Page 40 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1995
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POLÍTICA & NEGOCIOS
B r a s i l q u e r E x p o r t a r S o f t w a r e
João Carlos Pinheiro da Fonseca
poiado pela Rede Nacional de estrangeiros em suas em presas estruturação dos anos 94 e 95. entra
Pesquisas - RNP e o Progra e com a finalidade de suprir o agora na sua fase prática. A idéia do
ma temático de pesquisa bá mercado local. Programa é movimentar US$400
A sica em informática - Protem, Israel desenvolveu o Instituto milhões, nos próximos quatro anos.
o Softex 2000 se destina a gerar em Rafael de Desenvolvimento de Tec Em fevereiro de 1997, a coordenação
pregos e riqueza através da criação e nologia de Armamentos que, recon do Programa passará do CNPq para
exportação de programas de soft vertido para uso civil, oferece a iniciativa privada. Na base do
ware, disse Eduardo Costa, diretor ao mercado internacional produtos Softex 2000 se encontram núcleos de
do Centro Nacional de Pesquisas- sofisticados em telecomunicações, desenvolvimento de software, com
CNPq, durante a realização do III materiais, criptografia e informática. quinze unidades já espalhadas pelo
Seminário “How to Export Soft Israel, com lei de incentivo ao capi Brasil, representando USS2 milhões
ware", no Rio de Janeiro. Criado tal estrangeiro, tem mais de 15 mil de investimento e 415 empresas
em fevereiro de 1993, o Softex 2000 pessoas envolvidas no segmento agregadas. A partir de 97, cada
quer capacitar o País de modo a eletrônico e de software e investe núcleo terá que com petir para
exportar, no ano 2000, dois por cento pesado em P&D no segmento “high- angariar seus próprios recursos.
do faturamento mundial de software. tec”. Empresas como IBM, Intel, A ação típica de um núcleo com
Um dos trunfos do Brasil é a National Semiconductors, Digital preende treinamento — técnico e
qualidade de seus recursos humanos e M otorola, mantêm centros de comercial — para potenciais expor
especializados. Temos mais pesquisa em Israel. tadores de software, articulação entre
doutores, graduados em informática, A índia procurou o caminho da empresas e o programa Softex 2000.
do que a soma dos demais países na auto-suficiência criando, ainda na O teste de programas é feito, via esta
América Latina. década de 60, as estatais Bharat ções de trabalho, com ligações on
Sem tela, sem teclado, talvez Electronics c a Electronics Corp. of line, através da Rede Nacional de
com andado pela voz, o futuro índia. Posteriormente, ocorreu aber Pesquisa, leia-se Internet.
computador será menos visível e tura para o capital privado local, Reconhecendo que o grande
ficará inserido em nosso dia-a-dia com a indústria eletrônica voltada mercado para exportação dc nosso
comandando transportes, habitações para o mercado interno e ofere software fica nos Estados Unidos, o
e com unicações. Neste cenário, cendo produtos de 2,5 a 3 vezes Softex 2000 estabeleceu uma cabeça-
reinarão os programas de software mais caros que os internacionais. de-ponte em Miami. na FÍó-
que requerem para sua produção rida, sob forma de um
gente de boa capacidade tecnológica. No mercado internac escritório de represen
Essa demanda abre um nicho para os a índia é reconheci tações. Com jei-
programadores do Terceiro Mundo. aluguel de mão de tinho brasi
Países em desenvolvim ento, especializada, de ba leiro. o
com o Coréia, M éxico, Israel e custo, favorecendi
índia têm tido sua própria política os chamados “man
de capacitação tecnológica na área power contracts "
eletrônica. Na Coréia, o Governo para serviços de
fez grandes encomendas, colocou codificação e
ágio às importações e favoreceu teste de progra
conglomerados locais, em coope mas, suados cm
ração com parceiros internacionais, verdadeiras fábricas
como Samsung, Goldstar. Daewoo de software.
e Hyundai. O México fez sua in
dústria eletrônica, com base em O Programa na Prática
tecnologia de fora e com a par O Programa Softex 2000, ter
ticipação m inoritária de capitais minada a fase de planejamento e de
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