Page 11 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1990
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A tecnologia da central totalm ente digital, m orar que o projeto inicial era conheci Telebrás daria luz verde para a comerciali
prossegue a Portaria, seria desenvolvida do como o 10 PD (Protótipo de Desenvol zação do Trópico R, “ cuja primeira unida
pelo CPqD a ser ainda criado e contaria vimento) e detalha que “ o equipamento de em funcionamento comercial’’, lembra
com a participação da empresa X que pas utilizava no controle da periferia chips In com justificado orgulho Sebastião Alpha,
saria a ser o fornecedor exclusivo de cen tel 8080 e para as funções centrais um pro diretor de Operações e Mercado da PH T
trais CPAs de tecnologia tem poral, para cessador científico PDP-11” . Em 81, o e diretor da Promon Engenharia, “ seria
a Telebrás. Isto era a teoria. Na prática, Trópico C (C de concentrador) estava pron inaugurada, em julho de 86, em São Luiz
a empresa única X , escolhida pela licita to e no ano seguinte seria testado na esta do M aranhão’’. No mesmo ano, a Tele
ção TB/001-76 acabaria se transform an ção 274, do Leblon, no Rio de Janeiro. brás assinaria um termo aditivo ao contra
do em três empresas nacionalizadas: a A tecnologia do Trópico C, aprovada, to do Trópico R, aum entando a cota anual
Ericsson, a NEC e a SESA. A política passaria a ser produzida pela, então, Ele de aquisições obrigatórias de 15 para 30
de CPA suscitaria grande interesse no se bra Eletrônica e pela Engenharia P&D mil terminais, a vigorar durante 4 anos.
tor gerando o II Painel T E L E B R A SIL , Sistemas Eletrônicos, inaugurando a fa Na oportunidade, a SESA é adm itida a
ocorrido no Bahia O thon, em Salvador, bricação, no País, de CPA-Ts com tecno fabricar o Trópico R. Hoje, o Trópico R
em abril de 75, e que ajudaria a estabele logia própria. A partir de 83, a Decisão tem mais de 600 mil linhas vendidas.
cer os rumos da Portaria 661 pelo Minicom. n° 40 da Telebrás define o Trópico C co Ainda em 86, outro contrato seria fir
O sucesso relativo do primeiro proje mo único modelo aceito de concentrador. mado pela Telebrás para o desenvolvimen
to Siscom ensejou, por sua vez, o planeja De acordo com Carlindo, o CPqD, a to de uma central de maior capacidade
mento do Siscom II. Sim ultaneam ente, o — a Trópico RA — ficando estabelecido
CPqD seria criado no papel, em 76, cer para os fornecedores uma garantia míni
ca de quatro anos após a criação da Tele ma de encomendas de 60 mil term inais/a-
brás, e receberia o nome do Padre Rober no, durante 5 anos.
to Landell de M oura — um pioneiro da
pesquisa de telecomunicações no Brasil, Trópico RA
ainda no Século XIX. O CPqD operaria
em instalações provisórias, no centro da Em sintonia com a estratégia gradualis-
cidade de Cam pinas (SP), até novembro ta do CPqD para o desenvolvimento da
de 80, quando se deslocaria para o quilô tecnologia CPA-T nasceria o projeto Tró
metro 118 da Campinas-M ogi Mirim, nu pico R4000 destinado a ampliar a capaci
ma área de 260 mil m2. dade inicial da central Trópico R. Ele fica
Em resumo rápido, a vida do CPqD ria pronto ao final de 86. Já ao início des
passaria por três fases: a do convênio com te mesmo ano, tinham se juntado à Ele
a Universidade (Unicamp); a de desenvol bra Telecom e à PH T, os fabricantes SE
vimento de produtos (76 a 85); e a dc pes SA (Standard Eletrônica) e SID Teleco
quisa de alto risco, a longo prazo. A atua municações, a fim de participar do desen
ção do CPqD geraria tecnologia em diver volvimento e da produção do Trópico R A .
sas áreas, tais como a com utação e tras- “ Com o conhecimento adquirido de
missão digitais, sistemas e componentes desenvolvimentos anteriores começamos
óticos, comunicações via satélite, tecnolo Celso Nobre, cio CPqD, ganhou concurso ao a queimar etapas. O hardware do equipa
gia de redes, sistemas rádio. nomear a cenlral digital brasileira de 7iópico. mento RA ficou concluído, em outubro
Ao extinguir-se o Departam ento de Pes de 87 e, ao início de 89, dava-se a integra
quisa e Desenvolvimento da Telebrás, com ção do software básico e a integração
a criação do C PqD , seria também extin partir dc 80, começou a praticar uma es do software aplicativo’’, explica Carlin
to o projeto Siscom que, então, renasce tratégia “ gradualista” cm relação á tecno do Hugueney Jr.
