Page 17 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1992

ABCXtal, disse que a empresa “ pode fornecido em lances de até 6 km sem

e vai brigar para competir nas licita­ interrupções. O FibreSpan é para ins­

ções de troncos ópticos do Sistema talação em redes de transmissão em

Telebrás” . Já Jorge Marsiaj, da Bra- vãos livres de até 1000 metros e utili­

cel, observou que “ a abertura para o za na sua construção, uma fita ou

exterior, uma coisa saudável, deve ser “ ribbo” de 12 ou 24 fibras ópticas

algo planejado e gradual” . em repouso “ loose” numa ranhura

No cenário dos pequenos fabrican­ existente no núcleo de fibra de vidro

tes nacionais, a ABCXtal - que gozou do cabo.

no passado de monopólio junto à Te­ Os cabos dielétricos, auto-susten­

lebrás - já produz fibra do tipo dc tados, privilegiam a construção “ loo­

dispersão deslocada para operar na se” , utilizando tubetes ou ranhuras,

janela de 1550 nm, com atenuação de que são preenchidas com geléia de pe­

0,25dB/km e dispersão de 2,5 picos- M inistro Higmo Corsetti, da Raychem e Ray- tróleo e por onde correm as fibras. A

segundos, apropriada para ligações de nct, produtos de redes. Furukawa já efetuou testes de insta­

longa distância. Também já oferece lação do Powerguide em dutos e em

bobinas de 30 km de fibra sem inter­ rede aérea, na cidade de Curitiba, que

rupção quando anteriormente eram foram mostrados no IX Seminário de

apenas de 12 km. A Bracel que tam­ Redes através de “ slides” . Por sua

bém fabrica fios e cabos tradicionais vez, Marco Scocco, da Pirelli, repor­

- vem de lançar o fio FEB auto-sus- tou que a empresa já instalou em

tentado para substituir o fio drop - duto, para a Telesp, 290 km de cabo

ganhou concorrência para 110km de dielétrico, com fibra monomodo en­

fibra na CTBC, mas “ ainda está es­ tre São José dos Campos e Guaratin-

perando o pedido” . A Marsicano foi guetá. A Pirelli foi pioneira no forne­

a primeira a homologar junto ao CPqD cimento da primeira rota óptica inte­

o cabo de 24 e 36 fibras. rurbana do País, interligando São Pau­

(E-D) Ludgcro Pattaro e Enrico Banfi, da Pi­
A Ficap, leia-se Ericsson, está aten­

relli, indústria dc cabos. lo a Campinas e é uma das fortes
ta ao mercado de cabos óticos e a concorrentes ao sistema de cabos óp­

cabos para teleinformática. As gran­ warc próprios para esta avaliação - a ticos costeiros objeto de licitação da

des empresas, Pirelli e Furukawa, dis­ fim de proteger o revestimento do ca­ Embratel.

putam palmo-a-palmo o mercado da bo da ação eletroquímica causada por Além dos cabos ópticos para uso

Telebrás, além do gigante do alumí­ agentes atmosféricos. Pela utilização em dutos com algumas dezenas de fi­

nio, Alcoa com penetração na área da equação de Mitsnuga dá para cal­ bras já começam a surgir cabos com

de energia elétrica e que também dis­ cular a fiabilidade dc sistemas OPGW centenas de fibras. Gianni Glerico, da

puta o mercado de cabos OPGW. que tem vida útil prevista de 40 anos. Belíorte, falou de cabos ópticos para

Do ponto de vista técnico, fibras Coube à Pirelli ser a pioneira da área de distribuição com 100 a 200

ópticas são reunidas para formarem instalação de cabo OPGW no País fibras. Tais cabos, em início de utili­

cabos. Nestes, as fibras devem ser com instalação para a Telemig de 18 zação na Itália, são do tipo em fita

protegidas de tensões mecânicas in­ km de cabo. Em 1991, a Telesc, com ou “ ribbon” com conectores mecâni­

devidas, da umidade, e de poluentes a participação da Eletrosul, contra­ cos associados, colocados em fábrica.

como o hidrogênio molecular. Diver­ tou a Alcoa/Metodo para forneci­

sas construções mecânicas são utili­ mento “ turnkey” de ligação OPGW Mercado

zadas na formação de cabos. Na tec­ para o Estado de Santa Catarina. Se­

nologia “loose” as fibras ópticas cor­ gundo Sérgio Luz Pereira, da Telesc, O mercado da indústria de cabos é

rem em tubetes o que as desvinculam esta solução revelou-se até mais bara­ competitivo e para cada situação de

mecanicamente da armadura metáli­ ta que um enlace rádio digital, equi­ instalação fornecedores respondem

ca externa. Na tecnologia “ tigth” - valente. A rota Joinvile-Criciuma, da com uma solução inovadora. A mul­

que leva a menores diâmetros exter­ Telesc, a ser concluída em 1992, vai tinacional holandesa, Akzo tem, por

nos - condições de instalação e teste transportar um sistema equivalente a exemplo, uma fibra sintética - Twa-

devem garantir a vida da fibra frente 1.920 canais de voz com hierarquia ron Aramid - que foi apresentada por

a tensões mecânicas encontradas. digital síncrona, STM-4, a uma velo­ J. H. Van Leeuwen no IX Seminário

“Loose” e “ tigth” têm, cada uma, cidade de 622 Mbit/s. Rodney Cesar de Redes da Telebrás. Aramid é uma

suas aplicações específicas. Amarity, da Alcoa, vê o mercado de “ poliamida aromática” tão forte quan­

Linhas de energia elétrica são ro­ OPGW como “ muito promissor” e to o aço e mais leve que o alumínio.

tas naturais para instalação de cabos está aguardando a abertura das licita­ É o revestimento ideal para a prote­

ópticos interurbanos. O cabo OPGW ções da Telepar, Telemig, Telest e a ção de fibra óptica e formação de

(optical ground wire) é para ser insta­ da Telesp - um “ filé mignon” incluin­ cabos ultra-resistentes.

lado no topo das linhas de alta ten­ do 1200 km de cabo OPGW. Cabos dotados de Aramid resistem

são de energia elétrica. O cabo até ao impacto de chumbo de caça
- “ Cabos optometálicos podem en­

GWWPOP {ground wire wrapped op­ contrar problemas frente a descargas que entusiasmados desportistas euro­

tical fiber cable) é enrolado direta­ atmosféricas, como aconteceu em Be­ peus gostam de atirar em pássaros que

mente sobre a linha pára-raios da li­ lo Horizonte” , observou Leonardo Sil- escolhem linhas áreas ópticas como

nha de transmissão e que pode ser vério, da Furukawa, para quem o fu­ lugar de pouso. Não é à toa que co­

instalado com a linha energizada. Ca­ turo está reservado a cabos óticos to­ letes à prova de bala são feitos do

bos totalmente dielétricos podem, por talmente dielétricos auto-sustentados. mesmo material. A Akzo, uma em­

sua vez, serem utilizados com a mes­ Nesta área a Furukawa oferece o Po- presa que fatura 10 bilhões de dóla­

ma finalidade. Neste caso, eles preci­ werGuide e a Pirelli, o FibreSpan, além res por ano e possui 66 mil emprega­

sam ser instalados em pontos de mí­ dos, detém 40 % do mercado do con­
de outros cabos de características se­
nimas linhas equipotênciais - há soft- sumo de Aramid que, em 1992, foi
melhantes. O PowerGuide pode ser