Page 21 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1990
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po PC ou AT, conforme se trate de uma e tom ar outra providência que caracteri lização entre os processadores. No caso
situação de baixo ou de alto tráfego. “ O zam um grande reinicio. Neste, só as cha do Trópico, que é um sistema distribuído,
Trópico RA além de medir, ao mesmo tem madas em progresso, e não as já estabele reconhece Castelo Branco que o proble
po que cursa, o tráfego, foi equipado com cidas, são perdidas. Se estes reinícios não ma da troca de mensagens entre processa
um sistema de sinalização superdimensio- derem certo, só então o sistema recorre dores foi resolvido, mas que permanece
nado, em relação ao do Trópico R” , ex ao reinicio completo da central, situação o da sobrecarga intrínseca de atualizações
plica com satisfação Carlindo, acrescen em que se recarregam todos os programas, quando cresce a funcionalidade da cen
tando que o Trópico RA “ tem sinalização a partir de um sistema de back-up. tral, uma situação em que a central terá
por canal comum, ao invés de multifre- Ao comentar sobre as vantagens relati que crescer “ em profundidade” , acrescen
qüencial e permitirá o estágio de linha re vas dos sistemas centralizados ou distri tando-lhe mais processadores. “ No caso
mota” . buídos, Castelo Branco observa que se tra do AXE, a atualização de uma função
Otimização ta de uma opção de engenharia, em que se dá em tempo real e até com a central
se trocam benefícios. O sistema centraliza funcionando” , observa Castelo Branco,
Já Paulo Castelo Branco, diretor de do é mais fácil de recarregar e operar do acrescentando que a capacidade dos pro
tecnologia da Ericsson, vê os sistemas de que um sistema distribuído. Este, além cessadores centrais do sistema AXE só tem
processamento das centrais digitais como de tudo, precisa trocar mensagens de atua- feito crescer: o APZ 212 é oito vezes mais
sendo: centralizados (AKE, M etaconta), potente do que o APZ 211/10, e 24 vezes
semidistribuídos (AXE) e distribuídos (Sis mais do que o APZ 211/02.
tema 12, Trópico). No caso da AXE, da Em relação à portabilidade do softw a
Ericsson, o sistema possui os níveis de re, entre diversos tipos de centrais, ele co
processador central, conjuntam ente com menta que isto não será tão fácil de obter
processadores regionais, sendo que os pro na prática, quanto parece. A Ericsson em
cessadores centrais atuam em microssin- prega a linguagem Plex, derivada da lin
cronização. guagem Chili, que foi padronizada pelo
Ele chama atenção para o fato de que, CITT, como uma linguagem de alto nível.
no sistema AXE, ao ser detectada uma Em suma, diz Castelo Branco, os progra
falha de software, podem ocorrer três ti mas escritos em linguagem de alto nível
pos de reinicio da program ação — peque poderão apresentar código-fonte iguais,
no, grande e completo — com o que se mas ao rodarem em centrais com sistemas
minimiza o tempo que uma central fica operacionais distintos irão gerar códigos
fora do ar em casos de falha. objeto também distintos, o que inibe a
No pequeno reinicio, o sistema apenas portabilidade. Q uanto ao Trópico, o
restabelece a função que foi achada defei CPqD definiu inicialmente que utilizaria
tuosa e passa a m onitorar o número de uma Linguagem Especial de Desenvolvi
reinícios que são efetuados (tudo isto é mento — LED, mas passou depois para
CPU c Memória dc um moderno sistema cen
muito rápido). Se persistirem tais reiní um ambiente Chili, utilizando um pacote
tralizado (A PZ 212, o supercomputador das
cios, o sistema parte para zerar variáveis centrais AXE. da Ericsson). adquirido do PTT Holandês. (JCF)
sões do CTRM é absorver a tecnologia gração parcial e total com o sistema. Ou
Trópico, do CPqD, para adequá-la a equi tro desafio é o do barateam ento do hard
pamentos comerciais feitos numa linha ware, que é obtido gerando listas de m ate
de produção. A tecnologia do Trópico R riais a partir de descrições funcionais, o
já foi totalmentc dominada pelo Centro, que é feito com o auxílio de um com puta
que agora está em fase de absorção dc tec dor.
nologia da central Trópico RA. Ambas
Cada Trópico R, apesar de obedecer
centrais diferem do ponto de vista dc soft às mesmas especificações e transferência
ware visto que o Trópico R utiliza a lin
dc tecnologia do CPqD, é implementado
guagem Assembler 8080, ao passo que o de modo distinto pelos vários fabricantes
Trópico RA é implementado em linguagem
autorizados. A competição se estabelece,
Chili.
então, pela introdução de sucessivas ver
Centro Reserva-Multitel Trópico R Plus sões, que as diferenciam do modelo ini
cial fornecido pelo CPqD. O Trópico R,
Dotado de laboratórios de software,
da Elebra, já está, por exemplo, na sua
recebe Trópico RA que utilizam 8 terminais VAX e 21 PCs, 4 a versão. O Trópico RA está passando
e de hardware, o Centro ainda possui pelo mesmo processo.
um laboratório para Sistemas de Teste do Até 92, os quatro fabricantes de Tró
tado de três protótipos, flexíveis, de Tró pico e mais o CPqD estarão operando
O Centro Tecnológico da Reserva-M ul pico R e dois de Trópico RA, além de Ce- um centro integrado de manutenção de
titel (CTMR), situado em Cam pinas (SP), tex e dc CD-2400, da Elebra. Dentre os software para a tecnologia Trópico. Já
congrega numa só unidade os recursos projetos sendo conduzidos, destaca-se o em setembro, o CPqD deverá transferir
de pesquisa e desenvolvimento oriundos do Trópico R Plus, que é uma interface o software do Trópico RA para a indústria.
da Elebra e da SES A. São cerca de 200 que permite operar a central Trópico, por Luiz Aquino elogia o Trópico observan
pessoas dedicadas ao desenvolvimento e meio de cardápios facilitadores além de do que o mundo inteiro caminha rumo a
aperfeiçoamento de tecnologia de com uta utilizar vários terminais. Um simulador sistemas distribuídos e que o Brasil teve
ção. Uma equipe de aproxim adam ente autom ático de chamadas auxilia à feitu a sorte, de certa maneira, de começar
20 pessoas participa na Espanha de estu ra dos testes das centrais. mais tarde o desenvolvimento de centrais
dos especializados cm instalações do gru Luiz Aquino diz que a chave do suces digitais. Um desafio para o CTRM é o
po Alcatel sobre linguagem Chili e cen so do Trópico provém de sua arquitetura treinamento para obter recursos humanos
trais de pequeno porte. e de suas interfaces distribuídas. Um dos competentes, o que pode levar de 3 a 5
Luiz Augusto Castillon de A quino (ex- desafios enfrentados pelo Centro é o do anos na área de software. “ Felizmente,
Unicamp e CPqD) é quem responde pela desenvolvimento e documentação do so ft o pessoal novo que sai das Escolas, aqui
chefia da área de P&D e é subordinado ware. Este é sucessivamente testado a ní em Campinas e em São Paulo, é da me
a Luiz de Oliveira M achado, diretor execu vel de sistema, bloco de implementação, lhor qualidade” , observa satisfeito Luiz
tivo do Centro. Uma das principais mis- codificação, teste isolado e depois de inte Aquino. (JCF)