Page 8 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1990
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Comutação
As 4 fases da Política Industrial das TCs
A Política Industrial do setor vi eletromecânicas e de equipam entos à vál com empresas nacionalizadas ou em regi
vula para centrais C PA e equipam entos me de joint-venture> equipamentos com
sou estabelecer uma indústrial lo
transistorizados — que facultariam a p ar tecnologia externa, mas passar a desenvol
cal de bens e serviços para supor
ticipação de investidores nacionais associa ver, localmente, uma tecnologia própria
tar a implantação, pelo Estado, dos a capitais estrangeiros, no segmento Esta seria gerada num Centro de Pesqui
de uma moderna infra-estrutura industrial da eletrônica para telecom unica sa e Desenvolvimento, com a participação
de telecomunicações no País. Pos ções. Resultaria desta fase, que coincidiu da Universidade e de empresários locais,
com a tecnologia das centrais C PA espa cujos recursos seriam oriundos da explora
teriormente, uma mistura de acele
ciais, o posicionamento da Ericsson, da ção dos serviços de telecomunicações pe
ração tecnológica, traduzida pela NEC e da Equitel (Siemens), com o forne la Telebrás. Centrado no esforço do pro
microeletrônica, de recursos gera cedoras de comutação pública C PA para gram a de comutação Trópico, desenvolvi
dos pela operação de serviços já o Sistema Telebrás. do no CPqD, tomariam impulso empre
implantados, de recursos humanos Uma terceira fase da política industrial sas brasileiras, como a PHT (grupo Pro-
teve como objetivo não só produzir, aqui, mon) e a Elebra Telecon, a que viriam se
especializados existentes no País, juntar, posteriormente, a SESA e aSID
e de determinação política, tornou O utro fator que influenciaria o perfil
possível desenvolver, localmente, da indústria aqui instalada seria a Lei
7.232, de Informática, que iria definir cri
alta tecnologia em algumas áreas.
térios de nacionalização do capital e da
Com a chegada ao mercado da co tecnologia (vide O Ciclo da CPA Espa-
mutação, da tecnologia nacional ciai agitou o mercado). Por outro lado.
Trópico, o assunto da Política In o empresariado local passa a se interessar
dustrial, visto em perspectiva, nun por comutação como a Batik, a Induco.
a D arum a, a Monytel, a Zetax, apenas
ca foi tão atual.
para citar algumas empresas.
O quadro da Política Industrial se com
objetivo governamental do setor de
O comunicações para o segmento indus pleta com uma quarta fase — em anda
mento — em que, a médio prazo, se deli
trial visou, inicialmente, atrair capitais e neia a liberalização do mercado e a abertu
tecnologia de fora, para que viessem se A segunda fase introdu/.iu o regime de joint- ra para o exterior, dando o teste definiti
instalar no País. Em troca, lhes cra acena venture. vo à tecnologia e ao capital nacionais, is
do contratações anuais c uma reserva, im to é, competir, tanto aqui, quanto "láfo
plícita, subentendido que a entrada de no — ra” , com o produto internacional.
vos fornecedores seria mantida cm nível Política Industrial CPA-T Tbndo como pano de fundo as Pona-
aceitável e que a importação de produtos rias 661, 215 e 225 (vide box), na prática,
similares, aos aqui fabricados, seria veta Portaria 661/75 o mercado das centrais totalmente digitais
da. Esta primeira fase trouxe ao Brasil (Minícom 15.08.751 — ou CPA-Ts — foi inicialmente ocupa
empresas da Europa, como a Ericsson, do pelas Ericsson, NEC e Equitel (Sie
• empresa X, de capital votante majoritário brasileiro, ad
Philips, Pirelli, Siemens, Tclefunkcn e nor quirirô tecnologia CPA-E do exterior e participará do de mens), visto a tecnologia Trópico não es
te-americanas, como a ITT, RCA e GTE. senvolvimento de CPA-T tar ainda operacional. Em dezembro de
Posteriormente, com a criação da Embra- • rosorva 40% do mercado para empresa X 82, é feita uma demonstração para a Tele
tel (vide J /A 90 “ Três Décadas de TCs • criação de um centro de tecnologia brás das tecnologias das centrais CPA, to
Brasileiras”) a NEC, japonesa, viria se ins Portaria 622/78 talmente digitais, da Ericsson (AXjE-D),
talar no País. (Minicom 01.06.78) da NEC 0NEAX-16) e da Equitel (ESW-Dj).
Uma segunda fase da política industrial O mercado passa a ser dividido, geo
• cria figura do equipamento preferencial e estimula in
de TCs levou à nacionalização do capital
dústria aqui instalada a produzi-k) graficamente, entre estas três empresas,
de empresas estrangeiras aqui sediadas, • admite divisão do mercado para produtos que exijam cabendo à Ericsson a cidade de São Pau
introduzindo a participação majoritária alto investimento lo, à NEC a do Rio de Janeiro e à Equi
de um sócio brasileiro. Seria a força das Portaria 215/81 tel a cidade de Curitiba. As centrais digi
compras do Sistema Telebrás, bem como (Minicom 19.11.81) tais para Brasília, Belo Horizonte e de
da mudança de tecnologia — de centrais mais localidades seriam atribuídas por li
• Trópico declarado preferencial
• 50% mercado Trópico com licitações e parcelas assegu citação às melhores propostas. A atribui
radas a fornecedores nacionais ção de mercados de CPA-T, por divisão
geográfica, iria garantir, por um lado,
Portaria 225/82
(Minicom 82) uma parcela mínima de contratos às em
presas nacionalizadas, que iriam investir
• classifica para CPA-T quem foi classificado para CPA-E
na produção deste tipo de centrais no Pa
Ofício 77/84 ís, e, por outro lado, daria certa unifor
(Minicom 03.05.84) midade tecnológica às operadoras encarre
• CPA-T pequeno porte (até 4 mil t): só para produto de gadas de explorar o serviço.
senvolvido no País A fim de disciplinar o mercado da Por
• CPA-T médio porte: 50% para Trópico (se existente); taria 215, o Minicom emitiu, em 84, o
50% licitação livre
Ofício n° 77 que definiu faixas para carac
• CPA-T grande porte (acima 12 mil t): 50% Trópico; 50%
licitação livre terizar centrais, distinguindo as de peque
no (até 4 mil terminais), médio (de 4 a
Portaria 702/90 10 mil terminais) e grande porte; deu ex
(Minfra 06.90) clusividade à tecnologia Trópico no merca
• extingue reserva geográfica de mercado das empresas do de pequeno porte; reservou 50fo do
A 14 fase trouxe tecnologia do exterior para nacionalizadas mercado para a tecnologia Trópico na-'
o País. demais capacidades; permitiu que a tecno-