Page 28 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1993

T Tm dos papas internacionais da en-

I genharia de software, criador do

I vocábulo “ engenharia da infor-

V/ mação” , o consultor James Mar­

tin ministrou no Hotel Brasil Hilton,

em São Paulo, um de seus concorri­

dos “ seminários” , numa promoção

conjunta do IBPI e da Digital do Brasil.

A James Martin Holding Ltd fir­

mou acordo com o grupo brasileiro

JMB Participações para formar a Ja­

mes Martin & Co. S/C Ltda., no Bra­ Ao centro James

sil, com escritórios no Rio e em São Martin, em segundo

Paulo, voltada para consultoria em plano

engenharia da informação. São dire­ Fábio Marinho,
do IBPI.
tores da nova empresa Gustavo D.

Monteiro (ex-Pricc), Antonio Tyla (ex-

GE), José Lisboa Dias (cx-BlD) e Má­

rio Vasconcelos (cx-Serpro).

Gargalo O desenvolvimento de programas, puting) eliminou as instruções com­

até bem pouco tempo, foi considera­ plexas em linguagem de máquina e o

Computadores para desempenhar do um artesanato e ainda é um dos “ microcode” para operar o chip. Pro­

sua funçáo precisam de programas que gargalos para o progresso da indús­ cessadores passaram a efetuar uma

são desenvolvidos em um ciclo de eta­ tria de informática. Para ajudar no instrução por ciclo de máquina ao in­

pas definidas, que vão da análise de desenvolvimento dc sistemas está sen­ vés de levar cinco ciclos como na tec­

requisitos do usuário até a feitura de do utilizado o próprio computador nologia Cise (complex instruction set

programas “ aplicativos” . Em parti­ para otimizar fluxos de informação, instruction). Ele creditou à tecnolo­

cular, o mundo da informação em­ integrar atividades empresarias e re­ gia Risc, o sucesso da empresa Sun

presarial — tema do seminário de Ja­ gistrar dados, nascendo as ferramen­ que atingiu um patamar de fatura­

mes Martin —- exige o desenvolvimen­ tas CASE (vid glossário) e a engenha­ mento de um bilhão de dólares, em

to de programas que, a partir da rea­ ria da informação. apenas seis anos.

lidade de cada situação, deve chegar James Martin abordou os melho­ Para o futuro próximo estão che­

a linhas dc código que o computador ramentos do “ hardware” . A tecnolo­ gando os chips de tecnologia Risc II,

entende. gia Risc {reduced instruction set com- operando com quatro a cinco e até

James Martin, o Homem.

A estatura é acima da média c a to rápido, durante o Seminário, como truments — hoje um produto lider em

compleição mais para magra. O rosto no ritmo de um computador. James ferramentas CASE — c o Automated

ossudo tem um nariz forte c o cabelo Martin é pai das ferramentas CASE Development Workbench, da Knowled-

liso vai repartido dc um lado. Tem a que consiste em utilizar o próprio com­ geware.

aparência, a fleugma e a nacionalida­ putador no desenvolvimento dc pro­ O consultor demonstrou entusias­

de dc um cidadão britânico. Ao dar o gramas. Agora seu campo de trabalho mo pelos computadores portáteis no­

Seminário sobre engenharia da infor­ c o da Engenharia da Informação, que tebooks. Ele tem um que denominou

mação, em São Paulo, ele caminhou é uma extensão do conceito CASE en­

lépido entre (rês projetores dc transpa­ volvendo todo o ambiente empresarial, dc confiável, prático e que através de

rências para manter alerta a platéia, visto sob a óptica da informação. modem laia com todo o mundo, inclu­

não aparentando a própria idade que Com 80 livros publicados sobre in­ sive via satélite. Em relação ao Brasil,

certamente já ultrapassou os sessenta. formática e telecomunicações e mais onde inaugurou uma filial da James

O falar é rápido, factual e permanen­ de 500 vídeos educacionais, o consul­ Martin & Co, dedicada à consultoria,

te. Os gestos são largos e abundantes. tor James Martin alterna sua moradia ele se considera otimista: “a inteligên­

Lembra um pouco um pregador pro­ entre Chicago,. Londres e as ilhas Ber­ cia, aqui, é o dobro da que existe na

testante. Pro fissional. mudas. Formado em física pela Uni­ Coreia, mas é preciso reorganizar o

As centenas de transparências — versidade de Oxford, com 18 anos de mundo dos negócios”. As opiniões do

bens feitas c a cores — vão sendo tro­ trabalho na IBM, a figura legendária especialista são diretas: “a televisão de

cadas constantemente ao longo da con­ dc James Martin tem a seu crédito o alta definição japonesa já nasceu mor­

ferência. Fias servem de pano de fun­ desenvolvimento do Information En­ ta por que é analógica” ou então “o

do para a palestra. Tudo é rápido, mui­ gineering Facilities - IEF, da Texas Ins- sistema operacional DOS está com seus
dias contados”.