Page 32 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1993
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que James Martin
tinha para dizer -
parte central do seminário de Ja
Â
mes Martin foi expor a maneira
“ não-artesanal” para analisar sis
temas e desenvolver programas
aplicado a grandes corporações. A se
guir, algumas de sua idéias básicas.
— As empresas têm um caos não
controlado de burocracia e redundân Platéia ouve, com
cias. Ao se desenvolver um modelo atenção, os conceitos
de informações a direção da empresa de Martin.
fica normalmente abismada com o que
vê e parte para mudanças profundas
na organização.
— A engenharia ou reengenharia
de sistemas de informação de uma
empresa tem que ser rápida (no má — A geração automática de códi tal automatizado, envolver o usuário
ximo seis meses) porque o mundo dos gos por computador leva a progra e ter pontos de verificação. A meto
negócios é dinâmico e o modelo pode mas com sintaxe 100% correta ainda dologia moderna diminui o número
ficar obsoleto. Quanto mais rápido o que a semântica (significado) possa de erros em programa. “ O objetivo
processo, melhor. conter erros. da IBM é passar de 600 para 4 erros
por milhão de linhas de código” , co
— Produtos para engenharia de in James Martin disse ainda que o uso mentou o palestrante.
formação devem ser completos. De e ferramentas CASE quadruplica a A interação dos analistas com o
vem ir do entendimento estratégico produtividade do desenvolvimento de usuário deve ser feita numa sala espe
da empresa até linhas de codificação sistemas. Ele citou como ferramentas cial, aparelhada para JAD, que subs
de programas de computador que irão existentes a linguagem de alto nível titui o papel de anotações por reposi
informatizar a empresa. Programas CSP (a partir dela se produ/ código tório eletrônico, em computador. Nes
apenas geradores de códigos nunca Cobol ou outro), da IBM; Gamina, ta sala efetuam-se workshop para ati
funcionaram bem. Ferramentas CA da KnowlcdgeWare; Tclon, da Pan- vidades de modelamento JRP E JRM
SE modernas c integradas (vide glos sophic; APS, da Intersolv; e a 1EM (joint requirement planning & mode-
sário) são indispensáveis, bem como (/' n forma tion engi n eeri ng met odology) ling) a que se segue a construção de
a escolha de uma metodologia ade da Texas Instrument desenvolvido pe fluxos e a fase final de produção. Tu
quada. O fracasso aguarda quem não la James Martin & CO. No Brasil, o do rápido, como deve ser o JAD (job
escolher uma boa metodologia de de PC-Case, do IBPI, tem numa base aplication design). Uma aplicação não
senvolvimento. instalada de mais dc 1500 cópias ven deve levar mais de quatro dias para
didas, junto a mais de 200 clientes. ser desenvolvida e o total do desen
— Um bom ferramental de desen Um projeto de sistemas deve ser volvimento nunca deve ultrapassar 60
volvimento de sistemas envolve o uso independente do hardware, da base dias.
de um repositório único, dc comuni de dados, da configuração e dos meios A equipe de especialistas para de
cação homem-máquina GUI e deve de comunicação utilizados. Os padrões senvolvimento deve ser pequena, ágil,
refletir as realidades do negócio. O Case mais comuns são o PCTE (por- motivada criativa e contar com o
repositório é uma figura central on tablecommon tool enviroment) da EC- integral apoio do top management da
de ficam armazenados, de maneira in MA; o IRDS (information resource organização; enfim, uma elite. Pode
tegrada, diagramas dc dependência dictionary), que corresponde a um me haver vários SWAT team (Specialist
(fluxo de dados), de transição de es tamodelo de 4 níveis da ISO NG3 e with avanced tools) operando em pa
tados, dc decomposição de processos, Ansi X3.138; e o CDIF (case data ralelo, cada um com seu próprio re
de relacionamento de entidades e de intcrchangc forms) da EIA para tro- positório que, no entanto, se integram
conjunto dc atividades. .ca de informações entre repositórios. num repositório comum.
Na orientação para objetos existe o James Martin citou exemplos con
— A visão dos dados podem ser modelo de referência OMG, além dos cretos do sucesso da aplicação de tal
conceituai, dc encadeamento lógico ou modelos proprietários com interfaces metodologia. A Xerox, utilizando equi
de armazenamento. Dados que falam que os tornam abertos e universais. pes Swat, num esforço de três meses,
de dados formam no repositório um James Martin ainda enfatizou que desenvolveu 350 mil linhas de progra
metamodelo. Este pode conter algo uma boa metodologia — utilizando mação em linguagem Cobol, com pro
como 100 mil blocos, três mil regras, RAD (rapid aplication development) dutividade de 1036 linhas/analista/dia,
e milhões de linhas de código. Um — para o desenvolvimento de siste em ambiente IMS (information ma
bom coordenador do repertório sabe mas deve evitar a burocracia, a infle nagement system), da IBM. A Italce-
rá manipular este conjunto para mos xibilidade e o “ reinventar da roda” . menti reorganizou 19 tabelas, em ba
trar dados sob várias visões. Deve ter repositório, módulos reutili se de dados DB2, com produtividade
záveis, pequenas equipes, ferramen de 1450 linhas.