Page 10 - Telebrasil - Maio/Junho 1986

oridade máxima, com o que eu concordo des, mas não ainda nas centrais de trân­ cabo físico. E claro, que o satélite tem

plenamente, a rede básica, seja via ter­ sito da Embratel. Ao se descongestionar mais charme, tem apelo, mas, na reali- !

restre ou via satélite. E por ela que tran­ estas cidades é até possível que o proble­ dade, estritamente falando, é um meio |

sita cerca de 60% da receita gerada pela ma passe então para nós. Estes e outros transparente como outro qualquer. ,

empresa. Então, no momento que a Em- problemas similares é que motivaram a

bratel estiver estrangulada na sua rede criação da comissão. TB—Deveria a Embratel entrar no negócio do

básica nacional ou internacional, o Sis­ oferecimento de serviços, via satélite, para a for­

tema Telebrás inteiro se estrangula. TB — Falando a respeito de transmissão de da­ mação de redes bancárias ou para uso

Assim, a primeira prioridade é estender dos, como vai o Cirandão? semelhante?

circuitos de voz, por aí afora. A segunda CB — O Cirandão tem três tipos de ser­ CB — Nas comunicações que se referem

prioridade, que eu considero, seria a de viços básicos: acesso à base de dados; a sua utilização por grupos, a Embratel

texto, porque o telex é, sem dúvida, um Correio Eletrônico ou Cirandão Mensa­ indiscutivelmente deve entrar. No caso

dos serviços mais rentáveis da Embra- gem; e a venda de programas propria­ de redes privativas, trata-se de outro

tel. Temos a 5.“ rede de telex do mundo, mente ditos. Encontramos o Cirandão problema, quer se empreguem comuni­

com 70 mil assinantes e 10 mil na es­ operando apenas com base de dados. cações do tipo "roof to roof” (de telhado a

pera. Esta é uma estratégia para ambientar telhado, via satélite) ou empregando ou­

os usuários de micros em consultar base tro meio.

TB — Por que a curva de tráfego da Embratel de dados e assim fomentar sua criação. Se o Governo disser que as redes pri­

para o telex internacional tende a se nivelar ao Achamos interessante mudar esta vativas podem existir, como hoje exis­

passo que a do telex doméstico aumenta orientação e passarmos a investir em tem — o Bradesco aluga uma quanti­

exponencialmen te? Correio Eletrônico, dentro da filosofia dade de canais de voz interligando entre

CB — No caso internacional isto signi­ de que a Embratel é uma empresa pri­ si suas agências —> os usuários váo fa­

fica que as comunicações de dados de mordialmente voltada para o trans­ zer suas contas na ponta do lápis para

uma certa forma passaram a substituir porte da informação. Assim inaugura- verificar o que lhes sai mais barato. O

Bradesco tem sua rede particular, inter­

ligando todos seus PABXs, pelo País in­

teiro. Agora, o que ele não pode é vender

esses serviços a terceiros. Quer seja via

satélite ou empregando qualquer outro
A comercialização meio de comunicação.

das TCs por 3.08 fere o TB—Quer dizer que o estabelecimento de redes

monopólio da Embratel. privativas é admitido, mas não a venda de servi­

ços a terceiros. E esse o divisor de águas em

causa?

CB — Sim.

TB—Eo que sucederia se uma empresa viesse a

vender serviços a terceiros?

o telex, diminuindo seu mercado, mas mos o Correio Eletrônico, na Sucesu, em CB — Friamente falando, se uma em­

no Brasil isto ainda deverá demorar SP, mas que só recentemente teve suas presa viesse a comercializar serviços a

bastante. tarifas aprovadas, lamentavelmente. terceiros, estaria competindo com a Em­

Sabemos por experiência do exterior bratel, que detém o monopólio das co­

TB —A propósito, as empresas-pólo devem fa­ que se trata de um serviço rentável, o municações.

zer telex, a nível estadual? que já não acontece com os investimen­

CB — Acho que a pergunta deveria ser: tos que têm sido feitos para se criar TB — Falando do Brasilsat, há os que comen­

"os usuários atuais estão sendo bem banco de dados. Mas procuramos inter­ tam que o satélite está lá no espaço de "taxíme­

atendidos?” Este a meu ver é o ponto ligar o Cirandão com as bases de dados tro ligado” com sua vida útil se esvaindo aos

fundamental. já existentes no País, como as do Serpro. pouquinhos, sem estar sendo devidamente utili­

zado. O que há de verdadeiro nessa afirmação?

TB — A Embratel é a espinha dorsal das TCs TB —- Por falar em transmissão de dados, gos­ CB — Em primeiro lugar, se com um

brasileiras; como ela participa da implantação taríamos de abordar o tema de emprego do sa­ ano de uso o satélite já estivesse satura­

da rede digital integrada—RDI? télite doméstico para essa finalidade. Caso hou­ do, a Embratel teria demonstrado pos­

CB — No final do ano passado contrata­ vesse a possibilidade de grupos privados virem a suir um péssimo senso de planejamento.

mos a digitalização de todo o tronco sul, explorar esses serviços a tra vés do sa télite, como Agora, ninguém pergunta se existem

São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Bra­ isso se refletiria na Embratel? Seria visto como canais de RF ociosos nas microondas

sília. No início da década de 90 estará uma possibilidade de esvaziamento da terrestres ou se o cabo submarino

sendo substituída a rede analógica pela empresa? Atlantis para a Europa está sendo subu-

digital. Além disso, nossos centros de co­ CB — Ao assumir na Embratel, eu disse tilizado.

mutação estão passando para CPAs uma frase que as pessoas riram, quando

temporais. afirmei que para a empresa "era mais TB — Estão subutilizados?

vantajoso vender minutos de tráfego, a CB — Não estão subutilizados. Na ver­

TB — Fala-se bastante no problema do conges­ quilo, do que canais de voz, a metro”. dade, estes meios foram todos projeta­

tionamento do Sistema Telebrás e a Embratel Em outras palavras: o que desejamos dos para atender a determinado período

não escapa à regra. Onde estão as causas críti­ vender é o tráfego de bits que passa pelo de tempo e de demanda. Então, dentro

cas que provocam o congestionamento? transponder do satélite. Quem fizer pas­ deste critério o satélite não está sendo

CB — Existe uma comissão designada sar 60 megabits pelo satélite, que pague subutilizado. Ele está dentro de um ce­

pelo Ministério, com representantes das pelos 60 megabits trafegados. nário de previsões não otimistas, mas

empresas operadoras, que está anali­ sim, realistas.

sando em detalhe esse problema. Até TB—E quanto ao fornecimento de serviços, por

onde eu posso perceber, o congestiona­ terceiros, via satélite?

mento se localiza em determinadas ci­ CB — Para nós o satélite é um meio TB — Poderia fornecer dados?

dades, na entrada ou saída dessas cida- transparente, tal como microondas ou CB — Estamos hoje com 15 transpon-

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