Page 15 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1991
P. 15
tos geométricos, traduzidos por um mode
lo matemático e gráfico, tipo tela de ara
me, acrescentam-se bits que lhe dão textu
ra, sombras, movimento, perspectiva tridi
mensional e até atributos físicos do mun
do real, como gravidade e reação ao mo
vimento criando desenhos animados fu
ma das aplicações do processo) com sabor
de verdade.
Imagens sob forma digitais encontram
aplicação em cartografia, medicina, mode
lagem de átomos e DNAs, ou em projetos
arquitetônicos foi o que mostrou Ralph
Bernstein, do Laboratório de Paio Alto.
Levantamentos do solo captados em di
versas janelas espectrais por satélites de (E-D) C. Garcia, I. Chang,
sensoriamento remoto — como Landsat, N.O. da Cunha, J.P. Jacob,
EOS, Spot, GOES — são transmitidos pa R. Bernstein, C. Gonzales,
ra a Terra, captados e processados sob todos da IBM.
forma digital gerando mapas que podem
ser armazenados eletronicamente. Tais
mapas podem ser vistos em telas de com
putador, atualizados on-line, enriquecidos
com cores virtuais e cruzados com dados
de toda natureza. Algo semelhante é apli Platéia de
cado no campo da medicina, em que da pesquisadores
dos de ecografia, tomografia e ressonân em informática
cia magnética — métodos de análise não ouvindo a IBM
invasivos do corpo humano — após terem tratar de
sido trabalhados por computador, permi Multimídia.
tem criar imagens tridimensionais que po
dem ser mostradas em Multimídia. Ima
gens digitais podem ser melhoradas, utili
zados algoritmos de correlação matemáti lhados. Armazenar 1 hora de imagem mó fac-símile, por exemplo, grande parte dos
ca e assim diminuir ruido de fundo e ou vel colorida, de alta definição, requer de bits descrevem os trechos em branco da
tras interferências. zenas de Megabytes (1 Byte equivale a 8 mensagem. Bastaria, então, descrever —
bits) e para transmiti-los velocidades mui linha a linha —¦ por meio de bits, quan
C om pressão to alta. A tecnologia de suporte â Multi do ocorrem transições de branco para pre
mídia requer mecanismos de compressão to e vice-versa, além do tempo da varredu
A Multimídia tem uma vertente volta de dados. César Gonzales, do centro de ra do branco e do preto. Tecnicamente,
da para a criação, direção artística e edito pesquisa de Watson, da IBM, explicou isto se traduz por um tipo de modulação
ração — artistas e jornalistas continuarão que comprimir dados consiste na elimina denominado de Código de Pulso Diferen
indispensáveis — e outra para usuário. Is ção de redundâncias r permanecer ape cial (DPCM), a que podem ser acrescenta
to inclui coisas tais como fusão de ima nas com o que é considerado essencial â dos refinamentos, como a predição do
gens, mudanças de escala, justaposição sua inteligibilidade. que deverá ser o próximo bit, em relação
som/texto/imagem, zum (zoom) e asseme Numa transmissão de uma carta em â tendência observada na seqüência ante
rior e outros mais. Na compressão, sem
pre se perde um pouco de informação,
principalmente em cenas que se traduzem
Quem chegar primeiro, ganha por muito movimento, muito contraste e
muita mudança cromática.
Diversas indústrias estão competin são voltados para objetos e por ora o Padrões de compressão são importan
do para ver quem chega primeiro com recurso é embutir objetos na própria tes para manter a interoperabilidade en
mais informações, serviços e entreteni aplicação do usuário. O consultor Sér tre equipamentos. Gonzales citou os diver
mento eletrônicos, ao local do usuário. gio Carvalho, (PUC/RJ) está trabalhan sos padrões de compressão de imagens,
A eletrônica de consumo ataca de dis do em um produto Tool, a ser lança definidos pelo CCITT e pela ISO, defen-
cos ópticos (CD-ROM), vídeo e videoga- do por firma brasileira e que irá segun dendo-se mais nos algoritmos recomenda
mes. A radiodifusão procura chegar do ele, contornar tal obstáculo. dos pela Motion Picture Expert Group
via satélite e com imagens de alta defi Nos EUA, são cinco as proposições — MPEG. A dificuldade de padronizar
nição. A cabodifusão — muito forte junto ao órgão regulador FCC para te compressão é que o resultado deve acomo
nos EUA — contra taca com sua rede levisão de alta definição, sendo 4 delas dar desde terminais simples e portáteis
de cabos coaxias e de fibras ópticas, digitais. Três tipos de tela disputam o até complexas estações gráficas passan
com centenas de programações diferen mercado: 640 x 480 pixels ou VGA, do por dispositivos de armazenamento e
tes. As operadoras telefônicas introdu 1024 x 768 ou XGA e 1280 x 720 ou meios de transmissão diversos, disse ele.
ziram o conceito de Rede Digital de HDTV. Já há placas para converter si O padrão MPEG-22 utiliza algoritmo,
Serviços Integrados, que o advento nais de tevê analógica em digital e no com base em blocos de 8 por 8 elementos
da fibra ótica permite oferecer também Brasil, a Laser Line tem placa que per de imagem, com aplicação DCT (discrete
a veiculação de mercado através da mite o PC controlar o videocassete do cosine transform), além de um sistema
Multimídia. méstico. A IBM e Intel oferecem o Di dual de predição entre blocos — contí
Os japoneses da Sony adquiriram gital Video Interactive (DVI) compatí guos e distantes — e uso de codificação
a Columbia c a Matsushita, a MCA co vel com padrões MPEG. Um processa tipo Huffman (quanto mais freqüente o
mo fontes de entretenimento (analógi dor de sinais digitais (DSPS) é especia uso de um símbolo, menos bits para re
co). A luta das plataformas de computa lizado em algoritmos digitais. A IBM presentá-lo, como é no Código de Morse).
ção para multimídia envolve sistemas produz o Audiovisual Connection Imagens em movimento comprimidas pe
operacionais voltados para objetos (com (AVC), o Video Motion Adapter ç o lo padrão MPEG-2, a 2,3 Mbit/s, dão re
idéias de parentesco entre objetos). Action Media 750 Card, que vão viabi produção muito próxima do original e a
Os sistemas OS/2 e o Windows não lizar aplicações Multimídia. 1.15 Mbit/s um resultado bastante aceitá
vel, observou Gonzales.