Page 19 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1983
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I n f o r m á t i c a
Reportagem: Joáo Carlos Fonseca
A á r e a d e i n f o r m á t i c a , b a s e a d a e m t e c n o l o g i a s i m i l a r a d a s T C s e n a p e q u e n a e
m é d i a e m p r e s a , v a i b e m e c r e s c e d e 3 0 a 4 0 % a o a n o . N ã o s e f a l a e m c r i s e e o
n í v e l d e e m p r e g o d e p e s s o a l q u a l i f i c a d o e s t á a s s e g u r a d o . E o q u e r e v e l a
o S e c r e t á r i o E s p e c i a l d e I n f o r m á t i c a .
— o Brasil tem a conscientização de que visando a exportação de nossos produtos. croeletrônica, automação, instrumentação
deve ocupar o espaço dos mercados de alta A indústria nacional de informática, pra e computação, esperando-se para outubro a
tecnologia com produtos e empresas nacio ticamente inexistente em 76, participa ho apresentação do 1? chip montado, encapsu
nais — disse Joubert Brízida resumindo a es je com 60% de um mercado de 1.3 bilhões lado em estado de cerâmica no Brasil. No iní
tratégia da SEI, durante a palestra que pro de dólares e com produtos desenvolvidos no cio de 84, o centro dará início à difusão e ao
feriu no auditório do Instituto Militar de En país. Disse Brízida que a política nacional de desenvolvimento de técnicas de PAC (Pro
genharia (IME) do Rio de Janeiro, pela pas informática vive um momento de amplo de jeto Auxiliado a Computador).
sagem do 53? aniversário daquela entidade. bate com a participação e apoio de todos os Aproximadamente 20 PhDs estão no
Nesse particular, o país está seguindo os segmentos da vida brasileira, ‘‘a par de uma instituto de automação estudando inclusive
exemplos dos Estados Unidos e Japão, que
utilizam o mercado estatal e o controle das
importações para desenvolver sua própria
tecnologia.
Após citar as diversas fases do desenvol
vimento industrial do país (tabela I em ane
xo), o Secretário Especial de Informática
afirmou que a principal meta a atingir é a do
desenvolvimento tecnológico. Justificando
seu ponto de vista, acrescentou que existem
três razões para isto: a econômica, a estra
tégica e a cultural. A econômica pela cria
ção local de um item que pesa sensivelmente
em nossa pauta de importações. A estraté
gica para propiciar um confiável sistema de
defesa e a cultural para fortalecer o conjun
to de valores e atitudes que permitirá à Na
ção "decidir com capacidade criadora e com
autonomia os seus destinos”.
Sobre transferência de tecnologia, Brí
zida acha que é impossível transferir capa Brízida:
citação tecnológica pela simples compra de "Não ternos medo
produtos acabados, e conclui que a capaci de comprar
tação nasce do atendimento das necessida tecnologia
des locais de cada sociedade. estrangeira
A estratégia a ser seguida é simples e de
ve engajar o capital nacional, visto que é
pouco provável que os interesses estrangei
ros queiram duplicar no país o investimen cooperação internacional quando efetiva- processos contínuos de fabricação como li
to em desenvolvimento e pesquisa que já mente afinada com os interesses do Brasil’ . nha de rnontagens para automóveis, e tem
efetuaram em seus locais de origem. Brízi- projetos com a Alcoa, Cosipa, Rede Ferro
da não vê, porém, problema na importação Centro de Tecnologia de Informática viária e na área de Energia Elétrica.
criteriosa e seletiva de pequenas parcelas de Os institutos de instrumentação e de
tecnologia que servem para atualizar e es Quanto ao Centro de Tecnologia de In computação deverão, segundo Joubert Brí
timular a criatividade do mercado local. formática de Campinas, com 27 mil metros zida, estar prontos até o fim do ano. O de
E importante que a indústria local man quadrados de área construída, num terreno computação tratará de problemas de hard
tenha alto o seu grau de competir, "o que de cedido pela Caixa Econômica, explicou Brí ware, software e de aplicações na agricultu
ve ser medido em termos internacionais”, zida que compreende quatro institutos: mi- ra, na pequena e média empresa, na medi-^