Page 29 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1983
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p a r a ô n i b u s . H o j e , e s t a b i l i z a d a c o m o p r o d u t o r a
d e e q u i p a m e n t o s e l e t r ô n i c o s , a A v e l e s t u d a c o n \
p a r a i n s t a l a r - s e n a A r á b i a S a u d i t a , a l é m
d e e x p o r t a r s e u s p r o d u t o s p a r a v á r i o s p a í s e s
d a A m é r i c a L a t i n a .
fazem demonstrações dos equipamentos
nas concessionárias'\ exemplifica Gui
marães.
Desde que foi fundada, a Avel, segundo
sua diretoria, tem demonstrado uma curva
de crescimento ascendente. Hoje, com cerca
de 250 empregados, mantém um nível de
desempenho financeiro satisfatório. Muril-
lo Lamas, da mesma forma que os outros
dois sócios — Murilo Lavoisier Pimentel, di
retor de produção, e Álvaro Múcio Teixei
ra, gerente de expedição — acreditam na
fórmula da severidade econômica, até mes
mo no plano pessoal. Como conta Lamas:
“Aqui ninguém tem iate ou filho estudando
na Suécia. Não pedimos empréstimos no ex
terior porque 13% do faturamento é reapli
cado em desenvolvimento”.
E nisso Lamas é radical. Ele se recusa a
se expressar em dólares. Todas as suas re
ferências são em cruzeiros. Ele diz ainda:
“Procuramos aproveitar ao máximo o que
é fabricado aqui. O que gastamos com im
portação de componentes, destinados aos
produtos mais sofisticados, não ultrapassa
dois por cento sobre o fàturamento da firma,
que em 82 foi de Cr$ 2,5 bilhões”.
Fernando Guimarães lembra, como sinal
dos tempos difíceis que atravessamos, a Eng.0 Murillo Lamas, diretor-presidente da A vel.
maior rigidez da empresa diante de seu ba
lanço comercial. No momento, a Avel está
com seu controle íinanceiro fechado até se
tembro. “Em outros anos”, diz ele, “esses engenheiros e, hoje, emprega 28 profissio
prazos eram mais dilatados”. nais. “Até aí vivíamos como as outras 500
empresas de eletrônica, produzindo apenas
N acionalizaçâo fontes de alimentação”, diz Guimarães, que
completa:
O passo inicial no sentido de firmar-se no “O que viabilizou a criação do laborató
mercado das telecomunicações foi um pri rio foi a política de nacionalização aplicada
meiro contrato, em 1973, para produzir fon pela Telebrás. Não existia outro setor do go
tes de alimentação de laboratório para a Em- verno que desse tanta atenção à nacionali
bratel. Mas o crescimento real viria depois zação como o das telecomunicações. A cria
de 76, quando a Avel foi selecionada atra ção dó CPqD, em Campinas, e da Diretoria
vés de concorrência da Telebrás para pro de Assuntos Industriais da Telebrás foram
jetar, desenvolver e construir o protótipo das fundamentais nesse processo”.
fontes de alimentação dos projetos MCP-30
e MDT-101B, do CPqD (Centro de Pesqui Fone-Pag
sa e Desenvolvimento da Telebrás), em
substituição aos multiplex que a Embratel Nas atuais instalações da Rua Humbold,
importava. em Bonsucesso, a principal atração é o Fone-
de250empregados, com um nível de produtividade
Este foi o primeiro projeto nacional de Pag, um sistema de supervisão e controle
substituição de multiplex seguindo padrões para até 10 linhas telefônicas, que permite
de qualidade internacionais. Esse contrato acesso direto do usuário às ligações locais,
permitiu à Avel a criação de um laboratório interurbanas e internacionais, sem auxílio
de desenvolvimento na própria empresa, da telefonista e mantendo inalterado o pro
que começou timidamente com apenas seis cesso de tarifação. ?