Page 11 - Telebrasil - Maio/Junho 1986

ders em tráfego e 7 compromissados (são TB — Mas é mesmo o caminhoneiro que o está verá procurar. De uma maneira geral,

24 transponders, por satélite). empregando? nosso relacionamento tem sido muito

CB — Nós implantamos o serviço de bom com nossa associação, que contri­

TB— Chegou ao nosso conhecimento a informa­ Porto Alegre até Salvador. Na cober­ bui para que se crie um corpo empre­

ção de que um transponder estava sendo ofere­ tura que demos na Rodovia Regis Biten- sarial, o melhor possível.

cido mais barato para nossos vizinhos sul- court, o sinal chega até o centro de S. TB—Num plano mais amplo da Constituinte, o

americanos do que para uso interno. Isto é Paulo. Como o custo de um rádio é da or­ Sr. é pelo monopólio estatal das comunicações

verdadeiro? dem de 13 mil cruzados (baixo em rela­ ou por sua privatização?

ção ao custo de um veículo) a classe de CB — Como presidente da Embratel

CB — Desconheço que o Minicom fixou maior poder aquisitivo vislumbrou sua diria que foi implantado o monopólio e o

tarifas para aluguel ou venda de trans­ utilização na telefonia móvel, em seu resultado aí está magnífico. É possível

ponder para dentro do País. Quanto à fi­ veículo de passeio. O Telestrada é bom, que com a empresa privada tivesse sido

xação de tarifas para uso externo entra- tanto que as pessoas o querem. A solu­ melhor... ou pior. Indiscutivelmente,

se no terreno da concorrência interna­ ção, ao meu ver, não é proibir o uso do antes da implantação do monopólio as

cional, desconhecendo também aí a fixa­ Telestrada, mas sim implementar a TCs do País eram uma desordem.

ção de tais tarifas pelo Minicom. telefonia móvel, que é útil e necessária. A solução da privatização visa o lucro

Existe, no entanto, o problema de op­ e é bem provável que num tal contexto

ção, ao querer entrar o País no mercado TB — Sobre Recursos Humanos, a Embratel as TCs seriam ótimas no triângulo Rio,

internacional. Até bem pouco tempo se "tem gente demais'*? Belo Horizonte, São Paulo etc. ... mas

dizia que exportávamos gasolina a pre­ CB — A Embratel tem 25 mil km de mi­ haveria menos interiorização e popula­

ços menores do que os cobrados no mer­ croondas, 3 cabos submarinos, 2 gate- rização da telefonia. O monopólio, por

cado interno. ways internacionais, uma rede costeira, outro lado, exige que se dê bom serviço,

o serviço Inmarsat, a 5/ maior rede de com tarifa justa e com atendimento so­

TB—Quer dizer que a situação ficará na depen­ telex do mundo e é concessionária única cial.

dência da fixação das tarifas para vender ou alu­ dos serviços de comunicações de dados Pessoalmente, porém, não posso dei­

gar transponders? do País. Faz tudo isso com 11,5 mil em­ xar de reconhecer que a livre iniciativa

CB — Se vierem a ser fixadas tarifas e, pregados, bem menos do que empresas estimula a concorrência, o que é bom

se depender da Embratel, nós não pre­ de responsabilidades similares ameri­ para todos. Mas se a solução mono­

tendemos alugar ou vender transpon­ canas possuem. Talvez htya alguma ne­ polista está dando certo, pergunto: por

ders. Nós vamos é vender serviços. cessidade de reciclar pessoal da área que mudar?

central administrativa para a de opera­

TB—Já existe algum contrato firmado com al­ ção. Mas isso não é algo que possa ser TB—A Embratel tem fronteiras extensas com o

guma administração vizinha, relativo ao uso do feito, assim, em 24 horas. mundo da informática. Como se dará, a seu ver,

Brasilsat, independentemente de tarifas? no Brasil, a convergência desses dois

CB—Temos carta de intenção assinada TB—E quanto à saída de pessoal especializado? segmentos?

pela Bolívia, para utilização de um

transponder. Recebi telefonemas do

Peru profundamente interessados no

uso de dois transponders. Já encami­

nhamos ofertas para Venezuela, Colôm­ Ao se descongestionar

bia e Paraguai. A organização Intelsat

deseja fazer um contrato com a Embra­ as operadoras, poderá

tel para atendimento coiyunto ao mer­ vir a ser a nossa vez.

cado sul-americano. Ao invés de compe­

tir conosco querem se juntar a nós.

TB —A propósito do Intelsat, já se comentou

que certos serviços oferecidos pelo mesmo

seriam mais baratos do que seu equivalente

Brasilsat Isto corresponde à realidade? CB — Temos realmente perdido para o CB — Em primeiro lugar, a Embratel

CB — Ignoro o fato. Não conheço ne­ mercado, gerentes e especialistas de cumpre as políticas estabelecidas pelos

nhum dado nesse sentido e se alguém alta qualificação, sobretudo nas áreas Governos. Pessoalmente, acho que a tal

conhecer que venha revelar sua exis­ de comunicação de dados e de satélites. convergência está ocorrendo mais len­

tência. Isso indiscutivelmente é devido ao di­ tamente do que imaginávamos, aliás

ferencial salarial de estatal com a em­ um fenômeno de caráter universal.

TB—Ainda em relação a comunicações de alta presa privada. Acredito, porém, que o panorama de­

capacidade, alguma perspectiva para contrata­ verá ficar mais claro, a partir da década

ção de novo cabo submarino? TB—As associações de empregados existem no de 90.

CB — Não creio. Estamos bem servidos BB, na Cobra, e em muitas outras empresas, in­

com a Europa e os EUA. Temos que clusive na Embratel. Qual seu posicionamento TB—Sua mensagem final?

aguardar os cabos com fibra óptica que em relação às mesmas? CB — A Embratel (vide seu balanço)

vão revolucionar as comunicações inter­ CB — Vejo um espaço útil que essas en­ teve um desempenho extraordinário no

continentais. tidades podem preencher. No entanto, ano passado e este ano devemos repetir

tais empreendimentos não devem ser esse mesmo sucesso. O tráfego vem su­

TB— Voltando ao cenário doméstico, como vai o disvirtuados, com atitudes de confronto perando todas as expectativas. Temos

Telestrada? com as autoridades constituídas do um plano, de abertura de capital, que

CB — Fomos honrados com a confiança País. Se um empregado discorda da polí­ poderá captar recursos para a Embratel

do Ministro para sua implantação, num tica econômica, da política de TCs, que sem aumentar o endividamento da em­

projeto piloto, parte de um mutirão do estão sendo adotadas, deve como cida­ presa, que está sendo submetido à Tele-

Presidente Sarney contra a violência. dão procurar influenciar e interferir brás e ao Minicom para a discussão e

Tivemos 6 meses para efetuá-lo e foi ter­ para que mudanças ocorram e para isso análise. Vamos aguardar sua apro­

minado em 5. existem os partidos políticos, que de­ vação. TT