Page 15 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1990
P. 15
foram apresentados sobre criação de no equilíbrio entre os investimentos existen
vos serviços; a comutação fotônica tam tes e as novas tecnologias a serem im plan
bém tem recebido grande atenção e fir tadas.
ma-se como solução para a comutação A partir de 1995, começará a surgir se
no futuro. A tecnologia a ser prevalescen- gundo os especialistas, as redes de comu
te no futuro ainda não está clara; a aten nicação utilizando a comutação óptica
ção aos problemas de software ainda per com base na tecnologia fotônica, em que,
manece intensa. Temas tais como desen fótons passarão a substituir elétrons.
volvimento, software m odular versus gené Os equipamentos modernos para teleco
rico, facilidade de m anutenção, tolerância municações estão baseados no uso de mi
a falhas, portabilidade e flexibilidade fo croprocessadores que lhes dão o necessá
ram abordados nos 10 trabalhos apresenta rio suporte material. É o hardware, que
dos; finalmente o tema Comunicações é complementado por uma lógica de ins
Móveis não foi contem plado com muitos truções ou software, arm azenado em me
trabalhos — 9. No entanto, dem onstrou, mórias de estado sólido. Para que equipa
na prática, a força de sua penetração — mentos de diversas origens operem harmo-
4% na Escandinávia. Um núm ero impres nicamente, form ando sistemas, a padroni
sionante de delegados trouxe ao simpósio zação passa a ser um item cada vez mais
seus aparelhos portáteis e se utilizaram importante. A padronização traduzida
deles a todo instante — até mesmo para sob ponto de vista do software é a trans-
mais facilmente se encontrarem no meio portabilidade dos program as. Na prática,
dos 4.000 participantes. isto significa que um program a, mesmo
Luiz de Oliveira Machado, diretor da Reserva
Por tudo isso, o ISS 90 apontou para Multitel, com seis idas aos Simpósios Interna se escrito em linguagem de alto nível, ao
um encontro ainda mais fascinante em cionais de Comutação. ser interpretado ou compilado em diferen
Yokohama, outubro de 92. tes processadores, deve produzir efeitos
idênticos ou seja um program a pode ser
Higaky e Saraiva a comutação fotônica, send^ hoje desen “ transportado” de uma para outra m á
volvida na Europa, Japão e Estados Uni quina, sem que isto cause maiores proble
O XIII Simpósio Internacional de Co dos. mas. Pela importância real do tema, to
municação abrangeu os resultados de tes da uma sessão do ISS, a C4, foi dedica
tes de campo de sistemas telefônicos, im Luiz Machado da à discussão da transportabilidade do
plantados e tão diversificados quanto os software.
Trópicos R, 5ESS-PRX, AXE, além de Fruto do XIII ISS verifica-se que a Em relação à telefonia móvel celular,
tratar de novas tecnologias como a RDSI RDSI a 64 bit/s está evoluindo rapidamen ela está apenas começando a se fazer sen
de faixa estreita e a telefonia celular. Fo te, já estando em operação comercial em tir e detém, por ora, entre 3 a 4% do to
ram também apresentadas novas concep diversas localidades. A porção “ não-voz” tal de terminais das redes. Prevêem os es
ções para topologia de redes de intercone- que transita pelos dispositivos de comuta pecialistas, no entanto, que os terminais
xão, a altas velocidades, destinadas ao ção tem crescido rapidamente, mas o cus móveis poderão igualar a quantidade dos
uso de B-ISDN (Rede Digital de Serviços to do equipamento do usuário — o termi terminais fixos, dentro de apenas alguns
Integrados, de Faixa Larga). A RDSI-FL nal integrado — ainda representa um pe anos. Quem não quer, afinal, possuir
será o suporte dos serviços de telecomuni so muito grande, no custo total do siste um terminal móvel que o acom panhe, fiel
cações dos anos 90 e utilizará rede síncro ma. Uma padronização européia, para mente, em toda parte?
na óptica ou SO N E T (Synchronous Ó pti os terminais RDSI, deverá estar pronta “ É a sexta vez que compareço a um
ca! NetWork) para transmissão e Assynchro- em 1993. ISS (os anteriores foram Munich (74), Pa
nous Transfer M ode (ATM) para as fun A RDSI de Faixa Larga deverá ser im ris (79), Montreal (81), Firenze (84), Pho-
ções de multiplcxação e com utação. plantada como um aditamento à rede exis enix (87) e agora em Stocholm (90)” , escla
Para o futuro, deve entrar em cena a tente c terá como vetores de progresso a receu Luiz M achado. No XIII ISS estive
comutação fotônica, de m uita capacida necessidade dos usuários — principalmen ram representados nada menos que 86 paí:
de, ainda em fase de experiências prelimi te os do mundo dos negócios — c os re ses, dentre os quais o Brasil, com um a
nares nos laboratórios de com utadores cursos facultados pela nova tecnologia delegação de 15 pessoas tanto do Gover
ópticos, e ainda não disponível para apli para obtenção de uma comunicação com no quanto da iniciativa privada. Uma no
cações práticas. alta capacidade, velocidade e qualidade. vidade deste ISS foram as “póster ses-
Ponto de destaque para o Brasil, foi O planejamento das novas redes deverá sions” , isto é, um salão em que apresenta
a palestra proferida sob responsabilidade ser evolucionário, e não revolucionário, ções, didáticas, eram efetuadas à pedido
de C. Hugueney Jr. (CPqD da Telebrás), visto que terá de levar em conta o justo dos visitantes, por apresentadores especia
S.P. Saraiva e G. Nunes (PH T Sistemas lizados. Vinte e cinco papers, de 10 países,
Eletrônicos Ltda.) m ostrando resultados foram apresentados desta maneira, ten
de campo e enfatizando a confiabilidade do como temas principais as experiências
do Sistema Trópico R, que foi avaliada de comunicações efetuadas em faixa lar
operacionalmente em 90, 61 horas, num ga e as novas arquiteturas de comutação.
período de 40 horas. O sistema Trópico “ Para quem assiste, como eu, a um
R opera na configuração n° 7, desde no ISS pela 6a vez, fica claro que aum enta,
vembro de 88. A arquitetura de sistemas rapidamente, o fosso tecnológico que se
distribuídos e descentralizados, utilizada para os países desenvolvidos dos demais.
pelo CPqD para máxima confiabilidade A disputa da tecnologia vem se travando,
do TVópico foi assim com provada, em tes a meu ver, em duas frentes: um crescimen
tes de campo. A disponibilidade intrínse to no intercâmbio de informações, visan
ca de 2,52 horas, em 40 horas, de Trópi do efetuar a crescente complexidade dos
co R, se aproxima do objetivo, mundial, sistemas; e um esforço dirigido para ga
de 2 horas fixadas para este parâm etro. nhos industriais de eficiência e produtivi
Dentre 480 trabalhos propostos ao dade, ao invés de se procurar a vanguar
XIII ISS, 154 foram publicados nos da científica, como finalidade, em si” ,
Anais, — entre os quais os do Trópico observou Luiz M achado.
a maioria dos quais trataram das ten “ Em 92, ocorrerá o XIV ISS em Yoko-
dências, a médio prazo, da integração homa — Japão, de 25 a 30 de outubro,
dos serviços e incluiu redes inteligentes, Paulo Castelo Branco, diretor da Ericsson, e depois será a vez do ISS’95 em Berlim,
comutação em faixa larga, com utilização voltou impressionado com a magnitude do even de 23 a 28 de abril. Para os que puderem,
de fibras ópticas e, a nível de laboratório, to e a evolução da tecnologia. recomendo a viagem” . (JCF)