Page 23 - Telebrasil - Maio/Junho 1987
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P — O que é RDSI de faixa larga? mos microeletrônicos, interfaces e termi tais, cujos custos serão menores que seus
R — Éaquela que permitirá, num futuro nais, desenvolvidos pelo CPqD, com par equivalentes mecânicos, discretos e
mais distante, serviços que necessitam ticipação da indústria brasileira. A RDSI analógicos. De qualquer maneira, a rede
de altas velocidades de transmissão, vale brasileira se atém às recomendações do tem de ser em tecnologia digital.
dizer veiculados por uma rede de larga CCITT e às especificações baixadas pela
faixa passante. Em inglês denomina-se Telebrás e Minicom. P — E quanto aos custos pagos pelo
IBCN (Integrated Broad Band Network) usuário?
e permitirá serviços tais como a vídeo- P — A sinalização entre centrais é im R — Dependerá do problema de gran
telefonia e a distribuição domiciliar de si portante para RDSI? deza de escala, principalmente no to
nais de TV. A RDSI de faixa larga é o fu R — O CCITT padronizou o sistema da cante a terminais. Do ponto de vista es
turo da atual RDSI, a 64 kbit/s. sinalização n.° 7, um elemento-chave tratégico, isto poderá significar optar
para RDSI. É ele que permite a troca de pela disseminação, a nível de usuário do
P — A RDSI é um fenômeno mundial? informações entre centrais, como por méstico de terminais padronizados, além
R — Praticamente sim, mas em estágios exemplo para estabelecer uma chamada. de prover ao usuário institucional aces
diversificados. A partir de 88 diversos Uma das partes do sistema 7 chama-se sos de alta velocidade.
países desenvolvidos terão RDSI comer TUP (Telephone User Part) e se aplica à
cial, a partir de experiências-piloto, que telefonia atual; outra denomina-se ÍSUP P — A RDSI significa, então, a amplia
vêm desenvolvendo. Em 1993, espera-se (ISDN User Part) c se aplica aos serviços ção do mercado para a indústria?
só na Europa, que existam 5 milhões de RDSI. Também existe a SCCP(Signaling R — Segura mente. Certos serviços hoje
usuários participando da RDSI. Cada Connection Central Parti que permite a de âmbito mais restrito como o fax, o tcle-
caso, por ora, é um caso. transmissão de informações fora de uma tex e outros mais se beneficiarão da
comunicação telefônica ca TC AP (Tran- RDSI, ampliando o mercado de termi
P — E a RDSI no Brasil? saction Capability) que permite contro nais. Além disso, há o lado da microele
R — O início da experiência-piloto já foi lar à distância um no remoto de rede. trònica, com os chi ps necessários às inter
aprovado pela Telebrás, para daqui a três faces, toda uma série de equipamentos di
anos. O equipamento básico do nó da rede P — Quanto custará a RDSI? gitais incluindo PAliXs, além de fibras e
será o Tópico RA. A RDSI brasileira se R — A RDSI caminha no sentido do uso dispositivos ópticos e equipamentos para
apoiará em equipamentos digitais, insu- da microeletrònica e das técnicas digi telecomunicações móveis. (JCE) <«•
R e d e I n t e g r a d a b r a s i l e i r a ' * ’
A crescente im plantação de equipam en com a criação do Grupo de Trabalho em RDSI som ente sejam realizadas após a aprovação
tos de comutação e transm issão digitais e sua (GT-RDSI) — congregando a Telebrás, diver das especificações acima citadas.
integração caracteriza uma evolução das re sas empresas-pòlo e a Embratel e sob a coor As especificações foram con cluíd as em
des de telecom unicações para a Rede Digital denação do Comitê de Digitalização foram 30.01.87 pelo GT-RDSI e em março de 87 foi
Integrada (RDI). É objetivo do Sistem a N a in icia d a s as esp ecificações da RDSI bra aprovada pela diretoria da Telebrás a reali
cional de Telecom unicações (SNT) que sejam sileira. zação de um projeto que através de uma expe
atingidos os seguintes percentuais de term i Com a Portaria n? 25, de 30.01.86, do Mi riência-piloto (EP-RDSI) iniciará a operação
nais em tecnologia CPA-T (centrais digitais n istro das C om u n icações (p u b licad a no comercial da RDSI brasileira.
