Page 73 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1982
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Na prática de manutenção rotineira, esses aspectos têm sido Os fatores que determinam um maior consumo de água são:
descuidados, ao que parece, por dois motivos: primeiro, pelo 1. - Tensão de flutuação elevada;
uso de instrumentos grosseiros, sem a precisão desejada, e, 2. - Freqüentes cargas de equalizaçáo (necessárias ou não);
segundo, por falta de conscientização do operador a respeito. 3. - Testes de capacidade;
O primeiro caso já tem sido solucionado com a introdução de
voltímetros digitais, que, indiretamente, têm resolvido tam
bém o segundo. Era costume do pessoal de manutenção escre
ver nos formulários de rotina a tensão por elemento, apenas
com dois dígitos, ou seja a escala das unidades e das dezenas.
Em termos de análise, isto de nada vale, posto que o que in
teressa, o que realmente nos diz como está a bateria, em ter
mos de tensão de flutuação, é o segundo dígito após a vírgula.
Dessa forma, poderão ser apreciadas as diferenças de tensão
entre elementos, que sempre existem, mas que são toleráveis
até o limite de 0,04 volts da média geral.
Consum o d e água — A pergunta que nos ocorre é: quanta
água por ano consome uma bateria?
Os fabricantes têm sido um tanto quanto omissos neste parti
cular. Os valores m encionados nos manuais (quando
mencionados) de forma alguma orientam o cliente, ror esse
motivo, tem sido minimizada a importância desse consumo,
quando, na realidade, envolve valores nada desprezíveis.
O consumo de água por uma bateria deve ser encarado sob
dois aspectos:
a) como indicador das reações funcionais da bateria;
b) sob o aspecto de custo.
Está provado que, mesmo em condições ideais, o consumo de
água por uma bateria chumbo-antimônio é considerável. Mas,
quanto?
Para raciocinar em termos quantitativos, vamos servir do grá
fico que a firma C & D inclui em seus manuais. Este gráfico tem
por finalidade comparar o consumo de água por baterias
TABELA I
chumbo-antimônio com as de chumbo-cálcio, considerando
ainda o fator idade da bateria. O mesmo não vai além de ba
terias de 1500 ampéres; mesmo assim, permite viabilizar uma
constante que podemos enunciar como segue: LITROS-AMPS ANO
Baterias chumbo-cálcio (novas e velhas) = ..........0,011 LAA*
Baterias chumbo-antimônio (novas) = .................0,081LAA
Baterias chumbo-antimônio (velhas) = ................ 0,540LAA
Com base nessas constantes, elaboramos a tabela 1 para ba
terias de 23 elementos, onde se estabelecem o mínimo e o má
ximo de consumo anual que podemos esperar de uma bateria.
Uma defasagem de 20%, a mais ou a menos, dessas quantias
poderia ser considerada normal, dada a diversidade de condi
ções habitualmente encontradas.
Com base na tabela 1, foi feito o gráfico da figura 1, o qual per
mite calcular o consumo de água, conforme a capacidade e a
idade de uma bateria. Como exemplo, foi elaborado o gráfico
da figura 2, referente a uma bateria de 3.000 ampéres, onde se
pode ver que a curva real, sempre inferior à curva teórica, após
18 anos de uso, se cruza, indicando um consumo maior do que
seria de esperar.
Podemos agora voltar ao tópico (a) e mostrar que o consumo ANOS
de água é sensível às reações funcionais da bateria.
Fig. 1 — Consumo de água destilada por uma batena em função de seu en velhe-
* LAA - litros x am péres x ano. cimento.