Page 19 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1991

ticos, o esforço para obter padrões tem

que contornar três dificuldades: acomo­

dar todas variantes que o mercado exige;

prever casos futuros frete à evolução da

tecnologia; e integrar a multiplicidade Telesc e Alcoa implantam

de idéias, que chegam de organismos in­

ternacionais, nacionais e privados. O con­ projeto pioneiro em SC

ceito de “sistema aberto’’ é importante

para a padronização. Ele significa, no ca­

so da indústria de informação, que máqui­ O Secretário Nacional de Comunica­ produzidos pela Alcoa, está na dupla fun­

nas, programas e interconexões — inde­ ções, Joel Marciano Rauber, presidiu a as­ ção de proteger as linhas de transmissão

pendentemente de sua origem ou implan­ sinatura do contrato, no valor de US$ 20 de energia elétrica, aproveitando-se a es­

tação operem uns com os outros. Um sis­ milhões, entre a Alcoa Alumínio S.A. e trutura das linhas aéreas já existentes,

tema aberto pressupõe a existência de ele­ a Telesc-Telecomunicações de Santa Cata­ além de ampliar a capacidade e confiabili­

mentos dotados de interfaces padroniza­ rina S.A. para a implantação de uma re­ dade do sistema de telecomunicações atra­

das, que são obtidas através do consenso de de cabos pára-raios com fibra óptica vés da utilização de fibras ópticas.

entre fabricantes, usuários, vendedores, (ou cabos DP-GW), que interligará as cida­ O projeto prevê ainda a implantação

projetistas, operadores e provedores de des de Joinville a Siderópolis. Segundo de 370 quilômetros de cabos e demais equi­

serviços. Um elemento que depois de tes­ o presidente da Telesc, Douglas Macedo pamentos complementares, incluindo

tado opera de conformidade com os pa­ de Mesquita, “além de nos prepararmos obras civis e a completa responsabilida­

drões, publicamente disponíveis, passa a desde já para o crescimento da demanda de da Alcoa pela viabilização do sistema.

integrar um sistema aberto. até o ano 2010, visamos o aumento da con­

fiabilidade do sistema de transmissão de M odernização

dados, colocando ao alcance da população

a mais avançada tecnologia existente no

mundo”. O presidente da Telesc, Douglas de

Macedo de Mesquita, está, nessa sua se­

Entre as vantagens do sistema implan­ gunda gestão, dando um novo impulso

tado pioneiramente em Santa Catarina de modernização nos equipamentos da em­

destacam-se a ausência de interferências presa, visando prestar mais benefícios aos

eletromagnéticas (ruídos nas ligações tele­ usuários catarinenses. Tanto assim, que

fônicas), eliminação de linhas cruzadas e os equipamentos contratados junto à Mony-

de descongestionamento. De acordo com tel Eletrônica e Telecomunicações vão re-

a Telesc, cerca de 40% da população do equipar 73 centrais telefônicas analógicas

Estado serão beneficiados com a implanta­ em todo o Estado. Os contadores de pul­

Wagner L. Zucchi, da Brisa ção do sistema. "O primeiro trecho esta­ sos eletromecânicos serão substituídos

rá disponível em maio de 1992, interligan­ por contadores microprocessados, interli­

Portabilidade é o grau de independên­ do os municípios de Blumenau e Guara- gados automaticamente a uma central,

cia de um programa de computador, fren­ mirim num raio de 48 quilômetros”, ex­ que, por sua vez, se comunica diretamen­

te à sua plataforma de computação. Esca- plicou o gerente comercial da Condutores te com o computador central da Telesc,

labilidade é o grau de operacionalidade Elétricos e Acessórios da Alcoa Alumínio, responsável pelo processamento das con­

de determinado programa, em platafor­ Fernando Antonio N. Berardo, empresa tas telefônicas. A Monytel deverá concluir

mas de computação de porte diferentes. que promoverá o gerenciamento total do os trabalhos de substituição em 18 meses.

Interoperabilidade é o grau de operação projeto. Já o contrato que a Telesc assinou com

conjunta possível entre elementos distin­ a Enetele Informática e Telecomunica­

tos. Conectividade é o grau de troca ade P ion eirism o ções vai modificar o sistema de registrado­

quada de informações, entre dois ou mais res de chamadas nas centrais telefônicas,

elementos. De modo rápido, um computa­ isto é, a forma como a central recebe os

dor combina sinais digitais que atuam Inédita no Brasil, esta tecnologia é am­
plamente utilizada nos Estados Unidos e pulsos gerados pelos usuários durante a
em seus circuitos (hardware) obedecendo no Japão. O contrato é o primeiro do Pa­ discagem. Os equipamentos vão permitir

a uma programação lógica (software). E que a recepção dos sinais seja ultifreqüen-

conveniente, ainda pensar na estruturação ís neste porte (a Light tem um sistema cial, diminuindo sobremaneira o tempo

lógica da programação, como um edifício de 10 quilômetros a ser implantado pela para se completar uma chamada.

constituído de diversos níveis, uns mais Alcoa) e envolve cabos OP-GW com 18 fi­ Com os receptores multifreqüência

próximos dos circuitos (da máquina) e ou­ bras ópticas. Cada par de fibras tem ca­ (MF), as centrais analógicas serão adequa­

tros mais próximo da aplicação (do usuário). pacidade de possibilitar 1.920 ligações si­ das para permitir o funcionamento de apa­

Historicamente, a indústria de compu­ multâneas. O diferencial dos cabos OP-GW, relhos telefônicos MF e comuns. A gran­

tadores organizou suas plataformas de de vantagem do sistema é a rapidez de

computação (hardware e software bási­ acesso, basta imaginarmos o ganho de tem­

cos) utilizando arquiteturas “proprietá­ po em uma discagem interurbana, onde

rias”, cada uma definindo “padrões de fa­ são acionados pelo menos dez números.

to.” Com a disseminação das plataformas Outra vantagem é a possibilidade de im­

operacionais, dos software aplicativos e plantação de serviços automáticos, como

da integração de máquinas através das te­ o saldo bancário, consulta a cartão de cré­

lecomunicações, grandes usuários passa­ dito, etc, tudo via telefone. (JP)

ram a pressionar a indústria de informáti­

ca rumo a sistemas abertos. Um modelo

geral de um sistema computacional aber­

to pode ser visualizado com uma platafor­ TELESC EM NÚMEROS (JUNHO/91)

ma operacional de computação que man­

tém interfaces com a aplicação do usuário, Terminais telefônicos instalados.................................... 269.782
Telefones de uso público...........................................................5.100
com serviços que tratam dos dados e da Localidades atendidas....................................................................929

informação, e com serviços de comunica­ Plano de expansão (1991/1993)........................................... 70.000

ção e de gerenciamento. Não se deve, no Empregados ................................................................................. 1-994

entanto, confundir sistema aberto (open Douglas Macedo de Mesquita, presidente da Receita mensal ............................................. Cr$ 3.506.387.822,79
Telesc.
System), algo mais geral, como o modelo

de interconexão em 7 níveis padronizados

pela ISO.