Page 30 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1995

C A P A
da empresa, falou de satélites, e dos
problemas para competir com a ini­
ciativa privada. Mostrou ser conhecedor
da atividade de marketing e disse que
a Embratcl está disposta a competir.
“Pra valer".
Telebrasil Qual o futuro estraté­
gico da Embratcl ?
Dílio Penedo (Presidente da Pmhrate!)
São dois caminhos. O primeiro, até
definido pelo ministro, é dar suporte ao
processo da privatização Toda empresa
privada que se estabelecer no Brasil
deve ter pleno acesso à rede nacional e
a qualquer País do mundo. A PmhrateI
deve ter essa responsabilidade. Uma
rede de fibras ópticas sendo instalada
vai multiplicar por cerca de quinze
vezes a capacidade de transporte de
nossa rede.
TLB — Quando ficará pronta essa
iníovia?
D.P Até o final de 96, interligará as
principais capitais litorâneas, além de
São Paulo. Brasília e Goiânia. Acredito
que até 99 já teremos completada a
segunda etapa dessa infovia brasileira,
totalizando 20 mil Km de cabos ópticos.
TLB — E qual o outro caminho
estratégico ?
/ >./? A Embratcl precisa se tornar o
principal parceiro das corporação
nacionais e multinacionais que operam
no Brasil.
TLB — A única
da Embratel?
I ). P. Não sabemos se a Embratcl vai,
ou não, se manter como um monopólio e
30 Telebrasil. Set./Out,/95
João Carlos Pinheiro da Fonseca
O engenheiro Dílio muito menos se vai ser um monopólio sim àquele capaz de se adaptar às mu­
Penedo, presiden­ estatal ou privado. Seguramente, ela vai danças. Haverá jovens que ficam fixos
te da Embratel, ser uma das empresas mais controladas em seus métodos e processos e haverá
possui ampla ex­ do Brasil. Temos, porém, a obrigação de pessoas mais velhas, como eu por exem­
periência em te­ dotar o país de uma inf ra estrutura, ainda plo. que irão evoluir com as mudanças.
lecomunicações, que como empresa privada voltada para
inclusive na em­ negócios. Com ou sem concorrência sem­ TLB — Qual a média de idades do
presa privada. Em pre teremos que ser competitivos e dar pessoal da Embratel?
sua exposição, fei­ lucro. Ninguém mais pensa no Brasil que D.P. Em torno de 42 anos.
ta num linguajar uma empresa, mesmo estatal, possa ter
sucinto, tratou dos prejuízo por tempo indeterminado. TLB — E isso é bom ou ruim?
principais projetos D.P. Não sou contra a faixa etária alia.
I LB Interessaria a outra empresa I experiência é insubstituível. Sou a
fazer o que a Embratel faz? favor de quem entende o que está acon­
D.P. Interessa a qualquer empresa tecendo, de quem entende que o mundo
privada prestar seus serviços através de está mudando e que precisamos mudar
linhas de menor custo. Se a Embratel não junto com ele. E preciso, porém, que u
í vnseguir manu r < ustos adequados, segu­ empresa dé suporte ao indivíduo para
ramente, as empresas instalarão sistemas que ele possa mudar também.
que irão concorrer com a Embratel.
TLB — O que significa a Embratel
TI B- Por que a info\ ia que a Embra­ no cenário internacional?
tel instala é importante? D.P. A Embratel goza do reconhe­
D.P. A rota óptica Florianópolis- cimento internacional como padrão, eu
Fortaleza que se interliga com o i nisur diria, do primeiro mundo. Ao receber­
e com o Américas vai escoar o tráfego mos visitantes do mundo inteiro, eles
internacional de países como o Uruguai reconhecem a Embratel como uma em­
e Argentina E uma rota extremamente presa confiável de "quem se compraria
importante para a economia dos países um carro ". Sua importância é a dos
do Mercosul. O caminho óptico será milhões de minutos que ela trafega.
muito melhor do que a atual transmissão
por microondas, principalmente no TLB — A Embratel sofre pressões
tocante á comunicação de dados em internacionais?
altas velocidades. D.P. — Sem dúvida. São no sentido de
reduzir e igualar as tarifas da Embratel
TLB - A Embratcl oferece cerca de com os países com que ela se relaciona
40 serviços. São todos eles rentáveis? Os impostos cobrados em cada país di­
D.P. Serviços nunca são demais, mas ferem e isto estabelece uma dissimetria
eles evoluem. O telex, por exemplo, está em relação ao que o usuário paga. Por
sendo substituído de certa maneira pelo outro lado, a Embratel tem sido muito
fax e datafax. E preciso manter o antigo solicitada para a formação de parcerias
serviço até que o novo serviço se conso­ operacionais para preferência de
lide. A videoconferência é um serviço caro tráfego e coisas semelhantes.
que ocupa boa parte de um transponder
de satélite e o cliente precisa ir até a Em­ TLB — Qual a posição da Embratel
bratel ou esta leva toda uma paraferná­ sobre essas parcerias ?
lia à casa do cliente. Um serviço por linha D.P. — Acho que enquanto a Embratel
discada, em 64 kbit/s, vai ser oferecido e for uma empresa estatal e monopolista
o cliente só pagará pelo tempo de uso. ela não deve fazer tais parcerias inter­
nacionais preferenciais.
infovia será, então, TI íB— A idade do pessoal ser elevada,
não desestimula os mais jovens? TLB — E como vai a área de satélites?
D.P. O mundo do futuro pertence, D.P. — Satélites brasileiros são utiliza­
paradoxalmente, não ao mais jovem e dos para atender a localidades na Jnia-