Page 17 - Telebrasil - Julho/Agosto 1987
P. 17
serem subdivididas em segmentos iden
tificáveis, individualmente. A gravação
da informação é obtida via raio-laser
por um processo de queima local do sub-
trato, quando se quer registrar um bit
positivo.
Resulta desta queima do laser uma
cratera microscópica de menos de 1 mi-
cron de diâmetro. A informação armaze
nada consistia, em seqüências de peque
nas crateras fundidas na superfície do
disco, que desviarão um raio-laser em
pregado na leitura da m ensagem ali
contida. Uma face do disco óptico pode
armazenar até 1000 Mbytes de informa
ção útil e uma codificação, do tipo re
dundante, é empregada para reduzir a
margem de erro, a um mínimo despre
Conjunto de equipamentos do sistema Megadoc. zível.
trônica”. Apesar do nome pomposo, se Megadoc, faz-se com que longas seqüên-
esconde uma idéia simples. O processo cias de bits iguais (como no caso de espa
nada mais é do que dividir o quadro da ços brancos) sejam armazenados com
imagem a ser codificada em pequenos uns poucos bits e que as sequências de
pedaços elementares (pixels), que são bits mais utilizadas venham traduzidas
então varridos, linha a linha, por um por códigos, com pequeno número de
feixe de eletrons (tal qual na televisão) e bits. Com tais truques, o nível de com
transformados em uma seqüência de pressão obtido no sistema, baseado na
bits. codificação e análise de 8 documentos-
Cada bit indicará, caso se trate de um padrão, preconizados pelo CCITT, é de
elemento da imagem, claro ou escuro, quinze.
que será representado, respectiva Q uanto ao disco óptico digital, o
mente, por um bit zero ou um. Cada qua mesmo é constituído de duas superfícies
dro contém até 4 milhões de pixels, ao se circulares de vidro, presas por cintas
empregar o modo de varredura de alta m etálicas, formando um disco dupla
Pessoa segurando disco
definição. Visto que o espaço de armaze face, cujas superfícies externas são reco laser digital, dando
namento na memória óptica é nobre bertas de um composto à base de Telu- idéia de seu tamanho real.
(custa dinheiro) emprega-se então uma rium — um elemento que os químicos
técnica conhecida como "compressão da classificam no grupo das Terras Raras.
informação”, lançando mão de um al Continuando com a descrição, que in Mercado
goritmo (processo de cálculo) lógico pre teressará aos mais técnicos, será dito
conizado pelo CCITT, denominae de Có que cada face do disco contém uma ra O sistema Megadoc, já vai para seu
digo de Huffman modificado. nhura espiralada, equivalente a 32 mil quarto ano de existência e foi inaugura
Neste tipo de codificação, em uso no ranhuras circulares, que podem ainda do através de um contrato entre a Phi
lips Kommunikations Industrie A.G. e
a Gruner+Jahr, um a conhecida casa
editora alem ã (R evista Stern e Die
Zeit), onde substituiu o antigo sistema
de microfilmagem. Compatível com o
sistem a Sopho (uma CPA voz/dados),
lançado no B rasil pelo Sul A m érica
Teleinformática S/A, o sistem a Mega
doc complementa este sistema de comu
nicação empresarial integrado.
Quem, lidando com grande quanti
dade de documentos gráficos, não gos
taria de possuir o seu Megadoc? O sis
tema é engenhoso e provavelmente es
tão em desenvolvimento novas idéias
para torná-lo ainda mais versátil, tais
como a incorporação da cor (um simples
problema já resolvido pela TV e pelo vi
deotexto) e para o apagamento da infor
mação colocado no disco, permitindo a
regravação de nova inform ação (tal
como nas fitas magnéticas), o que pare
ce ser mais difícil.
Competindo com outros tipos de me
mória, inclusive a memória fotoquímica
da microfilmagem, o disco óptico digi
tal, ainda em sua infância, tem, sem dú
Sistema de automação de documentos para organização de porte médio. vida, um longo futuro pela frente. *
Telebrasil, Julho/Agosto/87