Page 28 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1988

FORTALEZA - CEARA

DE 19 A 22 DE SETEMBRO DE 1987

Wanderley:

Queremos liberdade para editar

Wanderley Gregoriano de Castro, presidente vante é o direito à privacidade, é o direito de não — Nós queremos fazer as listas de endereços

da Listei, empresa constituída pelo Grupo ABC e figurar o número do telefone nas listas. Esse direi­ separadas das listas de assinantes, por terem fi­

Editora Abril, e co-patrocmadora do XVII Painel to de não figurar deve ser cobrado, mas a exclusão nalidades distintas. Pedimos encarecidamente

Telebrasil, realizado em Fortaleza, CE. disse em do endereço do assinante não deve ser cobrado, que nos deixem editar a lista de endereços seis

sua palestra que "há 15 anos a atividade de edi­ porque o endereço náo é essencial para se com­ meses depois da de assinantes.

ção das listas telefônicas vem sendo prejudicada pletar uma ligação telefónica. Então, esse direito O orador falou também sobre a legibilidade

por incompreensões, distorções, agressões, entre deve ser reconhecido, deve ser respeitado pelas das listas: "Encontramos uma lista muito bem

editoras e concessionárias, importando num des­ concessionárias” . feita nos Estados Unidos. Estamos estudando a

respeito aos mínimos direitos dos usuários". O conferencista discorreu sobre os custos e o adoção dessa tipologia. Outro problema é o papel.

Gregoriano de Castro fez um histórico das lis­ faturamento das edições, acrescentando que a Não tem cabimento importarmos papel do Chile

tas telefônicas no Brasil, lembrando que a primei­ Listei "não dá um centavo de desconto para nin­ da África do Sul, da Finlândia, para imprimirmos

ra foi editada em 1882 sob a denominação "Guia guém, de tal maneira que todo assinante seja tra­ listas telefônicas. Náo há dinheiro para isso. 0

dos Viajantes do Rio de Janeiro” , com 470 assi­ tado igualmente, porque lista telefónica é parte único fabricante brasileiro desse tipo de papel éa

naturas. Em 1947 foi constituída a LTB — Listas de um serviço público, onde é proibido dar des­ Klabin. Vamos pedir que melhorem a qualidade",

Telefónicas Brasileiras, que até 1967 editava lis­ conto subjetivo” . — Nós fazemos concursos entre artistas de

tas para 94% do mercado. Em seguida, Gregoriano de Castro, defen­ cada região para valorizar as listas, para estimular

— Dominando o mercado — acrescentou o dendo o seu ponto de vista, fez uma análise dos a cultura e assim diversas outras inovações que

orador — a LTB passou a contestar os diretos de aspectos comerciais e gráficos dos anúncios e pretendemos fazer nas páginas introdutórias.

edição assegurados às concessionárias e fez pu­ mais adiante citou exemplos de listas telefônicas O presidente da Listei explicou sobre as pes­

blicar dois livros sob o título "Monopólio versus li­ editadas com duas seções, como em Porto Rico quisas que foram feitas em Porto Alegre. Campi­

vre concorrência” , com pareceres de juristas (assinantes com erciais e assinantes residen­ nas e Recife em relação à página introdutória Ou­

como Miguel Reale, Victor Nunes Leal, Rui Cisne ciais). tras pesquisas estão sendo realizadas em Beleme

Lima, e de economistas do porte de Octávio Gou­ Brasília.

veia de Bulhões, Mário Henrique Simonsen, Lan- — Gastamos 450 mil dólares nestas pesqui­

gom e outros mais. sas — revelou Gregoriano — . 0 mercado de listas

O conferencista falou sobre sua atuação telefônicas no Brasil é estimado, em função do

durante 10 anos como assessor da Câmara dos mercado publicitário que, em 1986, foi de US$ 2

Deputados, ocasião em que foi aprovada a Lei bilhões e 600 milhões.

