Page 35 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1995
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“A empresa mexeu com a vida de “que fizeram as telecomunicações no negócios com o Governo. Sobre o
todo cidadão brasileiro que vê o seu Brasil” e reiterou que não transigirá futuro, ele deu a entender que o país
futebol, via Embratel”, disse Sérgio quanto à manutenção da ética em sua não tem cultura regulatória e que os
Motta que, a seguir, destacou o administração. sete países ricos se articulam para
profissionalismo da mão-de-obra do O Ministro Sérgio Motta ainda tentar controlar o mundo através de
sistema Telebrás que ele soube bem falou “da miséria social, herdada uma nova revolução pós-industrial,
apreciar na qualidade de ex-empre desde do tempo da escravidão”, cuja em que a telemática joga com papel
sário. consultor de empresas. Tocan erradicação “será projeto de toda uma fundamental.
do em pontos sensíveis, ele afirmou geração”. Defendeu um “brutal pro Sobre o projeto das telecomunica
que causas corporativas não devem grama de desestatizaçào” e voltou a ções para o Brasil, disse o Ministro
ser pejorativas — desde que se trate citar que o Estado era privatizado, que ele envolve: o código de outorga
de "lutar por um país moderno e mais referindo-se a um empresariado que de concessões de rádio difusão e de
justo” — homenageou os militares sempre "tirava sua casquinha” em sistemas celulares — já divulgado
para consulta pública: a nova regu
lamentação do espectro de radiofre-
qüências; uma nova política para
satélites, cujo serviço, mas não neces
sariamente a propriedade, será públi
co. Ele previu 10 milhões de termi
nais celulares, implantados no Brasil,
até o ano 2 0 0 0 , e o lançamento de
“n” novas licitações para “n” novas
áreas, na banda 13, a terem início nos
primeiros meses do ano que vem.
Até outubro, o ministério das co
municações terá enviado ao Congres-
so, a no\ a legislação, em substituição
ao Código Brasileiro das Telecomu
nicações, prometeu Sérgio Motta. O
no górdio da privatização, segundo
ele, não e a implantação de serviços
de valor adicionado e sim o do es
tabelecimento de um novo orgão
regulador independente e com
participação do executivo e do legis
lativo para mudar a infra-estrutura
das telecomunicações.
Sobre investimentos para o setor
das TCs, as projeções anotadas na
coletiva dada pelo Ministro, foram
as seguintes: RS 74 bilhões, até o ano
2003; R$ 37 bilhões em quatro anos,
no Programa de Ampliação e Recu
peração do Setor de TCs - Paste; R$4
bilhões, em 95 e R$4 bilhões em 96,
já garantidos no orçamento; e um
total de R$11 bilhões nos anos 95 e
96, se computados aportes trazidos
pela empresa privada.
Comentando estes dados, um exe
cutivo brasileiro que preferiu não ser
citado, disse que a indústria brasileira
de bens de telecomunicações pro
duziu cerca de US$ 12 milhões nos
últimos três anos e de\ e se supor que
todo valor que vier a exceder este
limite terá que ser fruto das impor
tações ou de dinheiro novo.