Page 26 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1983
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¦ Devemos ressaltar, também, a impor- posto de renda, além do revisto crédito- correr a uma concorrência internacional
tância do Painel Internacional da Telebra- prêmio à exportação. com financiamento e juros bem mais baixos,
^ I sil, realizado no Rio de Janeiro em outubro Tanto o “draw-back” como o financia do BID ou do BIRD. Em tais concorrências!
tmé 1 de 1981. Apoiado pelo Ministério e pela Te- mento à produção resultam em reduções nossas possibilidades de vencer são peque
JS( | lebrás, este evento permitiu a realização de efetivas do custo do produto, que contri nas, por todas as razãos já mencionadas.
g jj 1 inúmeros contatos e visitas por parte das de- buem, porém, somente em parte, para me
- legações participantes. lhorar a nossa competitividade. Uma pecu
¦ ¦ 3 I Enfim, o balanço global do apoiò até ago- liaridade que merece ser mencionada é a de
íKI ra Pastado pelo Ministério das Comunica- que quanto maior o índice de nacionalização
M J ções, através de sua Secretaria de Assuntos do produto (o que é estimulado por todas as A falta de planejamento
Internacionais, é altamente positivo. Não te políticas governamentais) menor o efeito do de infra-estrutura e de
mos dúvidas entretanto de que mecanismos “draw-back”, já que ele incide somente so
àdicionais de colaboração poderão, no devi bre as partes importadas. recursos pode ser
do tempo, ser encontrados. A quantificação exata das reduções de compensada pela
Um capítulo adicional a ser mencionado custo resultantes destes incentivos, bem co colaboração do Governo
é o que diz respeito ao apoio das embaixa mo das isenções de impostos, não é fácil. A
das do Brasil no exterior. Sobre a eficiência legislação é vasta e cheia de pormenores.
Outras providências, não diretamente li
Tabela 2
gadas às linhas de crédito, são indicadas na
tabela 3. As duas primeiras (pagamento de
CONDIÇÕES TÉCNICAS DE CRÉDITO AO IMPORTADOR serviços e a remessa de comissões) são pra
PARA COMPETIR NOS MERCADOS DO 3.° MUNDO ticamente indispensáveis para concretizar
as exportações. A terceira (negócios casa
— Juros: 6 a 7% ao ano dos) já encontra muitos precedentes no co
— Sinal: 5 a 10% FOB (no embarque) ou 5 a 10% CIF (com transporte e seguro por em mércio mundial e poderia constituir-se em
mecanismo de abertura de mercado até ho
presas brasileiras)
je inacessíveis para o Brasil.
— Valor financiamento: 95 a 90% FOB
— Prazo: Até 10 anos
Considerações Finais
— Carência: 12 a 24 meses (início do pagamento do financiamento após instalação do
equipamento) Para que o país tivesse um papel signi
— Pagamento: Em parcelas semestrais ficativo como exportador de equipamentos
— Garantia: Aval do governo do pais comprador, através do Banco Central ou equivalente de telecomunicações, seria necessário dis
por de produtos da mais moderna geração
tecnológica, o que no momento não é o ca
so. Os mercados que aceitam nossos atuais
deste apoio, as opiniões e experiências das Por tal motivo os cálculos exatos devem ser
indústrias do setor são variadas e às vezes confiados aos especialistas. produtos constituem uma fração bem pe
até conflitantes. Alguns reportam apoio en quena do total.
tusiástico, outros indiferença ou desconhe Financiamentos ao Importador Entretanto, é nosso desejo e mesmo obri
cimento do assunto. Parece-nos que aqui gação explorar estas poucas possibilidades
existe margem para melhoria, e devemos Os financiamentos ao importador cons até o limite, procurando compensar ao má
providenciar uma ação esclarecedora que tituem-se em condição indispensável para a ximo nossas importações. Para tanto, é pre
seja uniformemente dirigida aos setores co obtenção de contratos, principalmente no ciso combinar o empenho das empresas in
merciais das embaixadas dos países nos caso de negociações diretas. dustriais com a adaptação dos incentivos
quais estamos interessados. A nossa experiência nos últimos meses existentes de modo a criar condições cada
mostra, entretanto, que as condições de fi vez mais atraente para os clientes.
nanciamento oferecidas necessitam de al
Incentivos à Produção guns ajustes para adequá-las ao caso da ex
portação de telecomunicações. Como vemos
Os incentivos que podem ser utilizados que há uma tendência à setorializaçào, nos
pelo setor são o “draw-back” e os financia permitimos sugerir a adoção de uma linha Não possuindo o produto
mentos à produção. Pode-se escolher entre de crédito (ou sistema de financiamento) es adequado, o esforço de
os previstos na Resolução 674 Bacen, na Re pecial para o nosso setor. (Ver tabela 2). marketing é imenso e com
solução 68 Concex ou na Resolução 643 Ba As condições que propomos levam em pouca chance de sucesso
cen, este último indiretaménte através de consideração a prática corrente em âmbito
empresas “trading”. Adicionalmente temos mundial. Caso não se possa oferecer condi
incentivos fiscais relativos ao ICM, IPI, im- ções muito favoráveis, o cliente preferirá re-
Parece-nos que, diante do que foi expos
Tabela 3
to, caberia definir, a exemplo de que vem
acontecendo com outros setores, uma polí
PROVIDÊNCIAS ADICIONAIS SUGERIDAS PARA INCREMENTAR AS tica de incentivos setorial, que leve em conta
EXPORTAÇÕES DO SETOR DAS TELECOMUNICAÇÕES * • as peculiaridades dos nossos negócios. Se
rá também necessário, por parte da CA-
• Inclusão no valor financiado do pagamento dos serviços realizados no país Importa CEX, uma grande flexibilidade com relação
às condições de financiamento, a fim de que
dor (instalação e testes do equipamento) até o valor de 20% do valor FOB importada
possamos nos adequar às exigências parti
• Permissão de remessa de comissões a agentes até o nível 20 a 30% do valor de ven- culares de cada cliente.
: das, Inclusive para empresas coligadas (também em projetos financiados), de modo a co Estamos certos de que, apesar das enor
brir serviços de engenharia, garantia, assistência técnica após vendas e outras despesas mes dificuldades que se encontram à fren
te, um contínuo aperfeiçoamento do proces
que estão incluídas no preço de venda.
so, aliado à maior experiência, e sobretudo
• Realização de contratos de importação (petróleo, carvão, cobre, trigo, etc) com con a uma grande força de vontade por parte das
trapartida de compra nó mercado brasileiro de equipamentos manufaturados, entre os quais industrias, nos permitirá, nos próximos
estão incluídos os de telecomunicações. anos, manter e mesmo ampliar nosso volu
me de exportação. Y