6874/80, "um a das tramitações das mais tum ul­ O executivo continuou mostrando os numeros

tuadas” . Foram abertas licitações em todo o País. do mercado publicitário, comparando-o como

A Listei atende hoje cerca de 80% do mercado de percentual que cabe às listas. Falou ainda a res­

listas. peito das "listas piratas” e terminou sua oração

Gregoriano de Castro lembrou mais adiante a dizendo que "a Listei reconhece e proclama queo

importância das facilidades que os serviços tele­ direito de editar listas telefónicas era exclusivo

fônicos proporcionam. Revelou que a Listei man­ das concessionárias. No entanto, foi delegada per

tém 49 escritórios no Brasil, "inclusive em áreas lei à empresa da iniciativa privada. Por favor, dè-

onde náo atuam os: Rio de Janeiro, Belo Hori­ nos a liberdade da iniciativa para melhor atendê-

zonte, Bahia...” . Conferencista Wanderley Gregoriano de Castro (ABC las e ao público. Esse é o nosso apelo em nome de

Para o executivo "um a questão também rele­ Abril Listei). todos os editores” .

Zagonel :

Na Telepar, Conselho defende usuários

Ivo Zagonel, presidente do Conselho de Usuá­ ção por parte da imprensa, pois existem usuários de aparelho e que precisaram de treinamento".

rios da Telepar, enfatizou em sua palestra a atua­ que não sabem da existência do C onselho” , Outro pedido que aumentou sensivelmentee

ção prática que o Conselho vem obtendo em bene­ afirma Zagonel. No entanto, acrescenta, o usuário a antecipação de instalação ou mudança de

fício dos assinantes do Estado do Paraná, no que só é atendido após ter feito a reclamação junto a aparelho telefónico, por causa da parada de ins­

tange à resolução de seus problemas, visto que nível específico, ou seja, 102 e 104, e não ter al­ talações que houve ano passado, provocandoacu

muitas vezes eles escapam do conhecimento da cançado seus objetivos. m ulo nestas atividades. De forma geral, segunde

Diretoria da concessionária. — A constatação de impulsos era a maior cau­ Zagonel, houve 557 reclamações aoConselhoem

Segundo Zagonel, engenheiro civil, 6 0 anos, o sa de reclamações por parte de usuários, no início 1987, sendo que muitas não formalizadas porque

tema do Painel da Telebrasil, "O s Direitos dos de atuação do Conselho. Devido aos equipam en­ são resolvidas na hora, na própria reunião.

Usuários” , é absolutam ente oportuno e nele se tos de medição e controle utilizados atualmente E finaliza: — Nossa filosofia de trabalhoéda

encaixa falar sobre o Conselho dos Usuários da pela Telepar, esta reclamação passou a ser a me­ livre iniciativa, da economia de mercado, dores-

Telepar, em Curitiba, de caráter consultivo, sem nos constante nas reuniões do grupo — explica o peito à propriedade privada e do reconhecimento

personalidade jurídica, cujo objetivo principal é engenheiro. da legitim idade do lucro válido, fatores que pros­

servir de canal de comunicação entre a direção da Ele adverte, porém, que as referentes a defei­ eiam o desenvolvim ento nacional. Reconheça­

empresa e o público usuário, procurando o apri­ tos aumentaram: "tenho a impressão que, desde mos também a necessidade da presença da adm

moramento dos serviços prestados. o Plano Cruzado, por causa do sonho de se criar nistração pública em alguns serviços essencial

O Conselho conta à sua disposição de telefone um negócio próprio que funcionários de várias mi- como Educação e Saúde, além da concessão de

próprio com discagem a cobrar e núm ero que cro-empresas tiveram , causando conseqüente- serviços tais como telecomunicações e trar>

con sta na lis ta de a ssin a n te s (2 3 4 -5 4 5 4 ). mente o absenteísmo. Houve ainda troca de téc­ portes.

"M esm o assim, sentimos falta de maior divulga­ nicos mais especializados em uma ou outra marca