Page 39 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1989
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trônico e a indiscutível tendência ao de
saparecimento do telefone, como conhe
cemos até a década de setenta, demons
tram que as suas vantagens suplantam
com grande margem algum as poucas
debilidades, conseqüentes do uso de se
micondutores em um dispositivo opera
do em um ambiente completamente fora
do controle da empresa operadora.
O telefone está na extrem idade de
extensa linha metálica. Induções causa
das por linhas de transmissão de ener
gia e descargas atmosféricas represen
tam , especialmente nos cabos aéreos,
um ofensor destes dispositivos. Os semi
condutores em que pese seus extraordi
nários recursos, flexibilidade e dimen
sões reduzidas são, infelizmente, muito
sensíveis às sobretensòes. Para protegê-
Figura 1 — Diagrama de telefone convencional, m ostrando seus módulos funcionais D, B e Te transdu
tores M e R Os m ódulos D, B e T no telefone convencional foram substituídos, respectivamente, pelos los foi necessário introduzir circuitos
circuitos integrados "Pulse D ialer", "Tone fím ger" e "Speech Circuit". adicionais com função específica de des
viar estas sobretensòes dos semicondu
tores. Isto tem um custo razoável em re
de serviços especiais CPA. Telefones “3-Chips” e “ 1-Chip” lação aos componentes necessários à
O uso de telefones DTMF no mercado função telefônica, sendo tanto m aior
brasileiro é ainda m uito reduzido. As Os telefones eletrônicos a serem usa quanto mais alto for o nível de proteção.
em presas operadoras som ente os ins dos pelo mercado primário terão assim Os requisitos de proteção variam bas
talam para assinantes que solicitaram três circuitos integrados (em substitui tan te entre as aplicações em cidades
serviços especiais de CPA. S ena real ção aos três módulos funcionais do tele com redes subterrâneas e áreas periféri
mente vantajoso se todos os assinantes fone convencional) e transdutores de cas e rurais com linhas mais susceptí
de centrais CPA fossem equipados com resposta linear. É o que denominamos veis a perturbações de sobretensão. É
telefones DTMF, pois, além das vanta- de “telefone a três chins“ (Figura 1). En sensato não gravar o custo de todos tele
ens funcionais, esses assinantes aca- tretanto, a indústria de semicondutores fones da rede, especificando limites de
arão solicitando mais cedo ou tarde al já desenvolveu circuito integrado que masiado altos de proteção somente por-
gum serviço CPA, evitando-se deste incorpora o DTMF, tone ringere speech uue um diminuto percentual de apare
modo a visita à casa do assinante para circuit em uma única peça, que permite mos serão instalados em áreas rurais. É
trocar o aparelho. projetar o telefone com um único circui necessário um compromisso entre o pre
to integrado: sao os “telefones de um ço a pagar e o limite de proteção dese
Telefones preferenciais chip“. jável. Os casos extremos com requisitos
Os telefones eletrônicos apresentam superiores ao especificado devem ser
O mercado constituído pelos telefo uma série de vantagens: menor volume solucionados com protetores adicionais
nes adquiridos pelas operadoras do Sis e peso; montagem menos mecânica e instalados na entrada da linha.
tema Telebrás para conectar a linha de m ais eletrônica; melhor uuulidude na Outro fator perturbador em aplica
assinante vinculada à assin atu ra bá- conversação da voz; m elhor perfor ções de semicondutores, e também nos
sica denomina-se “mercado prim ário”. mance de transmissão independente do telefones eletrônicos, é a radiointer-
O restante do mercado é o mercado se com prim ento da linha do assinante; ferência. As junções dos semicondutores
cundário (ram ais de P(A)BX, extensões, processo industrial mais uniforme e ra atuam como demoduladores de sinal de
etc.). O mercado prim ário antes da Por cional; e maior adetiuaçáo à autom ati rádio (principalmente AM) e o telefone
taria M inisterial n. 88 somente adm i zação de testes na fanricação. tem o risco de operar como um pequeno
tia te le fo n e s c o n v e n c io n a is (nao- O uso generalizado do telefone ele- receptor de rádio para um a determ i-l
eletrônicos, com tra n sfo rm a d o r h í
brido).
A disponibilidade da híbrida ativa dbV
em sem icondutores, incorporando um
amplificador adicional para a transm is
são, perm itiu resolver a antiga aspira
ção de substituir economicamente o mi
crofone a carvão por m icrofone d in â
mico ou de eletreto. A rápida migração
no mercado mundial para esses microfo
nes dim inuiu de tal modo a dem anda
das cápsulas de carvão que se torna cada
vez mais difícil adquiri-las. Isto é válido
tanto em relação a disponibilidade de
grandes volumes de fornecimento, redu
zida quantidade de fornecedores e tam
bém a gradativa deterioração da quali
dade dos grânulos de carvão disponíveis
no mercado.
O componente está desaparecendo do
mercado. Seu substituto natural conju
gado ao uso da híbrida ativa (speech Cir
cuit) é o microfone dinâmico. Fste tem
resposta bem m elhor que a de carvão
(Figura 3) e é um componente de carac
terísticas estáveis e constitui junto com
Figura 2 — M icrofone de carvão, linha Okm. alimentação 48V Curva de resposta de frequência. As linhas
o (speech C i r c u i t ) o p ar ideal para uso tracejadas representam os lim ites inferiores recomendados A curva de resposta se altera ao se m udar a
nos telefones eletrónicos. posição do m icrofone, bem com o o seu envelhecimento.
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