Page 55 - Telebrasil - Julho/Agosto 1980
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Patòlamente. os aspectos técnicos são consi- pendiam de providências da própria indústria E evidente que, apesar destas preocupações da
vkr-cos através de uma análise de documentos quanto à complementação de informações téc TELEBRÁS, houve, como em todo processo
que descrevem as características técnicas do nicas (16%), envio de produtos aos labora evolutivo, senões, uns motivados por limita
produto, comparando-as com as especificações tórios ( 12%) ou correção de produtos não apro ções da própria TELEBRÁS, outros, a maio
técnicas correspondentes. vados em ensaios (7%). ria, resultantes de indústrias que apresentaram
produtos que não se enquadraram na política
Após uma conclusão favorável sobre os aspec Observa-se por esta estatística existir um quase industrial estabelecida ou nas especificações
tos político e técnico, o interessado é então ins equilíbrio na distribuição dos pedidos pelas três técnicas exigidas.
tado a encaminhar uma ou mais unidades do entidades envolvidas no processo, a saber —
produto em sua versão mais evoluída, de pre TELEBRÁS, laboratórios e indústria. Os benefícios provenientes da criação do Sis
ferência um cabeça-de-série, para ensaios em tema de Homologação são evidentes e deve ser
laboratório credenciado pela TELEBRÁS. Verifica-se também que o ritmo de trabalho e ressaltado que ele:
resultados alcançados vêm crescendo em taxas — como instrumento básico na execução da
Os ensaios irão comprovar a exatidão da infor significativas ao longo deste três primeiros política industrial estabelecida na Portaria n.°
mações prestadas pelo fabricante quanto às anos de funcionamento do Sistema. A quanti 622/78 do Ministério das Comunicações vem
características de seu produto e quanto à con dade de processos concluídos em 1977 foi de contribuindo para a sua consolidação;
formidade do mesmo às especificações TELE 46, elevando-se no ano seguinte a 81 e atin — como instrumento de aferição dos produtos
BRÁS. Assim acontecendo, o laudo emitido gindo a marca de 97 ao final do último ano do em relação às especificações técnicas estabele
pelo laboratório fornecerá os elementos restan triénio. cidas vem colaborando tanto para aperfeiçoar
tes que possibilitam à TELEBRÁS recomendar os produtos industriais, como para aprimorar as
ao Ministério das Comunicações a Homologa As perspectivas para os próximos anos são próprias especificações;
ção do produto. boas, graças ao maior amadurecimento do Sis — vem proporcionando meios para melhorar
tema e à melhor compreensão da sua finalidade cada vez mais a qualidade e a confiabilidade
Estas são. em síntese, as etapas que constituem por parte da indústria. dos serviços de telecomunicações; e
o processo e embora lógicas e simples, muitas — vem servindo como elemento de projeção do
vezes se complicam por razões de várias na Desde quando o Ministério das Comunicações produto brasileiro no mercado internacional,
turezas. emitiu a Portaria 903, em agosto de 1976, ob graças ao reconhecimento do valor da especifi
servou-se que homologação vem sendo um cação técnica brasileira e do certificado de ho
Na etapa inicial do processo, é bastante comum tema de debates e observações críticas em di mologação expedido pelo Ministério das Co
ocorrer o fornecimento incompleto de informa ferentes círculos do setor. municações.
ções e dados necessários à análise documental.
A construção desta insuficiência obriga, em al As observações mais freqüentes referem-se à Apesar desses aspectos positivos, não se pode
guns casos, que se aguarde o seu atendimento morosidade do processo, à burocracia envol afirmar que o Sistema de Homologação tenha
para se dar então prosseguimento ao pedido. vida e aos elevados custos dos ensaios realiza alcançado seu estágio de maturidade e, em de
dos pelos laboratórios credenciados. corrência, estudam-se aperfeiçoam entos a
serem introduzidos, frutos da experiência ad
Na etapa seguinte surgem casos em que o pro
quirida nestes três primeiros anos de seu fun
duto não é enviado imediatamente ao labora- Porém, a crítica que espelha o principal motivo
cionamento. Pontos considerados insatisfa
tóno para os ensaios necessários, embora já au de insatisfação por parte de alguns interessados
torizado a tal. diz respeito a alegados prejuízos advindos do tórios, como, por exemplo, a velocidade de
processamento dos pedidos e os custos envolvi
cerceamento da liberdade outrora existente de
dos, estão sendo corrigidos na parcela de res
Durante os ensaios é comum se verificar des livre comercializar seus produtos junto ao mer
ponsabilidade que cabe à entidade coordena
vios em relação às especificações ou falhas nos cado de telecomunicações do país.
