Page 23 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1992

cia num poste ou na casa do usuário. alemão resolveram partir para a im­

Juliano Castilho DalPAntonio, um plantação da fibra até a casa do assi­

estudioso das topologias de redes no nante.

CPqD, observou que para o futuro a No caso do PTT alemão, a central

distribuição de sinais ópticos poderá telefônica ganhou uma unidade ” op-

se dar via WDM (m ultipl exação p o r tical line terminal - OLT” que, atra­

comprimento de onda). Ele vê ainda vés de uma fibra, faz chegar um sinal

como possibilidade a utilização de um óptico a uma ‘‘optical network unit -

anel ótico primário com seus nós su­ ONU” . Esta unidade, menor que um

portando estrelas de distribuição e com bujão de gaz, pode ficar pendurada

Estações Rádio Base - ERBs para te­ no poste da esquina ou ser abrigada

lefonia celular. Ele defendeu o uso de no chão. Dela saem fibras, coaxiais e

rotas estratégicas para o caso de gran­ pares que vão alimentar de 18 a 30

des usuários - como fez a Telepar pa­ usuários. Dispositivos laser, que são

ra a região industrial de Curitiba - de o coração da transmissão óptica, já

“rotas estratégicas” com distribuição estão confiáveis e têm vida média es­

por fibras ópticas, em configuração timada em 10 anos, na janela de 1300

ponto-a-ponto e multiponto. Tais ro­ nm.

tas a serem feitas para transportar trens De acordo com Patrick Cameron,

de sinais de alta capacidade, como a da ADC, o importante é ter uma ar­

2Mbit/s. quitetura que possa garantir sua evo­

A implantação da distribuição óp­ lução para o objetivo final que é o de

tica - uma tarefa de 10 a 15 anos de levar a fibra até o usuário, a fim de

percurso - passa por uma fase de Fibra óptica c eletrônica se conjugam para le­ garantir a chegada de novos serviços

var serviços ao usuário.
transição em que deverá ser congela­ de banda larga. Já o diretor da Bell

da a instalação de cabos de cobre; Atlantic, John Farmer, observou que

expandida a rede em cabos ópticos poderá chegar a ser de 10 assinantes sua empresa utiliza no Estado de Mar-

para distâncias acima de 3 km (dis­ por fibra, num horizonte de 10 anos. yland um conjunto de quatro fibras

tância econômica); c ser extendida a Novos serviços como videoconfe­ ópticas - duas para stanby - para o

rede óptica, até a casa do assinante, rência, telefilmes e televisão só esta­ transporte de sinais entre 45 kbit/s

ou então até a esquina. Os cortes de rão disponíveis se houver distribui­ ou 672 canais de voz e 1.12 Gbit/s ou

área para expansão da rede serão subs­ ção de sinais em faixa larga, o que 16.128 canais de voz. Ele recomen­

tituídos por ilhas de atendimento su­ vale dizer se houver distribuição por dou a utilização da hierarquia Sonet

perpostas à atual rede. Assinantes não fibra óptica. Serviços como o fac-sí­ (Synchronous O ptical N etw ork) co­

residenciais terão prioridade sobre os mile de alta velocidade exigem a trans­ mo um meio de harmonizar sinais mul-

residenciais para receberem a fibra óp­ missão de sinais digitais em velocida­ tiplexados originados de diversas fon­

tica. O objetivo final, no entanto, é des de 10 Mbit/s. Já a videoconfe­ tes. Dentre os problemas a serem re­

levar a comunicação por fibra óptica rência pede 45 Mbit/s e a televisão de solvidos na rede de distribuição pura­

a todo assinante do Sistema Telebrás. alta definição pode chegar a 135 mente óptica está o da alimentação

A diretoria de planejamento e enge­ Mbit/s. Todas essas velocidades são do aparelho telefônico, atualmente fei­

nharia da Telebrás, juntamente com inviáveis pela atual rede baseada no to através da linha telefônica, mas

o CPqD e representantes das opera­ uso do cobre. Frente a esta conside­ que no futuro terá que ser alimenta­

doras, estão estudando a melhor ma­ ração operadoras como o Bundespost do por baterias locais.» (JCF)

neira da transição da rede de cobre

para uma rede totalmenle óptica.

E como fica a CATV?

Preço
distribuição de televisão por ca­ no Estado de Santa Catarina. No Rio

bo ou cabodifusão se superpõe, Grande do Sul opera em Capão Novo,
A rede óptica é ainda comparati­ em parte, ao sistema de distri­ há mais de quatro anos, uma das p ri­

vamente cara mas a aplicação de cur­ buição por fibra óptica das operado­ meiras distribuidoras de tevê por cabo

vas de aprendizado industrial - que ras. Uma vez implantada uma rede de do País.

traduzem a queda de preços com a fibra óptica é lógico para uma opera­ Com cerca de meio bilhão de linhas

elevação do volume da produção - dora querer oferecê-la para transpor­ telefônicas no mundo e que crescem a

fazem antever sua viabilidade econô­ tar também sinais de televisão, tal co­ um ritmo de 6% ao ano, o mercado

mica. Sebastian Andreatta, da Ray- mo faz hoje com o transporte de ima­ para implantação de fibra óptica na
gens de vídeo, via satélite. Sezundo apu- rede é de milhões de novas instalações
net, reportou que em distâncias de
rou a REVISTA TELEBRÃSIL, é in­ por ano. O Japão já reservou 200 a
até 1 km a instalação cm cobre é mais
tenção do sistema Telebrás oferecer o 300 bilhões de dólares para estabelecer

barata do que em fibra ótica, a dois serviço de transporte - uma de suas uma rede óptica de faixa larga até o

quilômetros os custos se igualam e atribuições institucionais - de sinais de ano 2015.

acima de três a fibra ganha do cobre. televisão, uma vez instalada a rede de Dentre as soluções para implanta­

Ele citou que, na Europa, para insta­ distribuição óptica no enlace de assi­ ção da fibra óptica na rede de distri­

lação óptica a 1,5 km, com distribui­ nantes. buição, a Europa parece optar pela re­

ção para 20 assinantes, 54% são cus­ Mas a Telebrás terá que andar rá­ de óptica passiva - PON, de custo de

tos cie dutos e obras civis, 19% são pido. Já há em São Paulo mais de 100 implantação mais baixo, e os EUA pe­

autorizações para implantação de tevê la rede ativa com multiplexaçáo TDM
de equipamentos elelro-ópticos, 5%

por cabo ou CATV. Em Curitiba já ou com conversão opto-eletrônica. Mas
são os custos da fibra e 22% são de

existem três distribuidoras de CATV - ainda não há uma questão fechada so­
outros custos. Por ora, a distribução
uma delas é do grupo Sid/lncpar con­ bre qual a melhor arquitetura para a
econômica para a rede secundária c sorciado com a Globosai - e mais duas rede óptica.

de 20 a 30 assinantes por fibra, mas

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