Page 39 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1997
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T e le b ra s il
negativos, que são a insuficiente quantidade e diversidade de serviços, realizar alianças glo
decorrente da falta de competição e das amarras legais, e os preços bais.
de equipamentos, mais elevados do que no mercado internacional. Em termos de
Prevê que, com a entrada das novas operadoras da banda B e a emprego, devem ser
privatização total do Sistema Telebrás em 1998, a globalização se valorizados bons
instalará no setor de telecomunicações brasileiro trazendo ao segmento profissionais técni
de serviços das operadoras uma oferta ampla, em quantidade e cos, gerenciais, fi
diversidade, tarifas e preços mais baixos e a elevação da qualidade. nanceiros e merca
Para as indústrias, haverá forte pressão sobre os preços, as dológicos; e ocor
compras das operadoras passarão a ser decididas por interesses rerá uma redução de
globais e não locais, com centros decisórios fora do País, tendem a cargos administra kf
desaparecer ou ser absorvidos pequenos fornecedores brasileiros, e tivos, burocráticos e K
a sobrevivência das indústrias dependerá de sua capacidade de de assessorias.
Gilberto Garbi, presidente da NEC
Novas ODeradoras r
i
busca de novos
mercados em expansão
A mercado de serviços libe
Stet do Brasil, que integra o grupo Telecom Itália, faz parte do
privatização da Telebrás e no
consórcio que ganhou a concorrência para operar a telefonia celular
ralizados. Lembrou que o Brasil
na banda B na região 9 (Bahia e Sergipe). 0 presidente da empresa
Adolfo Rinaldi. observou que a globalização no segmento de teleco
8a. economia do mundo, tem
municações levou as operadoras a romperem as fronteiras nacio é lider no Mercosul, passou à
nais em busca de novas oportunidades de negócios, pois nos países grande extensão territorial e
desenvolvidos em telecomunicações o crescimento dos mercados uma disponibilidade suficiente
domésticos é menor. Lembra que a liberalização dos mercados em escala de rede de servições de
mundial assegurou a presença de novos atores em mercados antes telecomunicações. Ressal
privativos, reduzindo os privilégios dos que neles atuavam. tou ainda a estabilidade e
Entre os desafios da globalização do setor, citou uma gestão guiada firmeza do governo no
pelo mercado e não pela tecnologia e a mudança da mentalidade processo de privatização e a
empresarial diante da competição. "A globalização do segmento tende ao existência de um marco
fracasso com atitudes muito agressivas de alguns atores do mercado, regulamentatório e de um >\dolfo Rinaldi, presidente da Stet do Brasil
quando alguns grupos poderosos estabelecem um monopólio de fato e órgão de controle do setor. I f p g j p
quando se firmam situações de dependência tecnológica e econômica e Entre os efeitos da globalização das telecomunicações no
as empresas buscam apenas um retomo imediato, sem atentarem para País, citou a maior oferta de serviços, a preços menores, a utilização
problemas de desenvolvimento dos países. A receita do sucesso deste de tecnologias e serviços avançados e um apoio mais eficiente à
processo estaria numa regulamentação eficaz e equilibrada, em um órgão clientela de serviços de comunicações globais de melhor qualidade
regulador eficiente e independente, no respeito aos compromissos e preço. Segundo Rinaldi, o grupo Telecom Itália é a quinta
internacionais de reciprocidade, na eliminação de barreiras protecionistas operadora no mundo em telefonia fixa, com 25 milhões de
injustificadas e no equilíbrio nas relações político-comerciais dos países assinantes na Itália e 4 milhões no exterior, e a primeira em telefonia
com os blocos econômicos." celular, com 9,7 milhões de usuários, dos quais 1,7 no exterior.
Ele defendeu a formação de alianças estratégicas entre as Faturou US$ 25,3 bilhões no ano passado, quando teve um lucro
operadoras mundiais como forma de alcançar condições tecnológicas líquido de US$1,9 bilhão, e entre 1997 e 2000 investirá US$ 6 bilhões
e financeiras que permitam a elas ter uma presença internacional e em atividades internacionais, que no final do século representarão
uma diversificada oferta de serviços para os usuários, a preços com 20% da receita total. Tem 120 mil empregados e em 24 de outubro
petitivos. A opção por grandes mercados emergentes deveu-se às último foi privatizada, com o estado italiano arrecadando US$ 15
dimensões dos negócios e faixa de retorno e à existência de blocos bilhões. Atua nas áreas de serviços de telecomunicações,
econômicos, como o Mercosul. multimídia, informática e serviços inovadores em rede, além de
Definindo a estratégia da empresa para este bloco, Rinaldi afirmou engenharia e fabricação de equipamentos.
que ela pretende ser uma operadora panregional e projetar em toda a área Questionado se a Stet incentivaria os fabricantes brasileiros de
a oferta das operadoras brasileiras privatizadas, desenvolvendo novos equipamentos, Rinaldi observou que dependerá da competitividade,
serviços, como multimídia, e que tenha caráter social, como telemedicina, pois a operadora tem de atuar com custos reduzidos para oferecer
teleducação, teletrabalho. No mercado brasileiro a empresa pretende uma aos clientes produtos e serviços mais baratos e eficientes. Lembrou
presença a longo prazo mediante alianças com grupos brasileiros e que as operadoras não têm a função de resolver problemas de balança
internacionais, trazer todos os serviços e produtos do grupo e competir na comercial, mas podem ajudar exportando serviços para o exterior.