Page 24 - Telebrasil - Maio/Junho 1987

S e m i n á r i o i n t e r n a c i o n a l R D S I
e m
Durante os dias 16 e 17 de fevereiro últi­
mos, o Governo Brasileiro promoveu com
apoio do CCITT e da CITEL, no Centro Na­
cional de Treinamento da Telebrás, semi­
nário internacional sobre o grande tema das
telecomunicações na atualidade: a Rede Di­
gital de Serviços Integrados — RDSI O
evento contou com aproximadamente 400
participantes de mais de uma dezena de paí­
ses. Usuários, Operadoras de Telecomunica­
ções e Fabricantes de Equipamentos lá esti­
veram representados O Seminário precedeu
a reunião da Comissão de Estudos XVIII, do
CCITT, que trata de RDSI, ocorrida no perío­
do de 2 a 13 de fevereiro, também em Bra­
sília A condução dos trabalhos correu por
conta do Diretor do CCITT, Theodor Irmer
A abordagem do tema passou por uma
parte inicial ilustrando esse novo e impor­
tante conceito de rede/serviço, seguida por
informações sobre os planos de implementa­
ção e sobre as experiências piloto em diversos
países, inclusive no Brasil. Finalizou com um
debate sobre a sua aplicação em países em
desenvolvimento.
Padronização Internacional
O Conselheiro Técnico do CCITT, Fabío
Bigi, informou sobre o estágio at uai do traba­
lho de padronização internacional RDSI.des­
tacando os resultados alcançados na especili
cação dos aspectos básicos da RDSI, que se
encontram registrados na aluai Série l de
Recomendações do CCITT, aprovadas em
1984. Atualmente, o maior eBÍbrçoestá sendo
dirigido para os Serviços Suplementares,
para o Interfuncionamento ent re RDSI e Re­
des Dedicadas e para Serviços de Banda
Larga (taxas maiores que 2 Mbit's».
Os engenheiros da Telebrás, Luiz Fer­
nando Brito Bapt istela e Francisco Carlos
Monteiro Filho apresentaram de forma sim­
ples (rica em analogias com conceitos já co­
nhecidos) os aspectos mais importantes da
RDSI.
Partindo da definição de RDSI como
sendo. "Uma rede evoluída a partir de uma
Rede Digital Integrada de Telefonia, que
proporciona conectividade digital fim-a-fim
e suporta vários serviços simultâneos, aos
quais o usuário tem acesso através de um
conjunto limitado de interfaces padroniza­
das". eles passaram em revista os principais
conceitos (telesserviços, serviços de suporte,
camadas de protocolo, elementos funcionais)
desta rede multisserviço.
Foram citadas a seguir as principais van­
tagens que a RDSI proporciona aos usuários:
a i — acesso único a universo de serviços, evi­
tando proliferação de 1 ipos de interfaces e de
equipamentos; b) acesso a novos serviços;
c) melhor qualidade nos serviços, devido à
O engenheiro do ITA <67* Luiz Teixeira de Matos
é chefe do Depto. de Planejamento da Telebrás e
coordenador do CRTT XVlil sobre Redes Digitais.
B r a s í l i a : u m r e l a t o t é c n i c o
conectividade digital extremo a extremo;
d) — menores custos devido á otimização
propiciada pela integração.
INS no Japão
Koichi Asatani <NTTi apresentou planos
e experiência de campo com o Information
Network System — INS, a versão japonesa
da RDSI.
Para exemplificar a necessidade de tele­
comunicações diversificadas, citou o especia­
lista que a taxa de crescimento do número de
terminais fac-símile no Japão, tem sido de
50r/í ao ano e que atualmente mais de um mi­
lhão já se encontram em operação.
Em seguida, mostrou que a NTT está
construindo o INS baseada na RDSI que será
a infra-estrutura futura de telecomunicações
para suportar as necessidades atuais e fu­
turas por serviços cada vez mais diversifica­
dos. O conceito básico do INS é: A provisão
justa e igualitária de serviços de telecomuni­
cações mais econômicos, mais convenientes e
muis diversificados, a qualquer momento e
em qualquer lugar”.
Citou corno características importantes
do INS: 1) digitalização total; 2) — inte­
gração total; 3) rede com capacitaçao
avançada ip ex , multienderoçamontot;
1) processamento inteligente (p. ex., con­
versão ile protocolos); e 5)
façáo unificado e orient ado-a-bit.
