Page 73 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1981

márias serão excluídos de análise, porque, quando se usa o
procedimento aproximado, os resultados não são em geral
precisos e, por outro lado, o procedimento exato é extrema­
mente laborioso e só é operacional em sistemas de pequeno
porte, com poucas rotas primárias l7 *l.
Quando da elaboração do Plano Diretor da Telerj, período
1980/2000, foram realizados estudos de otimização do entron­
camento local da cidade do Rio de Janeiro i ai. Estes estudos
foram realizados comp auxílio de algoritmos descritos em 1/ 9i.
Nesta oportunidade, foram colhidas informações visando um
confronto entre os critérios de dimensionamento por conges­
tionamento em chamadas na rota finai (PNR) e congestiona­
mento médio global (PMG). Os parâmetros básicos do sistema
examinado, assim como os resultados obtidos, são apresenta­
dos a seguir:
— Parâmetros básicos: graus de serviços - rota direta = 0,010
n.° de prédios - 41
n.° de centrais locais -100
n.° de centrais tandem -16
n.° de grupos origem - 84
n.° de grupos destino - 62
— Resultados obtidos: o quadro 3 apresenta os principais re­
sultados a partir dos quais será realizada a análise técnica-
econômica dos dois critérios de dimensionamento.
Valores relativos obtidos com o critério PNR, considerando o
valor padrão 100,00 com o critério de PMG
Trafego total originado
Tráfego em rotas diretas
Tráfego em rotas via tandem
Total de troncos de saída
Troncos diretos
Troncos via tandem
Efidência média por tronco
Quadro 3 - Comparação dos resultados obtidos com PN R e PM G
A partir do quadro 3, pode-se observar que:
a) O tráfego via tandem é menor em 1,48%, quando se utiliza o
critério de PNR. Esse resultado pode ser explicado pelo fato de
o critério de PNR ser mais rígido, exigindo para um mesmo
tráfego oferecido a rotas finais uma maior quantidade de tron­
cos. Conseqüentemente, há uma opção de maior utilização
das centrais tandem.
b) O total de troncos de saída no sistema dimensionado se­
gundo o critério de PNR difere pouco (1,88%) do obtido no cri­
tério com PMG. Entretanto, a distribuição desses troncos
pelas rotas diretas e rotas via tandem é bem distinto. A percen­
tagem de troncos em rotas via tandem é maior (6,50%) no caso
de utilização do critério de PNR.
Alberto de Oliveira Moreno
— Engenheiro mecânico formado pela
PUO RJ
— Mestre em Ciências pelo 1TA
— Professor de Pesquisa Operacional
da Faculdade M oraes Junior, do
Curso de Administração Industrial
e Engenharia Econômica da UFRJ e
da Escola de Guerra Naval.
— Chefe da Divisão de Planos Funda­
mentais do Departamento de Pla­
nejamento da Telerj
c) Apesar da eficiência média por tronco ser quase idêntica nos
sistemas dimensionados segundo os dois critérios, nota-se
que o custo total do sistema dimensionado segundo PNR é
3,54% maior. Em contrapartida, o dimensionamento obtido
com o critério PNR acarreta perdas de tráfegos menores.
É interessante ressaltar que os valores percentuais comparati­
vos relativos aos dois critérios de dimensionamento mencio­
nados acima são válidos para a rede telefônica local do Rio de
Janeiro e para os seguintes graus de serviços: E = 0,010 em ro­
tas diretas e E = 0,005 em rotas finais. Não podendo ser extra­
polado para outras redes telefônicas e nem mesmo para a rede
do Rio de Janeiro, se os parâmetros de dimensionamento
forem diferentes dos aqui utilizados.
5 - Conclusões
O presente artigo apresentou de forma bastante simples os
rota final = 0,005 vários critérios utilizados nos dimensionamentos de rotas.
Não houve pretensão em realizar uma escolha por algum cri­
tério, já que esta escolha não envolve apenas aspectos técnicos
e econômicos, tendo uma componente política bastante forte.
Parece razoável admitir que o critério de dimensionamento
aplicado a uma rota deve depender do tipo de tráfego que é
oferecido a ele. Assim, no caso de um tráfego oferecido tipo
Poisson, com média igual à variância, pode-se usar um critério
menos rígido do que o que seria aplicado a uma rota com trá­
fego oferecido tendo uma relação variância para média ele­
vada.
6 - Referências
I '/ BENES, V.E., "Mathematical theory of connecting network and telephone
1 0 0 , 0 0 Total de rotas 99.97 traffic", Academic Press, 1965
100,30 Rotas diretas 99.97
1 2 1 COOPER, R.B., "Introduction to queueing theory", The Macmilan Co.,
98,52 Rotas via tendem 100,00
N. Y., 1972
1 0 1 , 8 8 Média de troncos por rota 101,95
100,93 Custo de comutação 103,59 l3l SYSKI, R., "Introduction to congestion theory in telephone systems", Oli­
106,50 Custo de transmissão 103,45 ver and Boyd, 1959
98,61 Custo total 103,54
I41 WALLSTROM, B., "Congestion studies in telephone systems with overflow
facilities", Ericsson Technics, vol. 22, n.° 3, 187-351, 1966
l5l W ILKINSON, R.I., "Theories for toll traffic engineering in the USA", Bell
Systems Technical Journal, vol. 35, n. ° 2, mar. 1956
16I RAPP, Y., "Planning of junction network in a multi-exchange area. General
Principles", Ericsson Technics, n.° 1, 77-130, 1974
C i MORENO, A.O., OLIVEIRA, G.C., GIRÀO, S.E., "Dimensionamento de
Entrocamento de Sistemas PABX", Telebrasil, ano XIX, vol. 2, mar/abr.,
1978
l9l M ORENO, A.O., COUTINHO, L.P.M., "Cálculo Otimizado de Entronca­
mento Local", I Seminário de Tráfego Telefônico, ago. 1978
191 M ORENO, A.O., "Planejamento de Redes Telefônicas", "Determinação do
Circuito de Junção", Tese de Mestrado, IT A, 1974
Os autores agradecem aos engenheiros Sergio Ellery Girão Barroso e Jorge Ale­
xandre dos Santos Cruz, da Gerência de Pesquisa Operacional da Telerj, que
revisaram o trabalho apresentando críticas e sugestões valiosas.
Adilson Pacheco
— Engenheiro eletricista/telecomuni-
caçôes
— Universidade Gama Filho/RJ —
1974
— Atualmente na Divisão de Planos
Básicos do Departamento de Plane­
jamento (TPL) da Telerj