Page 18 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1992
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A Indústria de Cabos projeto “ Festoni” foi de 150 km e o a área médica, ela partiu para o ser
máximo de 239 km, sem uso de repe viço automatizado de análises clíni
perde o cobre tidor submerso, explicou Enrico Ban- cas. Finalmente, a Corning é o maior
fi, da Pirelli. A estrutura do cabo produtor mundial de fibra óptica, além
e ganha a luz utilizado inclui um tubo de cobre de componentes ópticos.
soldado hermeticamente que envolve Para John Edwards, diretor da Cor
as fibras ópticas e que, juntamente ning, a tendência das comunicações
com um material tamponante espe ópticas é rumo ao uso simultâneo das
cial, impede a propagação longitudi janelas de 1300 e 1550 nm, ao trans
de 2600 toneladas. O custo de um porte de fluxos da ordem de 2,4 MBit/s
cabo com Aramid é 5 a 10% mais nal da água em caso de rutura do cabo. com velocidades de 10 Gbit/s já obti
caro do que os cabos diéletricos co A Corning é sinônimo de vidro sob das em laboratório, à multiplexaçâo
muns. todas as formas, excluídas as garra por divisão em freqüência e por com
Já a Pirelli, que tem 2.500 km de fas e os vidros planos. Nascida em primento de onda. Ele vê o estabele
cabo OPGW instalados na Europa e 1951, a Corning está no Brasil desde cimento de cabos ópticos submarinos
Oriente Médio, forneceu e instalou 1965. Esta enorme corporação, com formando uma rede global integrada
2043 km de cabo ótico submarino no mais de 66 mil empregados no mun pelo uso de amplificadores ópticos com
projeto “ Festoni” interligando um to do todo, opera nos mercados de cerâ Érbio e fibras de dispersão desloca
tal de dezeseis localidades costeiras micas, vidros especiais, produtos de da. A Corning desenvolveu fibra de
de Genova a Palermo e no mar Iô- consumo - panelas refratárias e ócu alta precisão com tolerâncias de 1 mi-
nio. O sistema utilizou um cabo de los - e de seu contato com vidros para
12 fibras ópticas - deu para acomo cron; oferece fitas com 16 fibras pa-1
ralelas; e desenvolveu revestimento de j
dar seis fluxos de 560 Mbit/s - tipo titânio que aumenta a resistência das
‘‘loose'’, com fibras do tipo de índi
ce de dispersão deslocado. O “ Festo fibras à abrasão.
ni” opera na 3a janela óptica de 1535 A Corning firmou, na década de
nm, e apresenta atenuações da ordem 80, parcerias equalitárias para fabri
de 0,2 DB/km, com dispersão de ape cação de fibra pelo método OVD (oui•
nas 3 ps/nm.km. side vapor deposition) na Inglaterra,
O gigante italiano da indústria de Itália - com a Pirelli - Alemanha e
cabos desenvolveu 4 tipos de arma Austrália mas mantém sua unidade
duras para o cabo submarino c que produtora em Wilmington (USA)m
são tanto mais leves quanto maior a equipamentos de 7 a geração, vinte ve
profundidade de instalação do cabo. No estande da Furukawa, o telefone óptico, zes mais rápidos que os iniciais, e pro
O comprimento médio dos lances do revolucionário. dução de 400 mil km de fibra/ano.r
(JCF)
réia ou cm Taiwan, carece de flexibilida
A filosofia japonesa lhor. Já o Kan-Ban é um centro de infor de para praticar o “just-in-time”, tal co
mações que avisa quando um produto foi
do “Just in Time” vendido e tem que ser reposto. O Kan- mo é feito no Japão.
Dentre os pequenos “segredos” qu«
Ban pode ser implementado desde o uso
de uma simples etiqueta, destacada ao se ele revelou para que o jusí-ín-f/me dê cer
vender o produto, até sofisticados méto to, destaca-se a necessidade de um bom
Seiichi Fujita é PhD em engenharia in
dustrial e reconhecido mundialmcntc co- dos que utilizam informática. conhecimento sobre a demanda do usuá
mo um dos papas do “just-in-time” . Ele O “just-in-time” pressupõe um siste rio, o que pode ser feito por métodos d<
veio ao Brasil a convite da Association ma flexível de manufatura que se adapte amostragem. Um excesso de “just-in-ti
for Overseas Technical Scholarship - AOTS à demanda do usuário final. Uma das prin me” , porém, traz problemas. Uma pe;
para apresentar a brasileiros, que estagia cipais vantagens da filosofia “just-in-ti- quena loja no Japão pode receber até 1
ram no Japão, novas técnicas de produti mc” é justamente reduzir estoques inter visitas diárias para que se dê a reposição
vidade. O especialista japonês sintetizou mediários - algo absolutamente impro de mercadorias vendidas e isto, multipli
a filosofia “just-in-time” , como um sin dutivo. “Estoques volumosos escondem cado ao extremo, tem causado tremendo*
cronismo da empresa com a demanda do problemas na produção e não constituem, engarrafamentos de tráfego. Cabe ao ge
mercado de modo a produzir no tempo, muito menos, uma defesa contra a infla renciamento da emprega planificar o1 ‘just-
na quantidade e nos tipos certos, sem des ção”, observou Fujita. Para ele, a produ in-time” e disseminá-lo de cima-para-bai-
perdícios e sem estoques intermediários. ção em massa, tal como utilizada na Co- xo, ao passo que as atividades correspon
O “just-in-time” é uma réplica do que dentes devem ocorrer com os trabalhado
acontece, corriqueiramente, numa com res liderando o processo, de baixo p^'
pra em supermercado. O estoque do ar cima.
mazém é a própria loja. Ao diminuir o -Frente ao fenômeno mundial da cri*
produto retirado pelo cliente de uma gôn ção de blocos econômicos e de mercadf
dola, o mesmo é recolocado em propor comuns, o Japão responde com a criaça-
ção igual por um atendente. A Toyota do bloco asiático, estando sempre aber:
Motor Co. começou a utilizar tal proces para colaborar com os demais mercado-1
so há trinta anos, ao repor na linha de observou Fujita. Referindo-se à possP'
produção apenas os itens que sofriam mo dade de maiores investimentos japon^
vimento. no Brasil, disse o visitante que o Japão '
São ferramentas do “just-in-time” , se um país pragmático que precisa vend-
gundo Fujita, os métodos de Káizen e de para sobreviver - planeja e distributin';
Kan-Ban. A melhoria gradual de um pro dialmente suas unidades produtivas,
duto - ainda que pouco perceptível, de pre tendo em vista quem irá absorver
uma versão atual para a que a antecedeu produtos. O Brasil, além de estar geogr*.
- é o Kaizen. Ao final de dez anos, o ficamente muito distante do Japão. n*'
produto “kaizenado” estará totalmente “J u s t-in -tim e te m p o , quantidade e tipo na representa, ainda, um grande mercado
modificado e será um produto muito me medida certa. finalizou o entrevistado. (fl 1