a programa armazenado): acim a de 25fi até D.O.U. de 03.02.86) e a posterior transforma O projeto em g ra n d es lin h a s e n v o lv e
1990; acim a de 67% no ano 2000; e total ção dos Comitês de Digitalização e de Proto 4 tecnologias existentes no País as quais in
mente digitais em 2015. colos em único Com itê denominado Comitê terligarão 4 grandes centros de im portância
É crescente, tam bém , a digitalização dos de Desenvolvim ento de Redes, novo impulso económica e política, criando o suporte básico
meios de transm issão através da introdução foi dado à m atéria. necessário para a construção de uma RDSI, a
de comunicações ópticas em redes urbanas e A portaria m inisterial estabelece que a saber: São Paulo (tecnologia Ericsson); Rio
equipam entos rádio-digitais em in terliga Rede D igital de Serviços Integrados brasilei de Janeiro (Nec); Belo Horizonte (E q u itel); e
ções interurbanas. Por outro lado, o cresci ra apresentará necessariam ente dois tipos de Brasília (Trópico).
mento significativo nos últim os anos dos ser interfaces usuário-rede: a) — interface cons A experiência-piloto compreenderá: a) —
viços não-voz (dados, texto e im agem ) pro tituída de 2 canais de 64kbit/s associados a Serviços Suporte (aqueles nos quais a adm i
voca o surgim ento de redes dedicadas. um canal de 16kbit/s destinado principal nistração não se responsabiliza pelos term i
Os fatos mencionados provocaram a idéia m ente para sinalização, denominada de es nais), incluindo o modo circuito a 64 kbit/s,
de uma rede que aproveitasse a integração de trutura de interface básica; b) — interface irrestrito; o modo circuito a 64 kbit/s, para
tecnologia e equipam entos da RDI para pro constituída de 30 canais de 64kbit/s, associa áudio a 3,1 kHz; o modo circuito a 64 kbit/s,
ver a integração de serviços. Surgiu então o dos a um canal de 64kbit/s destinado princi para conversação; e o modo pacote, cham ada
conceito da Rede D igital de Serviços Integra palm ente para sinalização, denominada de virtual e circuito virtual perm anente; b) —
dos (RDSI). A nível internacional, o Comitê estrutura de interface primária. Tele-serviços (aqueles nos quais a adm inis
C onsultivo In tern acion al de T elegrafia e Além disto, estabelece a Portaria que as tração se responsabiliza inclusive pelos ter
Telefonia (CCITT) vem , através de uma série especificações prelim inares dessas interfa m inais), incluindo a telefonia (64 kbit/s); o
de recomendações ora em elaboração, esta ces bem como de outros aspectos relevantes videotexto (1200/75 bit/s); o teletex (2400 bit/
belecendo as padronizações necessárias para sejam desenvolvidas pela Telecomunicações s) — se existente a época; o teletex (64 kbit/
as redes nacionais e suas respectivas interli Brasileiras S/A-Telebrás, no prazo de até 360 s); o fac-sím ile grupo IV (64 kbit/s); o fac-sí
gações. dias, com base nas Recomendações do CCITT m ile grupo III (2400 bit/s) e o modo m isto
A nível nacional vem a Telebrás, desde sobre o assunto, considerados aspectos pe (64 kbit/s).
1980, através do Comitê de Digitalização e, culiares das telecomunicações no País, e le A experiência-piloto RDSI deverá intera
desde 1984, através do Comitê de Protocolos, vando em conta, ademais, os aspectos econô gir com as redes existen tes RTPC (Rede T ele
realizando estudos visando a orientar a digi micos envolvidos na questão. fônica Pública Com utada), Renpac (Rede N a
talização do SNT, base da futura RDSI (em Finalm ente, prescreve o documento que a cional de Pacotes) e Rede N acional de Telex
alguns períodos foram envolvidos cerca de T elebrás prom ova exp eriên cia-p iloto em (via Renpac). A EP-RDSI englobará etapas
150 especialistas do SNT). A partir de 1984, RDSI visando a validação das especificações de planejam ento, trein am en to de pessoal,
prelim inares citadas, submetendo as corres projetos de infra-estrutura, até a execução
pondentes especificações definitivas resul dos testes dos equipam entos e a avaliação da
(*) Colaboração de Luiz Paulo M. Coutinho, chefe tantes, para aprovação do M inistério das Co m esm a. Todas as atividades serão desenvol
do Dept? de Planejamento da Telerj e membro do municações. E ainda mais: que outra experi vidas para que já a partir do final de 1991
Comité de Desenvolvimento de Redes da Telebrás. ências em RDSI, envolvendo a rede pública, seja iniciada a respectiva fase pré-comercial.
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