Page 28 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1983
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• S h irle y F io reti C osta
D e f o r m a m o d e s t a , a A v e l — A m p è r e V o l t
E l e t r ô n i c a L t d a — i n i c i o u s u a s a t i v i d a d e s n o
m a i s t r a d i c i o n a l e s t i l o “ f u n d o d e q u i n t a l ” e m
B e n f i c a , b a i r r o d o s u b ú r b i o c a r i o c a , e m 1 9 7 0 ,
f a b r i c a n d o c o n v e r s o r d e l â m p a d a s f l u o r e s c e n t e s
Na sala de reuniões da Avel, um elegante
estojo forrado de veludo é motivo de orgu
lho e guardado com muito carinho pelos di
retores da empresa. Discretamente, o enge
nheiro Fernando Guimarães, diretor comer
cial, mostra a adaga banhada em ouro, pre
sente do príncipe Bandar Bin Ahmed Al Su-
dairy, da Arábia Saudita, em recente visita U nhas de cquipamcyitos de rede da Avel.
que fez ao Brasil, durante sua passagem pe
las instalações da fábrica, em Bonsucesso.
A Avel participou, em janeiro deste ano,
da missão empresarial aos países árabes, tação.que são equipamentos duráveis, di
promovida pela Câmara de Comércio Ára ferente de quem vende, por exemplo, ali
be-Brasileira. Durante um mês, o grupo de mentos. Temos que lançar equipamentos
brasileiros percorreu a Síria, Iraque, Arábia novos todos os anos, com criatividade, e
Saudita, Bharen, Kuwait, Paquistão e Ar que permitam ás concessionárias da Teíe-
gélia. Dessa viagem resultou o convite pa brás, principalmente, maior rentabilida
ra a instalação de uma fábrica Avel de equi de”, explica.
pamentos de telecomunicações na Arábia Em debate promovido pela Telebrasil,
Saudita, oficializado pelo príncipe Bandar. para discutir o papel das pequenas empre
Empresa de capital 100% nacional, a sas fabricantes do setor de telecomunica
Avel, segundo seu presidente, Murillo La ções, Lamas considerou que “se existe cri
mas, confirma o caráter essencialmente bra se, não é financeira”. E justificou: “A Te-
sileiro da tecnologia aplicada a seus produ lebrás tem recursos praticamente equivalen
tos: “Nossas viagens são de venda, não de tes aos do ano passado. O que falta é uma
compra. Não pagamos royalties sobre o de decisão política de fazer encomendas às pe
senvolvimento de nossos equipamentos”. quenas empresas, que formam 80% do to
Com a evolução do mercado, principal tal, empregam 30% da mão-de-obra, a tro
mente de 1976 para cá, a direção da empre co de apenas 14% de investimento do capi
sa sentiu a necessidade de criar o grupo Avel tal aplicado no setor”.
— concretizado em 1980 — quando esta pas Quanto às soluções, Fernando Guima
sou a ser a empresa holding, fabricando apa rães, aponta o caminho: “Temos que ser
relhos de instrumentação e fontes alimen- criativos, caprichar na manutenção e encon
tadoras, além da fundação da subsidiária trar a forma certa de vender”. Depois de
Sisprom (Divisão de Sistemas Digitais) e a realizar vários estudos de marketing, ele mu
Antel, para equipamentos de energia.
dou a maneira de vender, acreditando que
o segredo está em fazer aquilo que o cliente
Criatividade x Crise
deseja. Assim, a verba que anteriormente
era destinada a publicidade e a participação
A produção da Avel está dividida, basi em feiras e exposições, passou a ser desti
camente, entre duas linhas principais: de nada a promoção de um contato mais dire A linha de produção da A vel mantém, atualmente, cerca
instrumentação e de sistemas de supervisão. satisfatório.
to com os clientes.
Na opinião de Murillo Lamas, “o forte da “Agora, dois engenheiros saem do Rio
empresa, atualmente, é o laboratório de de Janeiro e percorrem, de uma só vez, vá
pesquisa e desenvolvimento. É difícil so rios Estados, demonstrando pessoalmente
breviver no Brasil apenas com instrumen nossos produtos. Eles organizam cursos e