Page 51 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1981
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Essa discrepância começa já pelos valo Para que um levantamento das curvas de HP/hora, da ordem de 6 a 8 gramas, se
res atribuídos a HP e CV, cuja relação é: consumo tenha realmente valor práti bem que o consumo volumétrico au
1 CV = 0.986 HP e 1 HP = 1.014 CV. co, quer dizer, auxiliem o usuário no menta na proporção da potência, o que
Decorre daí uma defasagem dessas uni cálculo de consumo, e dêem ao mesmo confirma a regra.
dades com relação a kW. Temos então, tempo uma visão coneta do problema
que 1 CV = 0.736 kW e 1 HP = 0.746 elaboramos o tipo de gráfico da fig. 4, Voltando à tabela de equivalência de
kW. Inversamente 1 kW =1.36 CV e tomando como base a curva de consumo valores, que talvez mereça alguns re
1.34 HP. volumétrico fornecida pelo fabricante de paros e cujo correto equacionamento
um grupo gerador diesel. Os parâmetros deixamos a critério dos especialistas, o
O conceito de potência em motores de usados originalmente são BHP x galões que queremos afirmar é: como idéia é
combustão interna deriva mais dos cri americanos. (Ver figura 6) válida e, levada à prática, seria instru
térios usados para medir essa potência. mento particularmente útil.
*
Esses critérios estão conceituados nas E claro que, com apenas esses dois parâ
normas DIN e SAE (sistemas métrico e metros, do ponto-de-vista do usuário é E sabido que os métodos de medição
inglês, respectivamente) e ambos di pouco funcional. Na prática como saber usados na prática, pelo fato de serem
ferem bastante entre si, ao ponto de, a potência em HP ou CV que um motor pouco confiáveis, têm contribuído para
conforme os métodos de avaliação em desenvolve num determinado instante desdenhar este aspecto dos custos de
pregados, designar para um mesmo mo de carga? manutenção, e as empresas recorrem a
tor potências 50% discrepantes. uma contabilização global, o que apenas
Cremos que o uso de gráficos, como o caracteriza o aspecto monetário do pro
Como, então, relacionar potência com que apresentamos, com uma tabela de blema. Uma sistemática baseada em
consumo de combustível, sem cair equivalência de valores, viria sanar essa parâmetros mais consistentes viria mos
numa incoerência sem sentido? deficiência, já que qualquer valor de trar outros ângulos, tanto ao usuário,
carga pode ser relacionado com o con como, até, ao próprio fabricante.
Este nosso trabalho tem por finalidade sumo de combustível correspondente.
mais especificamente grupos geradores
Ao invés de escalas, réguas, bóias, etc.,
diesel. Portanto, o campo de especula Os gráficos das figuras 4 e 5 correspon de concepção um tanto quanto empírica,
ção fica restrito apenas a potência contí dem a um mesmo tipo de motor. O se por que não usar o único elemento que,
nua, sendo assim possível a fixação de gundo possui, com relação ao primeiro, tudo indica, é matematicamente mais
critérios que de alguma forma nos aju um arranjo técnico que realmente deve revelador?
dem a atingir o objetivo em vista. encarecer bastante o projeto. Trata-se de
motor com pós-arrefecedor, além de tur- De fato, numa instalação deste gênero,
Como dissemos anteriormente, para ini bocompressor, que o primeiro também grupo gerador, o único dado disponível
ciar um estudo desta natureza é neces possui. Este projeto, além de proporcio a todo instante é a carga medida em AM
sário dispor das curvas teóricas de con nar um acréscimo na potência da ordem PERES.
sumo, fornecidas pelo fabricante ou le de 8 a 10%, propicia uma economia por
vantadas através de medições no próprio
local da instalação. Estas curvas, já por
si, bastante precisas, seriam reestudadas
e retificadas de acordo com 'dados re
ferentes ao local da instalação, princi
palmente, altitude e temperatura do ar
aspirado. Com a altitude, o ar fica cada
vez mais rarefeito e o potencial cai em
tomo de 3% a cada 1000 pés (304 m). O
subministro de combustível deve ser re
gulado (diminuído) proporcionalmente
à altitude, do contrário apresentará um
excesso de consumo, que se evidenciará
pela fumaça, anormalmente preta.
Igualmente a temperatura do ar aspirado
diminui a potência do motor na ordem
de 1% a cada 10°F acima de 90°F (ou
8°C acima de 32°C.). As baixas tem
peraturas são igualmente prejudiciais ao
motor e aumentam consideravelmente o
consumo de combustível. A tempera
tura ideal do ar aspirado por um motor
deve ser entre 60 e 90F (16 e 32°C). Figura 4 — Consumo de combustível — Potência contínua — Motor turbinado