Page 20 - Telebrasil - Julho/Agosto 1987
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— Vem de longa data a existência de
fábricas feitas para a automação de de
terminados processos, com o que se al
cançam altos níveis de produtividade.
São geralmente instalações mais ou me
nos fixas destinadas ao processamento
uniforme. Infelizmente, 75% do esforço
Os robôs industriais estão aí para industrial se concentra em lotes de 100
revolucionar o processo produtivo. a 1000 unidades, que não justificam o
grande investimento necessário à auto
Chegou a hora de serem vistos mação do processo produtivo. Daí o
como objetos decorrentes da boa grande futuro que se prevê para os ro
bôs: serem tão versáteis quanto o ho
engenharia. Há necessidade de mem e tão eficientes quanto as máqui
robôs mais leves, rápidos e nas automáticas.
Em seguida, tratou o conferencista
flexíveis e aí é preciso ter gente da utilização dos robôs na indústria, ex
preparada para operar em plicando que alguns são utilizados para
operações tais como solda e pintura, ao
tecnologia de ponta. passo que outros já servem para carga e
descarga de materiais. Neste último
caso eles atuam como verdadeiros peri
REPORTAGEM: João Carlos Pinheiro dá^jÇôfyeca
féricos de máquinas-ferramentas, inje-
toras de plásticos, estamparia a írio
A palavra robô, cunhada pelo dra tratamento térmico, peletização e ou
tros equipamentos similares. Mas exis
maturgo tcheco Karol Kapec, em
1917, na sua obra "O robô universal jde tem ressalvas a serem feitas.
Rossum”, seria retomada pelo físico — O sistema flexível de células de fa
Isaac Asimov, na década de 40 — vul bricação que empregam robôs não é re
garizando o termo com seu inesquecível ministrou um seminário, no Rio de Ja ceita mágica que, por si só, irá aumen
Irobot. Nessa obra, mencionavam-se as neiro, por ocasião do Telecon’85, "os ro tar a produtividade de qualquer empre
três leis que um robô devia obedecer em bôs industriais são máquinas cuja defi endimento. Há casos, por exemplo, em
seqüência, cegamente: não causar dano nição é complicada pelo fato de englobar que o uso da automação exige que se re
ao humano (diretamente ou por omis desde simples manipuladores de co pense” o produto visando facilitar sua
são); obedecer às suas ordens; e por úl mando manual até máquinas dotadas fabricação. Por outro lado, há que jica'
timo autoproteger-se. Seguiam-se si de sensores com capacidade de aprendi alerta para as modificações dos mode o.
tuações de conflito, nas quais o autor ha zado e de reação ao meio”. fabris baseados no uso intensivo **
bilmente levava a máquina a situações Mesmo assim, arriscando uma defi mão-de-obra e que sofrerão, sem dúv1
exdrúxulas e os leitores a devaneios filo nição, o técnico deu a entender que "ro o impacto da automação, incluindo
sóficos. bôs são máquinas dotadas de movimen retorno a seus países de origem de co >
Mas hoje em dia, os robôs não são ob tos versáteis parecidos com o de nossos plexos industriais não poluente?. ^
jeto apenas da ficção científica mas sim braços e mãos e detentores de certa ca em países estrangeiros — advertiu
constituem um capítulo importante da pacidade sensorial e de controle sobre natha. . ma.
engenharia industrial, em que se mes seu próprio comportamento”. Mas não resta dúvida que a au
clam conhecimentos de mecânica, hi Em termos práticos, Zanatha gosta ção industrial é algo revolucion 0
dráulica, eletrônica, técnicas de contro de visualizar o robô industrial como deixou claro o conferencista, ci
le, de comunicações, de modelagem ma constituído de um braço, que suporta caso da Fujitsu Fanuc, uma ia * fC.
temática. uma mão, com potência suficiente para ponesa automatizada que empr
manipular peças a velocidades superio bôs para produzir — entre outras ,,
Robôs industriais res à humana. Mas é graças a sua versa — mais robôs. Esta indústria Q j0;f
tilidade que o robô industrial permite 2 mil m2, emprega apenas 20 op
Para Carlos Zanatha, um especia introduzir flexibilidade nos modernos possui 29 células automáticas ^
lista mexicano de 34 anos, com doutora métodos de produção. E o técnico explica le numérico. Sete delas são aS s6
do em robótica por Rennes (Fr.) e que por quê: robôs, que lhes servem de Perl