Page 16 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1992
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A indústria de cabos perde
o cobre e ganha a luz
O m undo das telecom unicações já
aderiu às com unicações ópticas. A
tecnologia da fibra e dos acessó
rios saiu dos laboratórios e está sen
do adotada em cabos subm arinos,
em ligações a longa distância, em
comunicações suportadas p o r linhas
de energia e agora ruma para a ca
sa do assinante.
á um caminhar da indústria para
H deixar o cobre para trás e adotar
o silício, um material abundante
na natureza, que c a matéria pri
ma para o vidro puríssimo de que é
feito a fibra óptica. Quem não se re
ciclar - mas toda a indústria de cabos
está atenta e já tem forte competidor
nas comunicações rádio celulares re
vigoradas pelo computador - vai ter
que sair do mercado dc telecomuni
cações e se cingir ao mercado de ca
bos para energia elétrica, onde o co
Cabos dc cobre há quase cem
bre briga, também, com o alumínio. anos vem cumprindo sua missào
A introdução da fibra óptica nas
redes de TCs é tão grande que come ...agora serão deslocados pela
ça a afetar o consumo dc cobre. Es fibra óptica, um mundo
“ clean”
tudos de Walter Lins Arcoverdc, do
Departamento Nacional dc Recursos
Minerais, mostram que cada km de
fibra óptica desloca, em média, 72 kg
de cobre. No Brasil, o consumo de
cobre continua crescendo, mas a ta
xas decrescentes.
A instalação mundial dc fibra óp
tica, em 92, está estimada em 10 mi
lhões de km e aumenta a um ritmo de
20% por ano. Já existem 35 milhões
de km de fibra instalada no mundo.
A quase totalidade do mercado mun
dial de fibra é do perfil monomodo
(<que tem melhor atenuação) e 85% se A capacidade produtiva nacional a Bracel e a Pirelli, as duas primeiras
destina para telefonia e 5% para tele de fibras ópticas - praticamente toda utilizando processo MCVD (metalChe
visão por cabo. Os norte-americanos em tipo monomodo - gira em torno m ical vapor deposition) desenvolvido
consomem 44% da produção mun de 80 mil km-ano e seu consumo é da pelo CPqD e a última com tecnolgia
dial de fibra, os europeus 28%, os ordem de 120 mil km-ano. Isto repre própria. O Japão utiliza o método
asiáticos 19% sobrando 9% para o senta pouco mais que 1% do consu industrial de deposição axial de va-
resto do mundo, neste incluído, com mo anual de fibras ópticas instaladas por-VAD e a Corning, que abando
pouco mais de 1%, o Brasil. no mundo, mas a situação pode mu nou o método MCVD há dez anos,
Quanto ao preço da fibra, ele vem dar com a introdução da fibra nos como frisou John Edward, gerente de
declinando graças ao aprendizado in enlaces a longa distância e na rede de operações internacinais, utiliza o “out*
dustrial dado por altos volumes de distribuição do Sistema Telebrás. side vapor deposition-OVD” .
produção mundial. “ No Japão, o cus Resultante do clima de abertura do
to da fibra já está alcançando pata Cabos mercado, os pequenos produtores na
mares de 3 centavos de dólar por me cionais de fibra estão sentindo a pres
tro, enquanto que aqui ele é adquiri São sete os fabricantes de cabos são resultante da chegada de gigantes
do por valores bem maiores” , obser no País: Alcoa, Bracel, Furukawa, Fi- fabricantes europeus, japoneses e nor
vou Anselmo Nakatani, diretor-supe cap, Inbrac, Marsicano e Pirelli. Três te-americanos. Mas a indústria local
rintendente da Furukawa. empresas fabricam fibra: a ABCXtal, procura reagir. Gilberto Blattner, da