Page 48 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1987
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Fabricação e Operação
22 e 23 setembro 86.
atuantes, que sabem, como todos os seres me
díocres e desairosos, reivindicar, julgar e cul
par, e por onde passam cultivam, mtngrantes, a
revolta para, dividindo, governar.”
E o delírio, a insensatez, vai criando outras
formas de ilusões forjadas pela servidão da
burocracia — um laivo de paranóia cartesiana
O sistema de telecomunicações, por exemplo —
nunca foi nem é do governo. O sistema pertence
de fato (e de direito solapado) aos usuários do
serviço, pois foi com o dinheiro deles, com o tra
balho deles, com o suor deles — que tudo isto
foi construído. Um latrocínio burocrático. E no
torpor da droga da servidão — fomos todos ludi
briados.
Ricardo Ferreira (Telesp) ao d efender a necessidade de um p lan ejam en to p lu n an u al para o setor
Pedomorfose
E agora estamos sendo vítimas da ilusão do atuais ambientações — hoje tão diferentes? A Pedom orfose é isto: Idéias pedomorficas
Frankenstein que deixamos criar. Talvez ai de Como eliminar a fase adulta, calcificada, de — sonhar um pouco; busca de habilidades juve
véssemos rejuvenescer a verdade por pedom or nosso ciclo? Estaríamos tentando em vão solu nis pela anulação— para a reexecuçào Ate para
fose — e então seria, quem sabe. um ponto de ções gerontológicas, que em ultima análise nos sermos mais humanos e mais naturais.
ruptura para um começo mais promissor, para oferecem perspectivas de sobrevida — e, assim, Temos que fugir do sufoco da ordem que nos
um novo filo. (Quadro I) — 6.° tempo. com o risco de nos transformarmos em uma transformou em objetos, sem a liberdade na
Estaremos sem percepção ou drogados pelo “ Rede Ferroviária” ou em um “ Lloyd”? tural. Ficamos acomodados e com medo de per
medo ao servir somente à forma7 Mas seria opor- Teríamos — nas modificações da tecnologia der — e ai inventamos o excesso de ordem, se
tuno lembrar que as características juvenis e das novas possibilidades estruturais da socie gurança, estabilidade, as rotinas, na pobre ilu
aproveitáveis são em geral poucas. É preciso dade brasileira — uma segunda chance7 Tería são do é e do e da Bandeira A burocracia nos é
selecioná-las Se formos a procura de muitas mos a ousadia de aproveitá-la7 Anulação para inoculada e viramos títeres de sua idiotice
nos perderemos, mesmo porque as coisas prin reexecuçào requer de todos a coragem e a audá É necessária a iluminação por dentro e náo
cipais são sempre poucas e normalmente sim cia para suportar a perda, o sofrimento e o trau por fora. O nosso setor sempre foi pedomórficoe
ples. ma; requero saber livrar-se das artrites e calcifi nesta linha realmente prosperou. Se deixar de o
Nas poucas características larvares a serem cações orgamzativas, dos hábitos, da rotina — ser correremos o risco de voltar, como Macunai-
identificadas estão localizados — quem sabe? que certamente nos sufocam. Progresso pela I n- ma. para a rede — até morrer nos braços da Iara,
— os pontos para a mudança, para um novo ci ventiva — é a coragem de estabelecer desor dizendo, tristemente, "Ai, que preguiça..”
clo. Como restaurar estas características face às dens criativas, soluções não ortodoxas. Terminou o ensaio.
Daniel:
O s p r o b l e m a s d a p r o d u ç ã o
C om auxílio de transparências, Daniel Fran globadas a engenharia de processos e a de pro
cisco, diretor da Siteltra, deu inicio à pales
duto (entrando nesse caso na área dos projetos)
tra "Problemas de Engenharia de Produção” . E desenvolvimento de novas tecnologias esta a
Dividindo as nações entre blocos de economia encargo do CPqD e indústrias credenciadas
primária, países em desenvolvimento e países Não é difícil perceber que a industria brasileira
industrializados, procurou, através do estado de telecomunicações se encontra confinada
económico do País, mostrar como é conduzida a pelo Sistema Telebrás, tanto pela vertente de
tecnologia industrial. mercado, quanto pelo fornecimento de tecnolo
— Em países de economia primária, via de gia Essa situação mostra o poder da Telebrás
regra, só encontraremos a engenharia de manu- . em deslanchar ou freiar o parque industria' de
tenção e a de sistemas. Já em países industriali telecomunicações no País.
zados’ vamos ter todo o escopo de engenharia — Em seguida. Francisco ressaltou o bloco de
desenvolvimento, ciência pura e aplicada, sis produção e suas interfaces com outras áreas
temas de produção e projetos. O Brasil está en Considerando que os problemas da engenhada
tre os países em desenvolvimento que ainda im de produção possuem um caráter muito amp^
portam tudo aquilo que não podem produzir, D aniel Francisco, diretor da S iteltra. uma vez que abrangem áreas de processos in
impedidos pelo estado da arte da tecnologia in dustriais, lay-out, estrutura de cargos e salários
dustrial que não dominam. controle de qualidade, custos, programaçác
desenvolver novas tecnologias através da pes controle da produção e suprimentos, a tareca
Ciclo tecnológico quisa e da ciência aplicada. não foi muito fácil.
— É interessante notar que a operação é — Nesse bloco, as áreas mais sensíveis a fa
Depois de abordar a questão da dependên toda ela realizada pela Telebrás, por intermédio tores externos são o PCP — Programação e Ccr.
cia tecnológica, Francisco traçou o ciclo de tec de suas subsidiadas. A manutenção é realizada trole da Produção — e os Processos. Para re-
nologia de telecomunicações aplicada no Bra pela Telebrás ou por uma empreiteira. Sistemas Ihor atendê-las temos necessidade de ver'cai
sil. Segundo ele, o País não só tem condições de ficam sob a responsabilidade da Telebrás e ou zar as fábricas de telecomunicações Prmc p.*
operar, manter, projetar e produzir equipamen de uma firma de engenharia. A produção nor mente frente a grande diversidade de produ:
tos específicos para a área, como também de malmente é feita pela indústria, onde estão en suas pequenas escalas de produção, ou a prcdu