Page 69 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1981
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Sem perda de generalidade será admitido, no estudo dos ca Admite-se que os tráfegos transbordados de cada uma das três
sos, que as fontes de tráfego têm acessibilidade plena aos ca primeiras rotas primárias possuem tráfegos caracterizados
nais da rota em exame. Esta simplificação não invalida de por dois parâmetros, isto é, média e variância. Assim, o trá
forma alguma as conclusões que serão obtidas. fego oferecido à rota final terá média Me variância Vdefinidas
por:
a) Rotas com tráfego de Poisson
M — Mi + M2 + M3 + A4
Considere-se uma rota, com N canais, à qual se oferece um trá V = v, + v 2 + v 3 + a4
fego do tipo Poisson, com média A.
A questão que se coloca é a seguinte: como avaliar o congestio
Nestas condições, a probabilidade de ter-se o sistema no es namento em tempo e em chamadas na rota final, o qual recebe
tado N, num instante arbitrário de tempo, ou seja, o conges um tráfego de transbordo de várias rotas primárias.
tionamento em tempo, é dada pela fórmula de Erlang l2l:
P(N) = E(N,A), onde:
E(N,A)
Syski prova em 131 que, quando as fontes de tráfego possuem
taxa de chamadas, isto é, número médio de chamadas por uni
dade de tempo, constante, o congestionamento em tempo é
igual ao congestionamento em chamadas.
Esta é precisamente uma das hipóteses que caracterizam um
tráfego do tipo Poisson, e assim pode-se concluir que:
Q(N) = P(N)
Esta igualdade significa que, quando o tráfego oferecido é do
tipo Poisson, o congestionamento, avaliado em instantes arbi
trários de tempo, é igual ao avaliado apenas nos instantes de
tempo em que ocorreram chamadas.
De maneira genérica, a média de tráfego perdido Mpode ser
avaliada multiplicando-se o tráfego oferecido pelo congestio
namento em chamadas, ou seja
Fig. 2 - Esquema típico de rotas alternativas.
M = A.E(N,A)
A variância V do tráfego perdido pode ser calculada por:
V = M(1 - M + ----------- - ----------- )
N + 1 - A + M
b) Rotas com tráfego de transbordo
Em áreas urbanas multicentrais ocorrem com freqüência situa
ções em que uma rota central-tandem ou tandem-central re
cebe tráfegos transbordados de várias rotas de primeira esco
lha ou primárias que possuem a rota via tandem com alterna A4
tiva final ou secundária. Uma rota final será tomada por uma
Fig. 3 - Esquema típico de rotas alternativas.
chamada que ocorre em uma das rotas de primeira escolha
apenas quando os canais desta rota estiverem ocupados. A resposta a esta questão está apoiada em dois resultados im
portantes. O primeiro deles devido a Brockmeyer 141 se aplica
A figura 2 mostra um esquema típico de rotas alternativas, na à avaliação de congestionamentos, no caso em que um tráfego
qual quatro fluxos independentes de tráfego, tipo Poisson, de Poisson de média A é oferecido inicialmente a um único
são oferecidos a rotas de primeira escolha que transbordam, grupo primário com L canais transbordando para um grupo
para uma rota final. O tráfego A4 é oferecido diretamente à ro secundário com N canais, conforme mostra a figura 4.
ta final.
Grupo primário Grupo secundário
O esquema da figura 2 pode ser representado, de forma mais
conveniente, utilizando-se o diagrama da figura 3, no qual são
mostrados os quatro fluxos independentes de tráfego do tipo
Poisson oferecidos a rotas de primeira escolha, transbordando
para uma rota final comum. Fig. 4 - Sistema de Brockmeyer.