Page 16 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1990
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Comutação
Uma história de continuado progresso«-.
Comutação manual (toll board) da cidade de Santos (SP), datada de 1916.
Para o leigo, o aparelho telefôni por hora e dentro de um campo de conec tearia, nos EUA, uma máquina automáti
co é um dispositivo simples, robus tores — campo de jacks — de até 10 mil ca de chaveamento.
posições. Em 1896, ocorreria uma descoberta re
to, de tecnologia tradicional que
Logo cedo, procurou-se substituir a volucionária. O disco telefônico iria subs
lhe permite falar à distância com
ação, manual, da telefonista por meio de tituir o até então utilizado sistema de mag-
outro usuário, que ele mesmo sele máquinas que automaticamente efetuassem neto. Este nada mais era que um gerador
cionou. Características básicas de as mesmas funções. As primeiras máqui elétrico, acionado a manivela, que envia
telefonia pública são sua universa nas eram acionadas pela própria telefonis va um sinal na linha para tocar uma cam
ta, caracterizando a fase da telefonia se- painha. O disco telefônico permitiria redu
lidade (o telefone está quase em
mi-automática. Depois, pensou-se em uti zir para dois, o número de fios entre o
toda a parte) e simplicidade. Por lizar sinais elétricos enviados pelo próprio aparelho telefônico e a máquina automáti
detrás da aparente singeleza do assinante, para comandar a m áquina de ca de comutação — um grande progres
aparelho telefônico, porém, existe comutação. Muita ensenhosidade eletro- so. O relé eletromecânico de Strowger,
um tremendo complexo de centrais mecânica foi aplicada nessas máquinas. por sua vez, sofreria aperfeiçoamentos
Os primeiros sistemas automáticos uti para aum entar sua capacidade de chavea
de comutação, meios de transmis
lizaram aparelhos de teclas — como sc mento, velocidade de atuação e confiabili
são, edificações, salas inteiras de volta a fazer hoje. Uma tecla e um par dade. A industrialização do sistema Strow
baterias e (mais reccntcmcnte) so dc fios para cada número acionavam um ger daria origem, nos EUA, à empresa
fisticados computadores. vasto conjunto dc relés eletromecânicos. Autom atic Electric, mais tarde GTE.
Seria, porém, um proprietário dc uma ca Imigrantes suecos, Keith e Ericsson
Lindquist, trariam aperfeiçoamentos ao
sa funerária, Almon Strowger, em 1891
A comutação, subentende-se no siste (15 anos apôs a descoberta do telefone relé de Strowger dotando-o de movimen
ma telefônico, consiste no estabeleci
mento de uma conversação entre dois usuá por Alexandre Gralntm Bei), que paten- tos vertical e rotativo combinados. A idéia
rios. A atividade é pressupostamente “ in de Strowger evoluiria para se transformar
teligente” , na qual sc exercem as melho no sistema passo-a-passo, um dos bem-su
res opções, utilizando as facilidades ofere Alguns Sistemas cedidos sistemas eletromecânicos, de uso
cidas pela rede. Ao crescer o número de comercial.
usuários cresce, exponencialmente, a com Sistema eletromacânicos: Diversos aperfeiçoamentos foram intro
plexidade das opções possíveis. A indús passo-a passo; rotativo; barras cruzadas: Penta- duzidos na comutação telefônica, desde
tria da comutação, que compreende gigan conta 1000 (ITT), ARF e ARM (Ericsson); a época do sistema manual. Eliminou-se,
tes mundiais do setor eletrônico (como a NC (NEC); FMD e RSK (Siemens). por exemplo, a necessidade de uma bate
AT&T), Alcatel, Ericsson, GTE, NEC, ria para cada aparelho telefônico, ao se
Sistemas Híbridos:
Northern, Siemens), movimenta bilhões instituir o sistema de bateria central. Ou
Pentaconta 2ui (ITT) ARE (Ericsson).
de dólares por ano e apresenta uma tecno tro aperfeiçoamento, já nas centrais auto
logia cm constante evolução. Sistema CPA semi-eletrônico: máticas, foi a introdução de acionamento
A arte de comutar foi inicialmente exer ESS-1 (Bell-AT&T); com relés reed: EAX (GTE), mecânico comum para movimentar relés.
cida utilizando os serviços de um opera Metaconta (ITT), Uma das preocupações da comutação
dor telefônico. A função da assim deno ESC-1 (Stromberg-Carlson), TXE-2/4 (Plessey- foi minimizar a complexidade das centrais
minada telefonista era interconcctar o as CIT/Alcatel); à medida que aumentava a quantidade
sinante que chama ao assinante chamado. PRX (Philips), EWS1 (Siemens); com mini-sele- de assinantes a elas conectadas. Uma das
tor: D.10 (NEC); AKE
O ser humano — a telefonista — entendia técnicas de simplificação foi o emprego
(Ericsson); Socrate (França); ND (NEC).
que o usuário que chama queria e efetua de órgãos comuns, assim denominados,
va a conexão correspondente. Um siste Sistema CPA misto: por serem utilizados em qualquer chama
ma de luzes, chaves e conectores (pegas AXE (variante Anadigital) da, porém, apenas durante a realização
e jacks) auxiliava o operador a efetuar a de sua função. No sistema passo-a-passo,
conexão desejada. A comutação, manual, Sistema CPA eletrônico: seria proibitivo corresponder a cada linha
ficava limitada a cerca de 250 conexões (*) ESS-4 (AT&T); DEX-1 (Japão, exper); E.10CIT- de assinante uma complexa chave seleto-
Alcatel (França); Platon (Fr-exper.); Proteo (Itá ra. A solução encontrada foi associar ca
lia); AXE (Ericsson); ESWD (Siemens); NEAX
(*) Com base cm pnlcstras dc Amos Jocl Jr., proferi da assinate um dispositivo buscador de li
da na Seção dc A fartura do X I I I ISS (International (NEC); 5ESS (AT&T); DMS (Northern Telecom);
Switchinn Symposium), Estocolmo (Sw.), junho 1990. Linea UT (Italtel); System 12 (Alcatel); Trópico nhas mais simples, que acionado ao se ti
Am os Jocl, conhecido como Mister Switchinft, foi (CPqD) rar o fone do gancho, partia à busca de
um dos idcaJizadorcs dos ISS. um seletor mais complexo, disponível na