Na experiência piloto de Mitaka. com
l .500 termmnis, iniciada em set 81, a NTT
esta oferecendo os serviços de Telefonia Digi­
tal. Comunicação de Dados. Fac símile digi­
tal (64 Ivbits/s; uma página em 4 segundos),
Centrex Digital (”PABX virtual”). Fac-sími­
le a 1,5 Mbit s (a cores, e branco e preto), Vi­
deo telefone (telefonia com imagem do inter­
locutor); Videoconferência; Videotexto e Te-
lescrita (mostra numa tela o que tiver sido
escritodesenhado manualmente no outro
terminal). C) INS entrará em operação co-
merciul em 1988.
RDSI na Itália
Giorgio Pellegrini tS.I.P.) contou com ri­
queza de detalhes os planos de evolução e a
forma de realização da experiência-piloto de
RDSI na Itália. Como pontos de destaque da
estratégia de digitalização da rede telefônica
disse que desde 1986 todo o novo equipa­
mento instalado nos entroncamentos deve
serem técnica PCM;e,em 1990, lüOTí das ro­
tas terão pelo menos um sistem a digital.
Quanto a área de comutação, desde 1986, nas
grandes cidades, só se instalam centrais de
trânsito digitais; e a partir do 1989 todos no­
vos fornecimentos (local e trânsito) serão téc­
nica digital.
Dentro da estratégia de evolução para a
RDSI, na Itália, os principais eventos são:
principais testes de laboratório (78); testes de
campo com todos os sistemas de comutação
(83/84); início das atividades do "Serviço
Luiz Teixeira de Matos
Piloto" (84); mini-rede RDSI (para demons­
tração» (85 86), "Serviço Piloto" (88); eSer­
viço Regular (90).
Como características gerais do Serviço
Piloto foram citadas: Ativação: início do
1988; Capacidade inicial: 2000 assinantes
No começo contará com 8-9 centrais "ad-hoc
("fora" da operação comercial); Centrai-
RDSI de Experiência, interligadas por meios
digitais servidas por sinalização por canal co­
mum. n 7 (TUP-PLUS) e X-75; disporá de
Acessos Básicos (281D) e Primário (2 Mbii
s); será interconectada á Rede Telef. Analó­
gica. à Rede de Pacotes (Itapae) e a Rede de
Dados por Circuito; haverá tratamento de
pacotes dentro da RDSI; será uma experién
cia de teste de mercado i não só teste técnico).
Os serviços oferecidos, de forma gradual
serão os de Telefonia; Fac-símile Gr 4 eOr 2
3; Teletex; Videotexto (analógico e depois di­
g ita l ); V ideo lento; Audioconferéncúi
(7 KHz); Transmissão de Dados Digitaisr
Analógicas; e Pacote X.25.
A prestação regular de serviços RDSI pre­
vê uma demanda de 1 milhão de linha.- em
meados da década do 90. Pellegrini concluiu
sua apresentação informando sobre a*ativi­
dades em andamento para a evolução em
direção á RDSI de Banda Larga, previsto
para entrar em operação em 1995.
sistema de tari-
RDSI na Alemanha
Com sua apresentação Joachim Claus
convenceu a platéia de que o Correio alemão
(DBP) está profundamente envolvido coma
provisão de uma RDSI. Segundo ele. ja e m
1982 isto foi explicitamente declarado comi
sendo um objetivo do Correio alemão parias
próximos anos; nessa tarefa contou aind.i
com o est ímulo do governo alemão que dc- -
java promover uma política industrial de
ocupação de espaço no mercado mundial Ds
pois de descrever, em linhas gerais,ocona*
to do DBP sobre a RDSI. informou sobre')
grande esforço feito para elaborar asesper
cações dos diversos componentes dessa rtdc
Parte importante da estratégia alemã ae
evolução para a RDSI está sendo a reali/ac
de uma experiência Piloto com o objetivo <k
testar novos componentes da RDSI em c<>nd'
çôes de operação. Segundo Claus, "nãoe ¦
experiência mercadológica ou um testo d«!
aceitação da RDSI. O DBP tem a opinião do
que a atração das capacitações da RDSleev
dente por si própria” A experiência, qu ~
iniciou no final de 86, está sendo feita me'
dades de Mannheim e Stuttgart, com ceff*
de 400 acessos básicos e diversos termi«-1'
As cinco fases de experiência serão cump1!
das em 15 meses. Quanto aos serviços bá^'; '
a serem oferecidos não houve grandt •
ferença em relação ao apresentado pek*
presentantes dos outros países. Entrei.1'1
foi bastante interessante a descrição •
Claus fez sobre as diversas facilidade^
estarão disponíveis nos terminais da !