Page 24 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1988
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Treinamento: o preparo para a
corrida tecnológica
Naja de Paula de Rodrigues
pelo segmento de birô, o mais forte na
Treinamento agora é palavra de através de um preparo adequado, impe
dem grandes realizações, principal Servimec. No entanto, fazendo jus a seu
ordem nas empresas, não mais desempenho, o departamento de ensino
mente se ligadas a metas inovadoras,
uma atividade secundária à qual seja no campo social ou técnico. obteve um crescim ento em relação a
ninguém dava muita importân Polêmica que se levanta atualmente, 1986, de 60%, "quando o planejamento
cia. As novas tecnologias estão em relação aos centros de treinamento, foi alcançar 30%”, enfatiza Barrio.
Além dos títulos de rotina (formação
levando a mudanças com grande é a necessidade de descentralização na profissional em informática, cursos de
velocidade e torna-se necessário cional de treinamento, hoje muito con microinformática, seminários técnicos),
centrada nas próprias organizações,
acompanhar os tempos. Mas isto aliás, reinvindicação antiga lembrada a programação de 1988 abrange semi
só é possível investindo-se na pela Sucesu para área de informática. nários internacionais em São Paulo í um
mão-de-obra que também possa já m arcado para abril e outro para
Informática maio), além da modalidade in company,
acompanhar esta corrida. ou seja, cursos e seminários para empre
As empresas de treinamento especia sas nas dependências do cliente ou da
própria Servimec.
lizadas em informática atuam forte
"universo” de treinamento pode
O ser destrinchado em etapas claras, mente na área de microinformática, Marcantes são as mudanças na SCI-
parecendo que padronizadas nas empre onde a reserva de mercado concedeu Sistem as, Computação e Informática,
sas, mas sofrem variações próprias de certa autonomia, mas já estão se expan ao longo do novo ano, no que tange ao se
planejamento dos respectivos departa dido também no setor de computadores tor de treinamento, onde, aliás, sempre
mentos de recursos humanos, responsá de maior porte (mainframes). O número trabalhou voltada para um público ex
veis por detalhes que podem se consti de empresas é grande e possui forte periente. Também atua no segmento de
tuir em grandes diferenças, por darem atuação mercadológica, oferecendo cur softw are e consultoria. Alejandro Pi
uma "balançada” na maneira tradicio sos de atualização, formação, além de nedo, diretor de treinamento, ressaltou
nal de operar. seminários para profissionais experien que entre as mudanças encontra-se jus
Parte deste "universo” é composto tes, assim como cursos abertos e fecha tamente a de passar a formar mão-de-
por empresas especializadas em treina dos, os que são administrados em um obra sem experiência anterior. Assim,
mento que oferecem uma programação dia, entre outras modalidades de ativi boa parte dos cursos voltam-se para
de atividades muito parecidas. Parte, dades. Podemos citar, a título de exem utilização de ferramentas, tais como Lo
pelos centros de treinamento mantidos plo, IBAM, Iteci, ATM, MCB, NETC, tus e dBase e para módulos de formação
no interior da indústria e que também Quadrata, NTT, Soft Consultoria, Task, necessários até se chegar ao treina
recorrem a empresas especializadas. 3i Inform ática, Tecnis, Compusoft, mento mais avançado.
De qualquer forma, boa parte do es Target. O utra novidade, são os cursos de
forço do departamento de recursos hu A Servimec, segundo o diretor Anto- im ersão total, realizados em hotéis-
manos é dedicado em pesquisas, absor nio Barrio, "apóia-se num equilibrado fazenda, longe das preocupações e do
ção de novas técnicas e contratação de tripé: ensino, comercialização (micros e burburinho das grandes cidades. ”0s
profissionais para a empresa com baga aplicações comerciais) e birô de servi alunos poderão efetuar verdadeiros
gem de conhecimentos sempre atuali ços”. A faixa de 34% sobre o fatura m ergulhos em setores específicos da
zada. Funcionando como um dos gran mento global atribuída às duas primei área de informática, em grupos de 25 a
des centros formadores de mão-de-obra, ras partes desta trilogia é ultrapassada 30 alunos, com aulas que terão duração
citam-se Senai (Serviço Nacional da In de quatro dias, em média”, explica Pi
dústria) nas atividades ligadas a setores nedo.
industriais, e Senac (Serviço Nacional O calendário de programações conta
do Comércio), comerciais. tam bém com o ex ecu tives briefings.
Segundo dirigentes consultados das ex ecu tiv o s que recebem em um dia
empresas de informática e telecomuni grande carga de informações sobre as
cações, a necessidade de implantar cen sunto específico, geralmente temas de
tros de treinamento para uso interno ou vanguarda. A SCI ainda oferecerá cur
deles dispor externamente, é decorrente sos de m ainfram es e seminários inter
do crescimento e expansão da atividade nacionais que contam com a participa
empresarial. "É necessário cada vez ção de esp ecialistas de vários países
mais preparar pessoal para manuten para falar de tem as avançados e polê
ção, treinar clientes no uso de equipa micos.
mentos, preparar funcionários de diver A filosofia de atuação do IBP1, se
sos segmentos como gerencial, adminis gundo um dos diretores, Fábio Marinho
trativo e de fábrica, oferecendo a todos de Araújo, é trabalhar em segmentos de
de um modo geral, suporte para recicla grande conteúdo tecnológico, onde
gem, formação ou atualização da fun exista certo vazio no Brasil. Adaptando
ção”, dizem estes executivos. a teoria ao setor de treinamento (a em
Eles enfatizam que nas atividades de presa faz consultoria, além de pesquisa
treinamento têm início a concretização Alejandro Pinedo, da SCI, destaca a impor e desenvolvimento em material, logiciai
de relevantes projetos, já que muitas ve tância da nova sede do centro de treinam ento e m icroeletrônica), a novidade paro
zes limitações facilmente superáveis, da empresa, inaugurada em janeiro, no Rio. 1988 fica por conta dos cursos e semi*