Page 21 - Telebrasil - Julho/Agosto 1991
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Desregulamentação:
Novos modelos institucionais,
uma antevisão do que vem por aí
A TELEBRASIL tem se caracterizado pela sensi Em 79, a Telemática antecedeu a criação da Secre
bilidade política, na escolha dos temas para seus taria Especial de Informática — SEI. Agora, em
Painéis. O primeiro deles, realizado no Rio de Ja Maceió (Al.), foi a vez da discussão de Novos Mo
neiro, em dezembro de 74, tratava do controle or delos Institucionais, um tema que afeta os próprios
çamentário do Sistema Telebrás, recém-criado. alicerces do atual sistema de TCs. A TELEBRASIL
No ano seguinte, foi a vez das CP As e da tecnolo cresceu e amadureceu como entidade, permane
gia de redes. Em 78, discutiu-se a Nacionalização cendo atenta aos ventos das renovações. Adaptar-
da Tecnologia, dois anos após a criação do CPqD. se é sobreviver. (JCF)
Ha rol do Mattos:
H á clima para renovar modelo
M e s a d e a b e rtu ra dos trabalhos do X X II Painel
0 ex-ministro das Comunicações (79/85) propósito o Mercado Comum Europeu, Trata las laudatórias dos pronunciamentos oficiais
e top executíve das ECT, Telebrás e Embra- do Norte-Americano de Comércio (Canadá, — e demonstra, hoje, o mesmo fosso que
tel, Haroldo Corrêa de Mattos, hoje membro Estados Unidos, México), Pacto Andino (Bolí a separava, na década de 60, daquelas im
do Conselho de Administração da Standard via, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela), plantadas no primeiro mundo, o que deixa
Telecomunicações e diretor da Telebrasil, res União do Caribe para as TCs, além do Merca transparecer “ inconteste retrocesso” . Tal si
saltou em sua palestra o papel fundamental do Comum do Cone Sul-Mercosul (Argenti tuação gera um clima propício para renova
que as TCs desempenham na globalização na, Brasil, Paraguai, Uruguai). ção dos atuais modelos, observou Haroldo
da economia. Ele destacou a importância Referindo-se ao conceito de Mc Luhan, Mattos.
com que o tema das TCs éTgeralmente trata que Mo mundo tornou-se uma aldeia global” Propondo a emissão de um Livro Verde-
do em organizações internacionais, como a graças aos meios de comunicações de mas Amarelo, para uso interno, e destinado a “ li
UIT, Banco Mundial, Gatt (Acordo Geral de sa, e valendo-se das idéias de Peter Drucker, vrar o País dos ranços do monopólio e do
Comércio e Tarifas), e regionais, citando a de Arthur Clarck e de Naisbitt (Megatrends) protecionismo, que são do agrado de pou
que invenções como o telégrafo, o telefone cos, por incofessáveis razões” , o ex-ministro
e os satélites de comunicação “ geraram das Comunicações propôs a contenção e
um comportamento global unificado” , Harol dentro da lei dos monopólios “ que não pude
do Mattos mostrou a importância do Livro ram ser abolidos” ; a estipulação de tarifas
Verde, emitido em junho de 1987, pela Co que não venham a premiar a ineficiência; a
missão de Comunicações Européias que re atração de capitais privados para fortalecer
comendou a “ criação de um mercado co investimentos; e a retirada do poder homolo-
mum de serviços e de equipamentos de TCs gatório e normatizador das concessionárias
para a Europa, até 1992, como fator essen que adquirem equipamentos. “ Devemos de
cial para a unificação econômica do velho clarar nossa maioridade e sairmos em bus
continente” . ca de joint-venture, com as armas com que
Disse ainda o palestrante que a atual si podemos contar: competência, lisura e alti
Haroldo Corrêa de M a tto s — S ta n d a rd Tele tuação das TCs do País está longe de rece vez” , completou Haroldo Corrêa de Mattos.
com unicações ber tratamento prioritário — apesar das fa (JCF).