Page 19 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 2001

que queremos

Lançado, no Rio de Janeiro, o programa
"0 Brasil que nós queremos", com

seminários previstos em Belo Horizonte,

Recife e São Paulo.

O programa “Brasil que nós queremos” Apesar de uma arre­
se destina a auscultar a sociedade, anali­ cadação alta, as dívidas,
sando e propondo cenários a fim de subsi­ interna e externa, tiram Dirigentes e empresários confraternizam-se após diagnosticar o Brasil
diar as próximas eleições que se aproximam. os recursos do Governo
“Acreditamos em processos que possam e diminuem sua governabilidade. O Bra­ mas para tal precisará duplicar a sua renda
obter resultados”, formulou Simonsen Leal, sil ainda precisa enfrentar a permissibili- per capita nos próximos dez anos e fazê-la, 19
da FGV-RJ ao aderir o programa. “É a I a dade internacional. Ele precisa encontrar novamente, nos dez subseqüentes. í
vez que a Embratel patrocina um projeto o seu caminho, a meio de países hegemô­ No entender de Hélio Jaguaribe, “o pró­
de cunho político”, afirmou Dilio Penedo. nicos que controlam agências internacio­ ximo presidente da República precisará su­
Para o RamezTebet, o Brasil que nós que­ nais, como a O M C e o FMI. perar o imobilismo da União, renovar a es­
remos deve ser mais ético, além do simples — Muitos países emergentes já são uma perança nacional e promover as reformas
discurso. Será preciso haver um País que lamentável presença anônima, dirigida para “desengessar” o Governo. No campo TELEBRASIl/novembr^dezembro
seja mais rico mas que seja mais justo”. exogenamente e é preciso que isto não externo, o Brasil precisa recuperar a Argen­
Keynote aconteça com o Brasil. O País deveria fa­ tina para o Mercosul e deve procurar neu­
- O Brasil melhorou mas não em ritmo zer alianças com países em desenvolvi­ tralizar as pressões negativas.
suficiente. O sistema eleitoral e a classe po­ mento, como China, índia e Rússia, para a MichelTemer, ao finalizar o encontro, dis­
lítica estão abaixo da expectativa nacional. formação de blocos a fim de fortalecer suas se que o Brasil que nós queremos será fruto
O Estado brasileiro, a ficar como está, pode­ negociações multilaterais - observou o ci­ de propostas feitas com capacidade intelec­
rá se tornar inviável a longo prazo. Além entista político. tual mas também com a vontade popular.
disso, é preciso encaminhar soluções para o Como metas para 2020, o Brasil poderá “Será preciso que um novo presidente faça
curto prazo - formulou Hélio Jaguaribe, ci­ ter o nível social da Espanha (USS 14 mil o que o povo quer. São três poderes inde­
entista político. anuais) e econômico da Itália (USS 20 mil), pendentes, mas sua unicidade e força resi­
dem da vontade do povo, como reza a Cons­
tituição”, concluiu o parlamentar.
Dois Brasis: Róseo e Cinza Pelas Organizações Globo, comparece­
1990 a 2000 ram Luiz Eduardo Vasconcellos e Paulo
Éboli; pela Agência Rio, Humberto Mota;
1 - PIB cresceu mais 40% 1 - alta concentração da renda
pela FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal; pela
2 - renda domiciliar mais 4 7 % 2 - gigantesca assimetria social
Embrapar, Dilio Sérgio Penedo; pelo Insti­
3 - pobreza caiu de 44 para 30 % 3 - sistema eleitoral aquém da expectativa
tuto de Estudos Políticos e Sociais, Hélio
4 - miséria caiu de 22 para 1 4 % 4 - déficit estrutural de US$30 Bi
Jaguaribe, que foi orador keynote.
5 - mortalidade infantil caiu 3 7 % 5 - juros altos por causa do déficit
Ainda presentes, dentre outros, Ramez
6 - escolaridade Primária 1 0 0% 6 - União arrecada 2 5 % do PIB Tebet (PM DB-M S), presidente do Sena­
7 - secundária de 60 para 6 8 % 7 - União não tem recursos do Federal, deputados M ichel Temer
8 - universitária de 30 para 3 2 % 8 - União com baixa governabilidade (PM DB-SP) e Arolde de Oliveira (PFL-
9 - PHDs de 1,4 mil para 5,3 mil 9 - tende a anônimo no desenvolv. global RJ); senador Ney Suassuna (PM DB-PB);
10 - comunicações cientificas x9 10 - baixa ética da classe política e o empresário Arthur Sendas.
Fonte: H. Jaguaribe, em 09.11.01