Page 24 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1991
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Telefonia Celular:
0 negócio do século
telefonia móvel celular levou apenas qua origem ao sistema trunking que difere da te tão de visitas, um ou mais números de teie I
Atro anos para suplantar a significativa lefonia móvel celular, por ser mais barata, fones, outros tantos para fax e telex e assim
barreira mercadológica de 1 milhão de unida mas não possui handover automático da co por diante. O que se prevê para o futuro é
des, se comparada ao que aconteceu com municação ao se deslocar o terminal de que cada indivíduo será detentor de um nú
a telefonia tradicional (20 anos após ter si uma célula para outra. Outra aplicação é a mero, pessoal, que o caracterizará toda sua
do descoberta), televisores (15 anos), televi das comunicações celulares do tipo ponto- vida (uma espécie de CPF para TCs) e atra I
são a cabo (11 anos) e videocassete (6 anos). multiponto para telefonia fixa, via rádio, que vés do qual ele será identificado, localizado
Espera-se que nos Estados Unidos, a telefo encontra aplicação em regiões de baixa den e reconhecido por uma rede mundial trans
nia celular — que cresce a um ritmo acima sidade de usuários por área geográfica, tal parente a todos os serviços, previu Robert I I
de 30% ao ano — alcance a barreira de 10 como em aplicações rurais. Kirbi.
milhões de usuários, ainda em 93. Enquan Já o telefone sem fio (cordless telepho- Ele acrescentou que isto exigirá uma re
to isto, no Brasil, e se ao final deste ano tive ne ou CT-1) de 1a geração encontrou aplica de, dita inteligente, constituída de um nú
rem sido contratados um total de 70 mil ter ção no lar, em distâncias de até 100m para cleo de comunicações de alta capacidade
minais móveis radiocelulares, isto represen prover acesso à rede fixa e depois foi sen dotado de base de dados adequadas, que
tará 0,47 terminais por cada 1.000 habitan do estendido (CT-2) para a mesma aplicação saberão identificar a qualquer momento a lo
tes, equivalente à densidade, hoje, já apre na rua, onde pode vir a substituir o telefo calização regional ou local de cada indivíduo,
sentada pelo México. ne público tradicional. Estima-se que com o pertencente ao universo de usuários de
CT-2 seriam necessários de mil a sete mil TCs. Ao se deslocar um usuário, o sistema
Assediado pontos de interconexão, via rádio, com a re saberá e modificará a informação da base
de pública para dar cobertura total a uma de dados. A interface entre o usuário e es
O serviço telefônico tradicional, com um grande cidade, optando-se na prática por co ta rede inteligente poderá ser feita, local
terminal conectado à rede pública através locá-los em locais de grande movimento de mente, através de um sistema radioceiular
de fio, está sofrendo o assédio de aparelhos pessoas, como aeroportos, gares, rodoviá Para simplificar mais ainda a operação di iw
que utilizam a comunicação rádio para efe rias e praças muito concorridas. ta rede poderão ser empregados carti I.W
tuar tal conexão. Robert Kirbi, da Internatio Muitos outros serviços podem ser ofere do tipo inteligente, para fins de tarifaçào e
nal AT&T Cellular Systems, identificou nes cidos, via rádio, e o limite é a imaginação. de reconhecimento do usuário ou até mes
sa área quatro mercados distintos: serviço É o caso da transmissão de dados de apare mo, quem sabe. técnicas de análise de voz
de busca-a-pessos (bap), telefonia celular, lhos médicos ligados a pacientes sendo trans que o identificará.
serviço privado móvel, e telefone sem fio portados em ambulâncias e que auxiliam a Com uma rede inteligente personalizada
que, segundo ele, irão convergir para o deno precisar o diagnóstico, até mesmo antes um indivíduo cadastrado na rede, poderá
minado “ serviço de telecomunicações pesso do paciente chegar ao hospital, ou a localiza ser alcançado (ou ele poderá gerar a c m
ais1’. ção remota de veículos, via rádio ou satéli meação), esteja ele em casa, no trabalho,
O serviço bap hoje se sofisticou e está te, que permite acompanhar seu desloca na rua, num carro ou num avião Do ponto
longe do simples tom de aviso para entrar mento em mapas eletrônicos digitalizados de vista econômico, o custo das comunica
em contato, via telefone público, com uma ou ainda a monitoração por telemetria do ções integradas voi/dados. do tipo celular
central de recados. 0 bap hoje já oferece estado de manutenção de veículos automo tenderá a cair. Há previsões otimistas para
terminais portáteis, alguns do tamanho de tores, situação que pode ser acompanhada a queda do custo da infra-estrutura ceiuiar
um relógio de pulso, que apresentam peque à distância por empresas de manutenção. de 3 mil dólares para até 250 dólares por
nas mensagens, via rádio, mostradas num O atual ambiente das TCs é caracteriza assinante, com terminais pessoais digites
display de cristal líquido. Também há siste do pela utilização de diversas redes distintas ficando abaixo da faixa de cem dólares,
mas bap sendo elaborados para que um in e com identificação de terminais para cada Para se chegar ao cenário completo das
divíduo, portador de terminal portátil adequa tipo de serviço. Um homem de negócios mo comunicações pessoais, com rede inteligen
do, possa receber ou enviar pequenas men derno ostentará, por exemplo, em seu car te, dois obstáculos precisarão ser vencidos
sagens “ em qualquer parte do mundo” , com
auxílio de uma rede de satélites de média
altitude.
Quanto ao serviço de telefonia celular,
ele oferece as mesmas facilidades da rede
fixa — à qual está aliás conectado — com
a diferença que o terminal pode ser usado
na rua, num carro, desde que dentro da
área de cobertura do serviço A comunica
ção telefônica, via rádio, também pode ser
confinada ao interior de um prédio, com o
que se obtém para empresas de negócios,
o equivalente operacional a um PABX, só
que sem fio, como já é oferecido por forne
cedores internacionais de equipamentos, co
mo a Siemens e a Ericson.
Por extensão, a tecnologia radíocelulcu
Grande mesa de debates, no Celular 91, numa promoção da RNT, com apoio da Amentech, b
de compartilhamento de freqüências deu temational.
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