Page 9 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1990
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logia Trópico, então já disponível. A tecno- — PH T, Elebra, SID, SESA — após o
em todas as faixas; e proibiu o subequipa- que ela ficaria disponível a toda empresa
mento de centrais. que se adequasse ao regime de 70% do
capital nacional. Foram discussões de
Liberalização um a época de transição.
Mais recentemente, a Portaria n° 702,
Em 1986, houve forte discussão para de junho de 90, extinguiu a reserva geo
liberalização dos termos da Portaria 622, gráfica de mercado para as centrais telefô
acabando com a limitação do número de nicas de grande porte da Ericsson, NEC
fabricantes aceitos por produto (entre e SESA. Elas passam, agora, a ser dispu
dois e quatro) e substituindo a compra tadas em regime de licitação em todo ter
“ preferencial” pela reserva de mercado ritório brasileiro.
para produtos coinprovadamente projeta Em números rápidos e a título de com
dos e desenvolvidos no País. A transferên paração, até 87, haviam sido contratados
cia de tecnologia externa, para o segmen 1,2 milhões de linhas de centrais digitais,
to de mercado reservado ao Trópico, fica com tecnologia externa, cabendo as parce
ria proibida, a não ser que se constatasse las de 38%, 34% e 28%, respectivamen
desatualizaçào tecnológica ou econômica te, para a NEC, Ericsson e Equitel. A
A 3 a fase contempla competição de tecnologia
do produto nacional. A transferência de de fora e a gerada localmente. A fase final se mesma época, 350 mil linhas em tecnolo
tecnologia do CPqD favoreceria somente rá a abertura para o exterior. gia Trópico R, já haviam sido contrata
empresas com 70% do capital nacional. das entre a Elebra, SID, e SESA. Já pa
Na prática, isto conduziria que as cen ra o ano de 1990, o mercado de CPA-T,
trais de grande porte fossem produzidas gia Trópico, então já disponível. A tecno estimado por um empresário da área de
com tecnologia externa, atualizada local logia Trópico, à medida que ficasse pron comutação, deverá ser repartido 80% com
mente, que as centrais de médio porte se ta, teria 50% de reserva na faixa de cen as tecnologias da Ericsson (35%), NEC
riam contratadas em regime de livre licita trais de médio e grande porte, disputan (25%) e Equitel (20%) e os demais 20%
ção para fornecedores com 70% de capi do o restante do mercado por licitação. com a tecnologia Trópico através da Ele
tal nacional e que as centrais de pequeno A mesma tecnologia Trópico, durante cin bra (7%), PH T (7%), SESA (3%), e SID
porte seriam um a exclusividade da tecnolo- co anos, seria das empresas nacionais (3%). (.JCF)
Ja associação do grupo Pereira Lopes/Ibelsa Ministro Antonio Carlos Magalhães negando-
(como majoritário) e do Brasilinvest. Seria a lhe encomendas do Sistema Telcbrás — se regu
Unipec que adquire, junto á I TT, 51 % do con lai i/nria, com o grupo Roberto Marinho ad
trole acionário da SESA. Posteriormente, com quirindo o controle da empresa e alijando, pos-
a saída do grupo Ibclsa e da parceria, nasceria, teriormente, a participação da BIT do empreen
F ruto da necessidade de nacionalização do com Mário Bernardo Gamem, a holding Brasi dimento.
linvest Informática c Teleconumicaçôcs-BIT.
Em paralelo, do lado da Standard Eletrôni
capital, gerada pela Portaria 661, de 1975,
as empresas estrangeiras aqui instaladas, co Esta, adquire o passivo da SESA c também o ca, em março de 85, o Ministério das Comuni
mo Ericsson, ITT, NEC, Siemens e outras, co direito de participar do mercado e do desenvol cações lança um plano de recuperação da em
meçaram a se associar a parceiros nacionais. vimento de Centrais CPA-Ts, vale dizer do pro presa, com base na produção de equipamentos
Descrito de maneira breve, a Ericsson, em 79, jeto ftópico sendo desenvolvido no CPqD. de comutação privada e peças de reposição
ficou sob controle da Matei, uma associação Toda a transação de compra da SESA pela BIT Pentaconta. A saga da Standard Elétrica
da Monteiro Aranha, como majoritária c da c pelo empresário Samson Wõiler (minoritá — aliás, Saber, Unipec, Telbra, Standard Ele
Atlântica Cia. Nacional de Seguros. A NEC, rio) é efetuado pelos valores, simbólicos, de trônica — receberia novo impulso, em setem
no mesmo ano, associou-se à Docas de Santos um cruzeiro. bro de 86, com aquisição da empresa pelo gru
para tornar-se a Cia. Eletrônica Nacional-CEN. Fim nova negociação, porém, a BIT passa po Reserva (Pereira Lopes; Pappa Jr./Grupo
A Siemens, cm 80, associou-se ao grupo He- a ser o novo parceiro nacional da NEC, em Lavras; L.F. Levy/Gazeta Mercantil).
