Page 36 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1997
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Anatei
Realidade com
fortes impactos
a abertura oficial do painel, o presidente da Anatei, Renato ao romper uma
Navarro Guerreiro, destacou que o tema era apropriado no constituição que
atual momento de introdução da economia brasileira, como preservava o mo
a de outros países, no mercado globalizado. Segundo ele, nopólio estatal e
a globalização já é uma realidade e um fenômeno econômico quanto ao prazo
que tem forte impacto nos aspectos sociais e políticos das nações, definido para a sua
com as telecomunicações funcionando como causa e conseqüência execução, de me Renato Guerreiro, presidente da Anatei
deste processo. "Nós teremos um processo de globalização da nos de quatro anos. Neste período, passaremos "de um conjunto de
sociedade na medida em que tivermos telecomunicações empresas estatais e terminaremos o ano de 1998 com todas as
adequadamente preparadas para atender às demandas e às carências empresas de telecomunicações federais privatizadas". Teria ousado
da sociedade moderna", afirmou. Lembrou que a formação de blocos ainda na aposta da condução da política econômica e na confiança
econômicos entre os países passa necessariamente por uma que o País passou a ter dos investidores internacionais. Esta ousadia
reestruturação das telecomunicações, criando as condições para foi pautada numa visão moderna de telecomunicações e de Estado.
uma integração plena dos países. As dificuldades enfrentadas na Guerreiro lembra que todas as propostas do governo para o
consolidação de alguns destes blocos estariam em parte setor foram cumpridas ou estão em andamento, com o Estado definindo
relacionadas com a desagregação das redes de telecomunicações o seu papel neste cenário criando a Anatei, um órgão regulador o
em certos países. mais independente possível, com a operação dos serviços de
Guerreiro considerou a Internet o fenômeno mais evidente da telecomunicações ficando com a iniciativa privada em competição.
necessidade de integração das telecomunicações e da informática Acrescentou que o PASTE foi viabilizado e que as indústrias estão
neste novo cenário mundial. Segundo ele, o Brasil despertou a tempo investindo mais em telecomunicações, com expectativas
para este processo e se prepara para o novo salto que a sociedade extremamente favoráveis para o desenvolvimento do mercado
da informação provocará no mundo, com a explosão da informação, interno. Considera essencial uma leitura positiva do processo de
através da informática e das telecomunicações, provocando profundas globalização, como uma excepcional oportunidade e jamais como
mutações na sociedade moderna. uma ameaça. "0 Brasil é visto no mundo como um país de
Enfatizou que o governo desenvolveu um programa ousado de potencialidades gigantescas", afirmou, lembrando que em
reformulação para o setor, tanto no conteúdo econômico, ao telecomunicações o País tem espaço para ser ocupado pelo
estabelecer um modelo em competição e não monopolista, quanto empresariado privado nacional, de serviços, das indústrias de
na ênfase social, ao exigir, apesar da privatização, a universalização equipamentos, de instalação e de construção, e que sem
dos serviços de telecomunicação. 0 programa foi ousado também protecionismo o governo apoiará este empresariado.
r
Telebrás
fusões de empresas, citando a
feita entre a MCI e a WorldCom,
Fenômeno marcante que ocupavam o segundo e o
quarto lugares entre as carriers
e interdependente de longa distância dos EUA, e que
foi a maior fusão de empre
sas registrada na história. 1
 tem feito um notável esforço de
pós destacar o papel da Telebrasil como orga
Segundo Ferreira, a Telebrás
nismo representativo da pluralidade dos opera
dores de telecomunicações que está se forman
expansão, tendo investido R$ 18
do no novo modelo implantado no País, o presi
dente da Telebrás, Fernando Xavier Ferreira, iniciou bilhões de 1995 a 1997, que per
mitiu um volume maior de contra
sua palestra sobre as perspectivas da empresa frente à tações, grande crescimento da
privatização e à competição com novas operadoras, Fernando Xavier, presidente da Telebrás planta instalada. Admite que
numa economia globalizada. Lembrou que o Minicom "apesar destes esforços, e em
visa uma competição justa e a privatização total do Sistema Telebrás parte devido à defasagem historicamente acumulada, ainda se nota
e que a globalização é um fenômemo marcante deste fim de século, um grande descompasso entre a oferta e a demanda de serviços de
e que nos mercados financeiros este processo demonstrou a telecomunicações", agravado pela estabilidade econômica que criou
interdependência das nações com crises em alguns países que se um expressivo número de novos consumidores ansiosos por
refletiram nos demais. Observa que no setor de telecomunicações telefones. Citou as listas de espera nas cidades de São Paulo e Rio
existe um movimento irreversível de transferência do controle estatal de Janeiro "respectivamente da ordem de 6,5 milhões e 2 milhões
para a iniciativa privada e, paralelamente, um grande número de de terminais para o serviço fixo e de 3,8 milhões e 1,9 milhão para o