Page 74 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1982
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que poderíamos calcular em 25 litros por cada litro de água
destilada.
Poderíamos, ainda, acrescentar os custos de manuseio e trans
LITROS
porte dessa água destilada, bem como manutenção dos des
tiladores, sujeitos a freqüentes desarranjos. Por outro lado, é
preciso não esquecer que o consumo de água aumenta consi
deravelmente com o envelhecim ento das baterias.
Como podemos observar, os custos, no que se refere a con
sumo de água, não são tão insignificantes assim, e um contro
le desse consumo seria de todo conveniente, considerando,
principalmente, o aspecto funcional da bateria a esse respeito
Outro aspecto que deveria ser considerado é o relativo à pure
za química da água destilada, obtida com os destiladores
usuais, e que, eventualm ente, poderia não ser a ideal, o que
acarretaria conseqüências indesejáveis para a bateria. Análi
ses químicas periódicas seriam de todo convenientes. *
T em po d e vida d e um a batería — Quantos anos dura uma
bateria? Quantos anos deve durar uma bateria?
Duas perguntas que comumente tem respostas bem diferen
tes. Tudo vai depender do trato que for dado às mesmas. 0s
fabricantes nos dizem que, até o décimo ano, e em condições
normais, uma bateria ainda deve conservar 80% de sua capaci
dade original, passível de reparos'ou substituição "pró-rata",
se esse não for o caso.
Hoje em dia, por falta de tempo hábil, ainda não é possível
Fifi. 2 — Consumo de acua destilada por uma bateria, no decorrer da sua vida
útil. documentar com exemplos uma resposta adequada à segunda
pergunta. De fato, os modernos tipos de baterias com placas
positivas tubulares são ainda de uso recente e conjectura so
4. - Temperatura alta do elotrólito; bre seu desempenho final não passa de exercício de futuro-
5. - Corrente de flutuação alta, em conseqüência de deteriora logia.
ção da bateria, pela idade ou por outros motivos.
Podemos, no entanto, adiantar uma resposta à primeira per
Já falamos do papel decisivo que uma tensão de flutuação alta gunta, já que, com freqüência, temos presenciado substitui
exerce sobre o consumo de água. I lógico que, com tensão de ções de baterias, mal completados os primeiros dez anos de
equalização (2,35 volts por elemento), este consumo se acele vida e, às vezes, bem antes, por total esgotamento de suas
re. Por esse motivo, as cargas de equali/ação (ou recarga) de propriedades. «
vem ser limitadas em frequência e em tempo ao estritamente
necessário. Pm bateria bem cuidada, com apenas um período Como dissemos acima, tudo vai depender dos cuidados que
de 30 a 60 minutos por mês, é suficiente. forem dispensados, cuidados esses que, em contraposição às
"condições normais" estipuladas pelo fabricante, poderíamos
Um teste de capacidade ocasiona um consumo de água exa- aqui chamar de "condições ideais", estipuladas nas normas
geradamente alto, porém, dada sua pouca frequência, esse de manutenção hoje em vigor.
consumo não deve incidir no computo.geral.
Quando, mais adiante, falamos em corrente de flutuação, in
A alta temperatura do eletrólito também influi no consumo de troduzimos um conceito de idade, válido apenas no seu sen
água, não pelo calor em si, mas pela forma que essa tempera tido lato no tempo, sem considerar outros fatores que, even
tura influencia a corrente de flutuação, de que falaremos mais tualm ente, podem encurtar a vida de uma bateria. Dessa
adiante. forma, uma bateria mantida em condições ideais poderia ser
considerada proporcionalm ente como velha a partir do dé
Resta agora falar sobre o fator custos (tópico b), para mostrar cimo ano de vida e, como muito velha, quando acima de vinte
de que forma o consumo de água destilada incide nos gastos anos, quando se pressupõe que sua capacidade não mais deve
de manutenção. Não vamos falar em quantidade, porque não atingir 60% da original. Manter uma bateria nessas condições
possuímos dados (ninguém possui dados a esse respeito), do ponto de vista da autonomia e confiabilidade, não é acon
mas podemos partir de premissas conhecidas e que podem selhável. Mais ainda se considerarmos os gastos decorrente-
nos dar uma idéia bastante aproximada. de sua m anutenção em condições aceitáveis (consumode
energia e água).
Na área da Grande São Paulo, temos, em números redondos,
uma capacidade instalada da ordem de 800.000 amperes de C orrente d e flutuação — Uma bateria, para se manter carre
bateria. Calculando por baixo, serão necessários 65.000 litros gada, quer dizer, para compensar sua autodescarga natural,
de água destilada por ano. Os destiladores em uso, de 1.600 precisa de uma corrente de igual proporção. Esta corrente, em *
watts, dão um rendimento de 2 litros/hora, com um consumo condições normais, é muito pequena e, conforme o tipo de ba
de energia de 800 watts/litro/hora ou seja, 32.500 horas e teria, até insignificante. Nas baterias chumbo-antimônio, essa
52.000 kVV/h, respectivamente. Devemos acrescentar o con corrente não deve ultrapassar de lm/A por A, ou seja, 1 am-
sumo de água de refrigeração que normalmente é perdida e pére por cada 1.000 amperes de capacidade da bateria. Emba-
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