ring e ficou com a denominação da Equitel. substituição ao grupo Docas. Entram na tran O grupo Reserva estrutura uma holding, a
Posteríormcnte, em 87, a Siemens AG vende sação entre a BIT e a NEC, os direitos de par Standard Eletrônica, com o capital de 60%
ria sua participação na Equitel, cujo capital ticipação da SESA no mercado de CP As, que do Grupo Reserva e 37% da Itautec. A hol
passa a ser constituído pela Hcring, Inova S/C a BIT cede à NEC por 8 milhões de dólares, ding, assim criada, passa a comandar a SESA-
Uda. e a GVD (grupo alemão). dos quais 3,5 milhões são em ações da NEC Rio Telecomunicações que, dentre outras ativi
A Sociedade Anônima Philips do Brasil do Brasil. Em resumo, ao início da década de dades, se destinará a desenvolver e a ter uma
— Divisão Inbelsa criaria a Philips Eletrônica 80, o mercado de comutação digital passa a parcela do mercado das CPA-T, Trópico. A
do Nordeste que, em 82, passaria a Sul Améri ficar repartido entre as tecnologias da Ericsson, SESA-Rio TCs, por sua vez, passa a ter 32,8%
ca Philips Telecomunicações e, em 87, a Sul NEC e Siemens, com a da ITT, vale dizer, SE de seu capital (até um máximo de 49%) de pro
América Teleinformática. A AEG-Telefunken, SA, se retirando do processo. priedade da Telefônica Internacional de Espa
em 82, criaria a Siteltra. A GTE foi vendida Sem acesso ao mercado de comutação pú nha, além de estabelecer um frame agreement
em 82, para o Grupo Cataguazes-Leopoldina blica digital e com tecnologia restrita ao siste tecnológico com a Alcatel. Esta última, cria
(Ivan Botelho). Num desenvolvimento subse- ma de barras cruzadas (Pentaconta), a SESA da em janeiro de 87, havia resultado da inte
qüente, as afiliadas Multitcl Sistemas e parte cuja denominação, por pouco tempo, foi Tel- gração de empresas, muitas das quais oriundas
da Siteltra se uniriam, em 87, para formar a bra ganha, em 83, o nome de Standard Eletrô da antiga ITT.
Telemulti S/A. nica, com o que mantém a sigla de SESA. Em novo movimento, o Grupo Reserva se
A SESA cindiu-se entre a BIT e Samson une à Multitel Sistemas, de Ivan Botelho, e
Negociações Wõiler, a quem cabe a missão de soerguer a forma uma nova holding denominada Reser-
empresa em torno do mercado de centrais Pen va-Multitel Telecomunicações S/A, que adqui
A trajetória da ITT, vale dizer Standard taconta, PABX e de instrumentos (osciloscó re a Elebra Telecon.
Elétrica S/A, criada em 1927, no Rio de Janei pios). Ao lado do desenvolvimento e da comercia
ro, merece relato especial, visto sua complexi A partir dos meados da década de 80, os lização do Trópico, participaram inicialmente
dade. A ITT, que também havia explorado negócios não correriam bem para o Brasilin a PHT (grupo Promon) e a Elebra (Docas de
os serviços de telecomunicações no País, deci vest e nem para a SESA, e a situação culmina, Santos), a que viriam se juntar, mais tarde, a
de se retirar, ao final da década de 70, de to em 85, com o Banco Central decretando a fa SID (Bradesco e Grupo Machline) e a SESA.
das as suas atividades no Brasil. Assim, em lência, extra-judicial, do Brasilinvest. Em de Ainda são fornecedores do mercado de comuta
76, nasceria a SEBER (Standard Electrica-Ber- corrência do fato, a NEC Corp. quer desvmcu- ção pública, na faixa de centrais de pequeno
gamo), resultante da associação da Internatio lar-se do Brasilinvest — apesar da resistência porte, a Batik (Construtel, de Márcio Lacer
nal Standard Electric Corp ou Iscc, com o gru deste — e procura renegociar 17°/o de suas da), criada em 79, em Minas Gerais, e a Zetax
po Bérgamo. ações, que estão em poder da BIT. Somente, (Bandeira Maia), que nasce em maio de 87
Já em 1979 é criada a Unipec que resulta em 86, a situação da NEC — sob pressão do em Campinas (SP). (JCF)