ria, com o nome de Trópico. Parte da equi logia das CPA-T, iniciando o desenvolvi A primeira central Trópico RA foi ins
pe do projeto Siscom, da USP, seria trans mento dessas centrais por equipamentos talada para teste, em dezembro de 89,
ferida para o C PqD , bem como um protó de baixa capacidade e depois aum entan em Perdizes (SP), com 500 assinantes e
tipo do equipamento. O novo Centro dc do, progressivamente, o número total de entroncada com uma central AXE da
Pesquisa e Desenvolvimento teria Luiz assinantes a eles conectados. Surgiria daí Ericsson. A capacidade inicial da central
de Oliveria M achado como superintenden a “Família Trópico” dotada dos seguin Trópico RA é de 3 a 5 mil assinantes,
te, subordinado ao diretor de tecnologia tes membros: um concentrador ou Trópi mas poderá crescer para 35 mil e, no futu
e Indústria, Jorge M arsiaj Leal. Carlin- co C (para 192 assinantes); uma central ro, ser ampliada até 100 mil assinantes.
do Hugueney Jr., seria o coordenador local ou tandem, tipo rural ou Trópico R Em setembro deste ano, deverão estar ter
do Program a de Com utação Eletrônica, (4 mil ass.); uma central local Tandem minados os testes de aceitação do Trópi
e Newton Scartezini o chefe do D eparta de alta capacidade (64 mil ass.) ou Trópi co RA, na Telesp, e para novembro está
mento de Desenvolvimento. co L\ e uma central trânsito ou Trópico sendo aguardado o I o release de softw a
O ambiente do projeto da CPA digital T (50 mil ass.). re para uso comercial. Até a data da feitu
envolveria técnicos como Gil Azevedo, O desenvolvim ento do Trópico C ra desta matéria estava prevista, pela Tele
Edson Terracini, Hélio Graciosa, C láu — ainda que apenas um concentrador brás, a ativação de um total de seis cen
dio Aparecido Violato, além do próprio — constituiu um estágio fundamental pa trais Trópico RA, respectivamente, na Te-
Luiz Machado. ra o próximo passo, que seria o desenvol lebrasília (1 central de 3 mil ass.), Telemig
vimento de uma central local, digital, de (4 centrais com 10,3 mil ass.) e Telesc (1
Trópico R pequeno porte. O projeto desta central, central de 3 mil ass. e 3 mil troncos).
denom inada Trópico R (R de rural) dura O desenvolvimento do Trópico RA, se
Aldemar Fernandes Parola, que ocu ria de m arço de 81 a dezembro de 84. gundo um a fonte do CPqD , envolveu in
pou o cargo de gerente de com utação do Ao apagar das luzes de 84, a Elebra colo vestimentos da ordem de 30 milhões de
CPqD (e hoje está na Zetax), distingue caria em teste uma destas centrais Trópi dólares e o esforço de cerca de 300 espe
para o Trópico as fases de exploração (73 co R, equipada para 1.536 assinantes, na cialistas do próprio CPqD e das indústrias,
a 76), de concepção do sistema (77 a 80) central Lago Sul, em Brasília e quase si durante 5 anos. Só o software do Trópi
e de desenvolvimento das centrais digitais multaneamente o mesmo seria feito pela co RA representa cerca de um milhão de
de pequeno (80 a 85) e médio porte (85 a PH T, em Cam buí, Campinas (SP). linhas de código de programação. Os pró
90). Historicamente, passada a fase do Visando estabelecer a implantação in ximos desenvolvimentos previstos pelo
projeto Siscom, cm 80, o C PqD dava iní dustrial da Tecnologia Trópico R, a Tele CPqD para as centrais Trópico RA in
cio ao desenvolvimento dc um concentra brás firm aria, ao final de 84, contrato cluem, além de aumento da capacidade
dor de linhas, um equipam ento destina com a Elebra e a PH T , em que assumiria da central, a introdução, até 92, de fun
do a ligar 192 assinantes a um a central lo o compromisso de adquirir 15 mil linhas ções de sinalização por canal comum (li
cal, utilizando apenas dois pares telefônicos. deste equipam ento, anualmente, por um vro azul do C C ITT), bem como de fun
Carlindo Hugueney Jr. gosta de reme período de 5 anos. Em outubro de 85, a ções adicionais para RDSL (JCF)