fora de uma reforma tributária
      TELEBRASIt/janeiro-fevereiro   do setor. O PFL defende um com­  Manaus  também  contribuirá para  o  cada  e  quem  fica  com  qual  parcela
          com  a  balança comercial  negativa
                                              tados  e  uma  política  de  fabricação  complexa  que  resolva  quatro  ques­
                                              destes  produtos  na  Zona  Franca de  tões:  o  pacto federativo,  quem arre­
          promisso com  o  crescimento, pois
          é preciso crescer muito para poder
                                              equilíbrio  da  balança  comercial  do  dos impostos; o modelo do estado que
                                             setor.
          exportar mais e pagar as  importa­
                                                                                 queremos; a distribuição da carga tri­
          ções  de  setores  que as  demandam
                                               Leonel  Brizola  -  A  entrega  do  butária entre consumo, produção, sa­
          mais, como as telecomunicações. O
          partido não tem uma visão negati­   Governo  FHC  foi  criminosa com o  lários e ganhos de capital e proprie­
                                              País.  Somos dependentes  nesta ma­
                                                                                 dade; e, por fim, a questão da distri­
          va  do  setor  de  telecomunicações,   téria  e  temos  que viver  importando  buição  entre regiões.  Hoje  na lei os
          que  importa muito  mas traz gran­  cada vez  mais,  ampliando  o  déficit.   impostos  representam  46%  do  Pro­
          des benefícios para o Brasil. Numa   Proponho uma revisão geral da polí­  duto Interno Bruto e arrecada-se de
          segunda  fase,  em  um  governo     tica do setor. No caso da incorpora­  fato  33,5%  do  PIB,  uma  carga  tri­
          pefelista, poderíamos instalar plan­  ção da AT&T no Rio Grande do Sul,  butária  superior  a  do  Japão  e  dos
          tas industriais no País para substi­  a companhia não aceitou um acordo   EUA.  Cobra-se  muito  e os serviços
          tuir importações e em seguida am­   pelo qual ficaria com 25% da opera­  públicos  são  ruins.  Proponho  uma
          pliar as exportações do setor de te­  ção, o Governo estadual com 25% e  reformulação geral, na qual o Estado
          lecomunicações.                     50% seriam adquiridos pela socieda­  não saia empobrecido e os impostos
            Anthony  Garotinho  -  Um  dos    de, democratizando o capital. A revi­  onerem mais o consumo e os ganhos
          equívocos  do  atual  Governo  fede­  são geral da política do setor deve ser  de propriedade e capital, sendo redu­
          ral  foi  não  incentivar  a  substitui­  feita sem medidas imprudentes para  zidos nos salários e na cadeia produ­
          ção  de  importações  através  do   evitar situações anárquicas.       tiva. Defendo apenas cinco impostos,
          BNDES.  O  País  tem  que  desen­    Luis Piauhylino - A tendência im­  um deles atingindo as telecomunica­
          volver uma política progressiva para   portadora do setor pode ser revertida  ções, mas somente a partir de um ní­
          substituir  importações.            em tempo curto, já que temos mão-  vel mínimo de consumo, o que redu­
            José Carlos Martinez - O Brasil   de-obra qualificada, mercado consu­  ziria os gastos para grande parcela da
          viveu uma revolução nas telecomu­   midor e mecanismos para investir em  população,  ampliando  a  difusão  da
          nicações que exigiu um grande vo­   um  parque  industrial  local  e  pode­  telefonia nas camadas de menor po­
          lume de importações. Com um mer­    mos atingir a auto-suficiência.    der aquisitivo.
   23   24   25   26   27   28   29   30   31   32   33