Page 10 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1990
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O segmento da comutação digital brás e o FDTE. Tratava-se de desenvolver Siscom
constitui uma das molas mestras um “ sistema de com utação, com know -
how gerado no País, utilizando técnicas O primeiro protótipo do projeto Sis
do desenvolvimento no CPqD e
digitais. A com utação seria tem poral e com, totalmente digital, foi testado, em
chegou a absorver até 40% dos re os terminais endereçáveis. Previa-se 33 76, através de 30 ligações simultâneas, jun
cursos destinados àquele centro. meses de desenvolvimento e investimentos to à central 214, no bairro de Pinheiros,
O Brasil, com as perspectivas cres de 2,5 a 6,4 milhões de dólares. A capaci em São Paulo. A Telebrás, sob inspiração
dade final seria de 400 assinantes e have da Diretoria Técnica e do DPD firmaria,
centes de sucesso do Trópico RA
riam facilidades tais como DDD e D D F ’ a seguir, contratos de pesquisa tecnológi
— uma central que poderá alcan ca em TCs com o Cetuc (PUC-RJ), a
Uma equipe de técnicos, dentre os
çar a capacidade de até 100 mil quais citam-se Roberto Kirchner (antes Unicamp e com empresas como a Elebra,
assinantes — ingressa no rol dos Inbelsa-Philips), Ramos Feris (antes Tele- além de reunir elementos técnicos do pró
poucos países detentores da tecno funken), Hélio Guerra Vieira (depois Rei prio Sistema Telebrás, como Aldemar Fer
tor da USP), Jacyntho José Argerami nandes Parola, um veterano da área de
logia CPA-T. Vista por seus ideali-
(USP), Ricardo Maciel (depois SI D), Ader- com utação que ostentava passagens na
zadores como uma central moder bal Alves Borges (depois CPqD ), Carlin SESA e na CTB-RJ. Fato fundamental,
na, surgem até notícias de gestões do Hugueney Júnior (depois CPqD) e ou a Telebrás e o Minicom já planejavam,
para a produção de centrais com tros, participaram do projeto, deste pri na época, a criação de um Centro de Pes
meiro sistema. Os pesquisadores do FTDE, quisa e Desenvolvimento para o setor de
tecnologia Trópico, na União Sovié
muitos oriundos do Laboratório de Siste telecomunicações.
tica. À seguir, a história do desen mas Digitais da USP, carregavam em seu A Portaria 661, emitida em 75, previa
volvimento do Trópico. acervo o fato de terem participado da fei a criação de um CPqD e estabeleceria
tura do primeiro com putador digital bra que as CPA-E (espacial) seriam fa
sileiro — O Patinho Feio. bricadas, no Brasil, com tecnologia estran
O nome inicial escolhido para o proje geira a ser adquirida no mercado interna
aventura do Trópico começou no ei
A xo São Paulo-Brasília. Um grupo ser mais direto — Siscom — ou Sistema cional por uma empresa X, totalmente
to da central digital brasileira não poderia
brasileira, que deteria 40% do mercado.
de ex-alunos da Escola Politécnica, a no de Com utação. Só bem mais tarde, em Os 60% restantes seriam disputados pelos
li da USP, instituiu, cm 72, o Fundo de
81, fruto de um concurso interno prom o fabricantes estrangeiros aqui instalados
Desenvolvimento Tecnológico de Engenha vido pela Telebrás, nasceria a denonima-
ria — FTDE, destinado a promover pes çao rtópico, que fora proposta pelo enge
quisas em tecnologias de ponta. No mes
nheiro Celso Nobre, ainda hoje no CP
mo ano, em Brasília, o diretor técnico
da Telebrás, Luiz Carlos Bahiana — que
já havia sido diretor do Departamento de
Planejamento do Minicom e um dos fun
dadores do Cetuc (PUC-RJ) — recebia
uma circular solicitando contribuições pa
ra o Plano Brasileiro de Desenvolvimen
to Científico e Tecnológico -— PBDCT,
coordenado, nacionalmente, pela Seplan,
órgào do Ministério do Planejamento.
Como revela Luiz de Oliveira Macha
do (então chefe do Departamento de Pes
quisa e Desenvolvimento — DPI) da Tele
brás) surgiu do PBDCT a idéia dc fa/er
um sistema de comutação digital, numa
arquitetura em anel. A Cotelb, hoje Tele-
brasília, tinha então, na presidência, Clcó-
fas Ismael de Medeiros Uchôa, que tam
bém lecionava na Universidade de Brasília
— UnB. Esta Universidade formava na
ocasião a I a turma de engenheiros, com
opção em telecomunicações, dentre os
quais Carlindo Hugueney Jr., Ricardo
Maciel, Adcrbal Alves Borges. Os dois
primeiros, em viagem à Europa financia
da pela Cotelb, haviam entrado em conta
to com a tecnologia CIT-AIcatel, dc cen
trais totalrncntc digitais por controle arm a
zenado — CPA e voltaram entusiasmados.
A tecnologia CPA, como tecnologia
digital avançada, estava na ordem do dia
nos meios especializados. A Cotelb promo
veria palestra sobre CPAs e Carlindo, Ri
cardo e Ronaldo seriam enviados para a
Cotesp, uma empresa operadora, em São Central digital
Paulo. Em setembro dc 73, como registra Ttópico RA
ria a TELEBRASIL (vide S /O 75), é assi do CPqD da Telebrás
nado um contrato entre o DPD da Tele-