dora.
produtos, obrigando ao fabricante revisá-los e
ao laboratório retestá-los.
A bem da verdade é preciso que se diga que a Por outro lado, espera-se o apoio e a participa
TELEBRÁS sempre se mostrou sensível a es ção cada vez maiores por parte da indústria in
Ocorrem também situações em que é solicitada
sas críticas e adotou medidas que, sem compro teressada em promover o Sistema de Homolo
a homologação de um produto para o qual não
meter o sentido dado à homologação, viessem a gação, tomando-o não um obstáculo à consecu
existe ainda uma especificação TELEBRÁS.
evitar repercussões negativas sob o ponto de ção de seus objetivos, mas uma alavanca no
Nestas ocasiões, a análise se baseia em especi
vista económico-financeiro à indústria. atingimento de seus propósitos.
ficações de produtos análogos, quando estas
existem, ou então, o que é comum, elabora-se
uma especificação que atenda ao caso, deman Entendeu a TELEBRÁS, desde o início, que
dando para isto um certo tempo. deveria agir com cautela e elevado senso de res I I D e b a t e
ponsabilidade, face aos reflexos que ocorre
Os ensaios são realizados em sua grande maio riam com a ativação do Sistema de Homologa T E L E B R A S I L
ria pelos laboratórios cred en ciad o s da ção. Assim pensando, procurou firmar com os
TELERJ, TELESP e EMBRATEL, e de outras interessados compromissos que os satisfizes A telefonia rural é o tem a do II Debate
empresas do Sistema TELEBRÁS, e, em casos sem, sem que isto representasse um esvazia TELEBRASIL, marcado para 21 de agosto,
especiais, pelos laboratórios das próprias in mento do Sistema e transformasse um certifi em Salvador, com a presença do Ministro
dústrias e às equipes técnicas destacadas pela cado de homologação em um documento sem das Comunicações. O programa está assim
EMBRATEL, TELERJ e TELESP. valor. previsto: 1 conferencista — Amauri Sta-
bile. Ministro da Agricultura; I.° debatedor
Ao longo do triénio 77/78/79, foram recebidas São exemplos significativos desta preocupação - Mathias Vilhena de Andrade, diretor do
450consultas, aceitas 361 delas, emitidos 160 as autorizações para comercialização de alguns Bamerindus; 2.° debatedor — Douglas de
certificados de homologação, 7 comunicações novos produtos, antecedendo a ensaios de la Macedo de Mesquita, presidente do Conse
de registro c cancelados, por vários motivos, boratórios, emitidas com base no exame dos lho de Administração da TELEBRASIL; 2."
57 pedidos acolhidos inicialmente. documentos técnicos apresentados pelo fabri conferencista — Paulo Edmur Paollini,dire
cante. tor da TELEBAHIA; 3.° debatedor — Or
Ao final de 79 constatou-se que, dos pedidos de lando Sala, diretor da Diretoria de Eletrifi
homologação e registro em curso naquela oca São também exemplos desta flexibilidade as cação e Telefonia Rural do Departamento de
sião. 33% se encontravam em análise inicial ou autorizações para comercialização de produtos Águas e Esgotos — DAEE, de São Paulo e
final na TELEBRÁS, 32% estavam na fase de não mais fabricados, mas que ainda são úteis e Luiz Carlos Bahiana, diretor da ABINEE.
testes nos laboratórios credenciados e 35% de adequados aos serviços.