Page 18 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1991
P. 18
Tecnologia’
O uso móvel do telefone veio não celular, além das combinações de sendo substituído pelas versões digi
só para ficar, mas também para baps com telefonia móvel. tais, CT-1 (Cordless Telephone) e
se expandir, é o que se depreen Segundo Bo Westman, da Ericsson, CT-2 (para a área pública). O CT-2 é
de da conjuntura internacional e a telefonia celular e o telefone sem um terminal que a pessoa carrega con
que agora, com alguns anos de atra fio doméstico convergem para o tele sigo e tem cerca de 300m de alcance,
so, chega ao País. Uma matéria fone pessoal sem fio ou seja, uma si operando na faixa de 864 a 868 MHz.
tuação em que os números dos apare Já há o CT-3, que também é digital e
para atualização dos não iniciados. lhos não serão mais aqueles que cor opera em 900 MHz, além do DECT
respondem a seu escritório, residên (Digital European Cordless Telepho
ne), em 1.8 GHz. A tendência, segun
A telefonia móvel celular — TMC cia ou casa de campo e sim será um do o especialista, é que a tecnologia
código único, "seu”, que você carre
ou serviço móvel terrestre celu
lar, de certa maneira veio revolucio ga consigo no seu terminal portátil. digital para uso móvel vai se dissemi
nar o uso do velho telefone. Para os A tendência da telefonia móvel ce nar rapidamente com o que se terá,
quatro milhões de usuários TMC no lular é sair dos sistemas analógicos, inclusive, PABX, semifixos, o que ter
mundo — metade deles nos Estados AMPS, TACS, NMT, (vide Telebrasil minará com o problema de estender
Unidos e um terço na Europa — a ti J/A 88, p. 18) para os sistemas digitais cabeação para ramais nas empresas.
rania da telefonia como sinônimo de (GSM, D AMPS) com o que se conse
estar conectado a um fio, acabou. A gue aumentar a capacidade do siste Personalizar
microeletrônica, a utilização de novas ma, para o mesmo espectro de freqüên
técnicas celulares para rádiocontrole, cias utilizadas. Uma versão digital — Vai ocorrer, em breve, a rede
a reutilização de freqüências de rádio, do sistema AMPS, com técnica personalizada de comunicações (Perso-
o uso de transmissores de baixa potên TDMA, poderá sextuplicar o núme nal Communications NetWork), em
cia, tornaram a telefonia móvel celu ro de canais e decuplicar o tráfego 1.8 GHz, com o uso de microcélulas
lar possível para milhões de usuários em relação a seu equivalente analógi e de modulação digital. Além disto o
(vide box -— Como funciona). co, dizem alguns técnicos. Telepoint está se demonstrando uma
Leonhard Korowajczuk, da Elebra realidade — afirmou Korowajczuk.
Proliferação Telecon, explicou que o telefone inte O Telepoint, que é utilizado na Ingla
ligente, sem fio, toma os rumos da te terra, resulta da associação da Philips
A mobilidade de um terminal tele lefonia celular de alta densidade, do com o Barckley Bank e a rede de dis
fônico é um conforto incontestável. trunkinge do busca-a-pessoa. Há mui tribuição da Shell. Neste sistema, o
Vários meios disputam segmentos to tempo que o telefone domiciliar usuário recebe um aviso de chamada,
de mercado para tomar isto possível. "sem fio’”, do tipo analógico, já está via busca-a-pessoa, dirigindo-se então
Há, por exemplo sistemas que utilizam
satélites. A Inmarsat oferece o servi
ço Standard-C (para mensagens não-
voz) mas já se fala no Projeto Iridium, Como funciona
da Motorola, em que satélites de órbi A telefonia móvel celular, de modo A CCC (em realidade um computador
ta polar, relativamente baixa, permiti * * simplificado, compreende: a esta ultrarápido) monitora a qualidade do
rão a telefonia móvel em qualquer ção móvel, a estação rádio base (ERB) sinal com que cada terminal móvel
parte do mundo. e a central de comutação e controle opera e comanda, se for o caso, uma
Existem também os sistemas de de canais (CCC). Uma ERB tem um sintonia para um novo canal rádio,
busca-a-pessoa (paging) já bem conhe âmbito de ação rádio que define uma em uma célula vizinha. A isto se deno
cidos. O usuário recebe um sinal “célula"’. Disseminam-se tantas ERBs, mina Transferência Intercelular de Ca
(bip!) num terminal portátil e saberá quantas necessário, de modo a reco nais — TIC ou hand o f f . Por outro la
brir geograficamente uma localidade,
do, ao se estabelecer uma chamada, a
que alguém está chamando. Ele, en com uma colméia ou tapete celular. CCC irá interpretar o pedido, verifica
tão, recorre à rede fixa e a uma cen As conversações telefônicas se efetuam rá a existência de canais livres e man
tral de recados para efetuar a comuni da estação móvel, via rádio, para uma dará comandos para atribuir canais-rá
cação. Já há terminais de busca-a-pes- ERB e desta para a CCC. Esta dirigi dio entre os terminais móveis e as res
soa ou baps que apresentam, num vi rá o tráfego, quer para outra ERB, pectivas ERBs.
sor de cristal líquido, o número que quer para a rede de telefonia ,,fixa>”. Quando um terminal móvel vai pa
chama. Outra linha de ação para a As ERBs são interligadas à CCC por ra outra cidade, ele passará a ter o sta
mobilidade da telefonia são os telefo um meio de transmissão adequado (fi tus de “visitante”’. Existe uma função
nes "sem fio” domiciliares, cada vez bra óptica, microondas ou cabo de pa de visitante (roaming) que faz com que
mais sofisticados, mas de âmbito res res). A CCC também tem conexões com a CCC da cidade visitada identifique
a rede fixa.
o terminal estrangeiro e troque com a
trito a poucos metros da residência. Toda estação móvel é continuada- base de dados da CCC de origem, in
E há, obviamente, a telefonia móvel mente monitorada e comandada por formações e tarifaçâo. A inscrição do
um sistema de controle que compreen visitante como "visitante” pode ser
de: a CCC e um canal rádio de busca, manual — via operadora — ou automá
(') Mais telefonia celular — 87i .S/O p. 43; 88: MJ A acesso e controle — um para cada tica (o sistema detecta através do proto
p. 34, J/A p. 18/24; 80: J/A p. 40. N/D p. 20; 90: J/A
p. 28, N/D p 26. Matéria contém informações colhi ERB — que varre, de modo comparti colo do terminal móvel, que se trata
das na 4* Sem. Jnt. de Tel. Móvel Rádio Celular, pro lhado, os terminais móveis da célula. de um estranho).
movido pela RNT, em Porto Alegre (RS).