Page 17 - Telebrasil - Julho/Agosto 1991
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tina não houve liberalização e sim, ape
nas privatização, com manutenção do mo
nopólio, e que no México privatizou-se
uma rede que funcionava razoavelmente
bem.
Indústria
Em relação à política industrial, o Pre
sidente da NEC do Brasil, Geraldo Gar-
bi (vide matéria nesta edição) criticou a
inadimplência, a burocracia e o planeja
mento descoordenado do Sistema Tele-
brás, que, no seu entender, aumentam o
custo do terminal (hoje, em torno de 4
mil dólares). O secretário, Joel Rauber,
deu as diretrizes da nova política de aqui
sição a ser implantada no Sistema Tele- Painel político em que se discutiu desde a desregulamentação do setor até implantação de rádio-
brás. Lázaro José de Brito, diretor de rela comunitária e política industrial.
ções com o mercado da Batik (grupo Part-
con), após apresentar a empresa, observou lecon, mostrou que o futuro será das co Schwarz, trataram das medições em siste
que as reservas de mercado, de qualquer municações móveis, com um indicativo mas radiocelulares e o uso de turnking,
tipo, só se justificam se levarem a custos pessoal, para cada usuário. Ele prevê a que é um sistema para acomodar diferen
e qualidade que permitam competir no chegada da comunicação móvel de faixa tes usuários, com economia de freqüências.
mercado externo. José Barbosa Mendes, larga e que até 93 deverá surgir um apare Alan Parker, da Orbcomm, descreveu
diretor industrial da Sesa, mostrou que lho universal para conexão a qualquer sis um sistema de satélites de baixa altitude,
o Brasil perde em competitividade exter tema. Roger Douek, da SID, mostrou a privados, para uso internacional a partir
na para Singapura, Hong Kong, Coréia diversidade dos serviços de comunicação de 94. De qualquer parte do mundo, um
do Sul, Taiwan, Malásia, Tailândia, Méxi sem fio, desde o telefone domiciliar, até usuário poderá receber no visor de cris
co, Indonésia, e que só ganha da índia. o PABX sem fio, este com 30 milhões tal líquido de seu terminal portátil, peque
Leôncio Vieira Rezende, recém-nome- de linhas instaladas, só nos EUA; mas é nas mensagens. Ele tem planos, inclusi
ado superintendente do CPqD, estimou a telefonia celular, a que mais cresce no ve, para o Brasil, voltados para Amazônia
em 60 milhões de dólares o investimento mundo, num ritmo de 40 a 50% por ano. e localidades remotas e pediu apoio para
deste ano para o Centro, que foi cerca seu plano de freqüências, a ser discutido
de 20% inferior ao do ano passado. O Perspectivas na WARC-2 (UIT). Roberto Mesiano, re
CPqD está na fase de avaliação de proje presentando a Ferranti, detalhou o siste
tos e conta com 70 produtos e 77 parcei "A revolução das TCs é rumo a comu ma Zonephone, em uso na Inglaterra, e
ros. O Trópico RA instalado pela SID es nicação pessoal, com telefone, fax, paging que ele descreveu como um terminal por
tá para ser inaugurado em Sabambaia (Bra em redes unificadas e um único terminal tátil de acesso à rede telefônica, via rádio.
sília). Paulo José Gomes, da Unysis, em por pessoa", explicou Roger Douek, indi Na área de comunicações, via satélite,
presa que tem acordo com a Timeplex, cando que no futuro se terá uma rede óp Amâncio Pulchério e Arivaldo Artese,
defendeu o uso de redes empresariais, tica central de alta capacidade, a que irão da Embratel, respectivamente, trataram
com base numa estrutura central de alta conectar vários sistemas radiocelulares. dos atuais e futuros Brasilsat e dos servi
capacidade de tráfego e com interfaces A rede será inteligente e será o próprio ços Datasat Plus, Uni e Bi. A utilização
para voz, dados e imagens, tudo via paco usuário que, de seu terminal, escolherá dos atuais Brasilsat é de 25% para tevê,
tes. Angela Argenta, do setor de indústrias dentre um cardápio de serviços que esta 38% para serviços básicos e 12% para re
eletroeletrônica, do Ministério da Econo rá disponível. Ivan Rufton, da Northern des privadas. Os futuros Brasilsat pode
mia, concitou os empresários a apoiarem Telecom, bateu na mesma tecla das comu rão ter alguns transponders com sinais
a abertura para o exterior e aprimorarem nicações, pessoais, que será fruto da explo concentrados na região Centro Sul, para
a qualidade de seus produtos. ração e convergência das TCs sem fio e facilitar a vida de terminais VSAT. A fai
No painel de telefonia celular, Eduar observou que definir padrões, gerenciar xa X, para uso militar, vai cobrir do Cari
do Cunha, presidente da Telerj, (que não espectro (nas faixas de 0,8/09 e 1,5/2,6 be à África e Patagônia. A vida útil dos
largou seu terminal portátil) lembrou ser GHz) e obter recursos financeiros serão futuros Brasilsat, com lançamento previs
a operadora a Ia a ter este serviço no Pa essenciais para sua implantação. Andréa to para 94, se extenderá até o ano 2006.
ís. Caio Bonilha Rodrigues, da Elebra Te- Larsen e Luiz Del Bosco, da Rohde &
Existem mais de mil estações terrenas
privadas e acima de 200 mil parábolas pa
ra tevê, operando no País. A vida, oficial,
dos atuais Brasilsat vai até 93 e 94, mas
há uma margem de 2 a 3 anos, adicionais,
por economia do combustível de contro
le dos artefatos em órbita.
Fernando Nocedal, VP da Vitacom,
uma empresa high-tec da Califórnia, mos
trou a flexibilidade do sistema digital
ISDT, para serviços integrados (voz, da
dos, fax), via VSAT, e que otimiza a ar
quitetura (FDMA, TDMA) de aceno ao sa
télite, para cada modalidade de serviço.
Paulo Ricardo Pinto, da Vicom, descre
veu as soluções que a empresa já oferece
no mercado local VSAT e Luiz Antonio
Costa, da Promon, defendeu a viabilida
de, com base em tecnologia Hughes, de
um sistema de 600 estações remotas pa
ra comunicação de dados, que pode tra
zer economia de até 5 milhões de dólares,
Mesa de abertura do Io Congresso Internacional de TCs, Rádiodifusão e Teleinformática, com em 36 meses, em relação a outros meios
a presença de autoridades e organizadores do evento.
convencionais de comunicação. (JCF)